domingo, 28 de junho de 2009

Hoje é dia de Carmen Miranda


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
www.antonioluceni.blogspot.com

Já mencionei nestas linhas um projeto que venho desenvolvendo desde fevereiro na EMEB Hélia Pinholi Mungo para comemorar o centenário de nascimento de Carmen Miranda. Pois é, hoje é o dia da culminância e encerramento do projeto e a forma como encontramos para fazer isso foi convidando toda comunidade para prestigiar o trabalho que as crianças desenvolveram ao longo deste semestre.
São pinturas, danças, músicas, poemas, depoimentos... Todos feitos a partir do eixo “frutas”. Lasar Segall foi o pintor escolhido para trabalhar na área de artes plásticas. É que ele também ficou fascinado por frutas quando chegou ao Brasil e as pintou de montão, principalmente bananas e bananal.
Um livro do mineiro Elias José chamado “Poesia é fruta doce e gostosa” serviu de inspiração para as crianças produzirem seus próprios poemas. A brincadeira com as palavras, com suas sonoridades, suas sensações e emoções apareceram de maneira muito linda nas produções dos pequenos.
E, é lógico, frutas e mais frutas nas danças e coreografias ensaiadas, nas músicas dos corais que irão se apresentar, sob a tutela de Carmen Miranda.
Para abrilhantar mais ainda o projeto a artista plástica araçatubense Marileide Dossi exporá duas de suas telas que também partiram da temática que costura o projeto, a Orquestra Municipal de Sopros tocará canções preferidas de Carmen Miranda, a artista plástica e contadora de histórias Duxtei Vinhas Itavo fará algumas performances ilustrando a biografia da cantora e o músico e professor Márcio Martins tocará uma de suas canções.
Como podem perceber, será uma tarde de muita cultura, muita gostosura e por que não dizer FRUTÍFERA!
Estão todos convidados. Será hoje, terça-feira, a partir das 14 horas. Um forte abraço e até lá!


Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

domingo, 21 de junho de 2009

NO RITMO DAS FESTAS JUNINAS OU PIZZA EM SÃO JOÃO




Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
www.antonioluceni.blogspot.com

Junho é todo alegria. Diferente de fevereiro, em que o Carnaval diminui as roupas, transpassa madrugadas e põe fogo na moçada, junho também é festa, mas para toda a família.
Junho é tempo de dançar quadrilha, música sertaneja e até cabe um country também. É tempo de quentão, de milho e pipoca, espetinho de carne, pastel, pamonha, cural, canjica, paçoca...
Pula fogueira... Fazemos isto o ano inteiro, não é mesmo? Vivemos pulando pra lá e pra cá, tentando nos equilibrar das fagulhas e brasas que de todas as partes tentam noS atingir. Pulamos miudo o ano inteiro, tentando salvar nosso dinheiro das traças, das crises, dos juros e mais juros que parecem não ter fim... No final, estamos sempre devendo.
Soltar balão, não... Que balão, que nada. Só se for âncoras!! Já vivemos no mundo da lua, de cabeças cheias, pra lá de Marraquechi! Nesse sentido, temos o privilégio de ver tudo de cima. E como enxergamos... Será por isso que vemos tanto e há pessoas que não conseguem enxergar um palmo diante de seu próprio nariz? Também, com nariz de Pinóquio que têm!!
Oh, meu Santo Antônio tenha pena, tenha dó... São Pedro, vê se dá uma ajudinha aí!, Oh, São João vê se não nos deixa na mão!!! É isso mesmo, tá na hora de apelar pra todos os santos. E já que estamos em junho, mais adequado apelar para os santos da época. Talvez se sintam mais engajados, mais responsáveis por tudo que pedimos, afinal, os estão chamando por todos os cantos.
Meu medo é que mudemos de cardápio nesta festa junina e, ao invés de pipoca, milho verde e quentão, acabemos comendo pizza!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

PAREM DE SE MASTURBAR!


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Numa daquelas conversas em que nos envolvemos de “intelectualidade” e discutimos sobre quaisquer assuntos é que uma idéia nasceu.
Com um grupo de amigos, no serviço, surgiu o questionamento: A pesquisa com células-tronco embrionárias é correto ou não?
Uns defendiam que sim, que o avanço científico é natural e necessário para a qualidade da vida humana. Outros diziam que não, que toda e qualquer ação contra a vida devia ser algo descartado e, por isso, ultrajante. Como em tudo, ainda tinha aquele grupo que ficava somente observando, sem ter muito o que dizer.
Do mesmo modo que no Supremo, alguns puseram a religião como carro-chefe, tentando sensibilizar os demais pelo apelo cristão, sacralizando a discussão.
Problematizei: De vida pra vida, onde há mais vida? Numa célula-tronco ou num pai de família paraplégico, com filhos e esposa para criar? Num ser em potencial ou numa criança à espera de um coração ou pulmão, nas longas filas de transplantes?
A maioria concordou com minha reflexão: pessoas com CPF e RG, com relações de afeto e emoções, brasileiros, cidadãos de fato merecem nossa maior atenção.
Não de agora, e a história nos demonstra, os avanços tecnológicos foram alvos de enormes equívocos. Misturar elementos imisturáveis, de fato, é um grave erro. Água e óleo não se bicam... por mais que tentemos uni-los, no final, cada qual irá para seu lado. Religião e ciência não são campos dialogáveis. Por mais que se queira fazer algum tipo de aproximação a sina é cada qual dormir na sua “cama de solteiro”.
O bom é deixar a vida caminhar... Por mais religiosos que sejamos não deixamos de nos aproveitar da ciência: usamos óculos, tomamos anador, nos refrescamos com ar-condicionado, viajamos para cima e para baixo num carro 2.0, ficamos horas ao telefone conversando e matando saudades... No final do dia (e no começo dele também) fazemos uma oração e pedimos para que Jesus nos abençoe. Não há nada de errado nisso... cada coisa, como dito, merece seu lugar, seu tempo, seus holofotes.
Como não bastasse, alguém insistiu na mesma tecla: Toda e qualquer forma de vida deve ser poupada e respeitada.
Aí não resisti, chutei o “pau da barraca”: Então pare de se masturbar!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

MARIA, MINHA MÃE

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Gostaria de, nessa semana, homenagear a pessoa mais importante de toda minha vida: D. Maria, minha mãe. Não pelo fato – e que importante fato – de ser minha mãe porque há mães que não merecem receber este “título” tão nobre.
Antes, a homenagem é para tornar público o que em particular já é sabido: o ser humano enquanto mulher, esposa, filha, irmã, cidadã, cristã e mãe que D. Maria Pinheiro dos Santos é.
Maria-mulher: sensível, delicada, corajosa, guerreira, batalhadora, perspicaz...
Maria-esposa: dedicada, fiel, acolhedora, parceira, cúmplice...
Maria-filha: exemplar, colaboradora, continuadora, co-responsável...
Maria-irmã: ajudadora, presente, estimuladora...
Maria-cidadã: honesta, responsável, fazedora...
Maria-cristã: cheia de fé, intercessora, abençoadora, sábia...
Maria-mãe: fusão e expressão máxima de todas as facetas apresentadas antes, é Maria elevada à sexta potência, é ao mesmo tempo tudo com particular diferença, uma quase exclusividade.
Minha mãe sempre representou para nós – filhos, irmãos, parentes e amigos – um ser especial, um anjo de Deus em nossas vidas, uma luz em todo o túnel, um porto seguro e certo, um lugar onde as angústias são aplainadas, os medos minimizados, os humores acalmados.
Maria Pinheiro quer dizer força, quer dizer luta por um dia, um mundo melhor.
Tenho certeza de que há por este mundo a fora muitas mães que deveriam ser homenageadas, que deveriam receber um prêmio nobel pelos atos que praticam cotidianamente, que, sozinhas, erguem uma família, oportunizam situações e que abrem mão de si próprias em benefício de seus rebentos.
Gostaria de fazer extensivo o carinho e respeito que tenho pela minha mãe, D. Maria Pinheiro dos Santos, a todas outras mães que fazem de nossa cidade, País e mundo algo melhor e possível de se viver.
Parabéns, mamães... Parabéns, D. Maria, minha mãe!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores.

DO TAMANHO DE UM ELEFANTE!


Antonio Luceni
aluceni@terra.com.br




Meu primeiro contato com os Alvim aconteceu no livro “Os cem melhores poemas brasileiros do século”, organizado por Ítalo Moriconi, editora Objetiva, com um poema de Maria Ângela Alvim, que me atraiu muito pela qualidade, objetividade e singeleza contidos no texto.
Qual foi minha surpresa, assim que entrei no mestrado meu orientador, professor José Batista de Sales, sugeriu-me pesquisá-la mais profundamente, reunindo a fortuna crítica existente da poeta. Eu aceitei.
De início, muito arenoso e um tanto quanto desestimulador, já que o material existente sobre ela é escasso e, igualmente, enriquecedor. Basta sabermos que um Drummond e um Herberto Hélder se interessaram pela obra de tal escritora.
No caminho da busca, da pesquisa tive contato com muitas pessoas enriquecedoras em diferentes lugares do país, entre os quais Belo Horizonte, Campinas e, mais recentemente, em Brasília.
Pois é! Na semana passada tive a oportunidade (e a delícia, por assim dizer) de usufruir da agradável companhia do casal Francisco e Clara Alvim, irmão e cunhada de Maria Ângela Alvim.
Já havíamos feito contato por telefone e a presença física dos dois só veio acrescentar à primeira impressão que tive via fone: um cavalheiro e uma dama do saber e que enobrecem, sem dúvida alguma, as qualidades mais comentadas dos brasileiros, cordialidade e alegria.
O poeta Francisco Alvim, já conhecido pelo belíssimo trabalho que desenvolve em poesia, trouxe uma grande colaboração à pesquisa que estou realizando sobre a obra de Maria Ângela e, ao mesmo tempo, acresceu-me à visão na discussão, comentários e troca de informações sobre o panorama geral da poesia brasileira e da poesia para vida.
De fato os Avim são do tamanho de um Elefante!


Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

LEVARAM MINHA CAIXA DE CORREIO

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Fui trabalhar na segunda-feira com caixa de correio e à tarde, quando retornei do trabalho, ela não existia mais. Pois é, levaram minha caixa de correio. Em meio à anestesia da cena contemplada, algumas divagações surgiram.

Divagação 1:

Lembrei-me dos ensinamentos de meus pais, na infância, quando diziam a mim e a meus irmãos que não devíamos, nunca, pegar nada de ninguém, nem um palito de fósforo, agulha ou coisa assim. O engraçado é que, na lista, não mencionaram caixa de correio. Talvez tenha sido este o motivo do infortúnio: os pais do desocupado que cometeu o ato não tenham relacionado nos ensinamentos caseiros ser erro, também, subtrair caixa de correio alheia, e o pobre infeliz achou-se no direito de fazê-lo.

Divagação 2:

Na era da internet, correspondência mesmo, só revistas, jornais, panfletos de supermercados e, é claro, os impostos da vida. Aí me veio à idéia: será que, sem caixa de correio, não precisarei mais pagar impostos? Quem pode afirmar, por mais carteiro que seja, que recebi o talão do indulto vil, se minha caixa de correio não mais existe? Afinal, dentre as várias atribuições do Estado na administração do dinheiro público, está a Segurança Pública que, nos nossos dias, está mais para insegurança pública. Bom, já que nem uma caixa de correio está segura, o que dizer do resto? O que me deixa triste é que minhas revistas e jornais estão à mercê da boa vontade do carteiro em jogá-los, por sobre o muro (alto para tentar proteção contra – mais – bandidos), num canto qualquer da casa.

Divagação 3:

Já que mencionamos internet, uma outra idéia que me veio à mente foi: Será que roubaram também minha caixa de e-mail? Depressa acessei o site, digitei nome e senha e, com alívio, pude constatar: estava ali. Não a haviam invadido. Nenhum racker se interessou por ela. Vai ver que o material existente nela não é vendável. Não tem nenhum dossiê secreto, fotos comprometedoras, informações bombásticas ou coisa assim. Menos mal. Ao menos continuo com um meio de comunicação livre (acho que sim!) de roubos.

Divagação 4:

Também, no calor da notícia visual, “vista com meus próprios olhos!”, lembrei-me do poema de Eduardo Alves da Costa, No caminho com Maiakovski. Eis um pedaço: “Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor/ do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem;/ pisam as flores, matam nosso cão,/ e não dizemos nada./ Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz, e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada.”. Acham que devemos nos calar? Eu não concordo com isso. Não vão arrancar minhas rosas nem matar meu cachorro.

Divagação 5:

Como provavelmente o autor do nefasto ato citado não lê jornal, escrevo apenas pra externar minha (talvez coletiva) insatisfação frente às atrocidades e inércia dos poderes instituídos de nosso país que, infelizmente, estão cada vez mais cristalizados na ação contra todo tipo de atitude leviana e primitiva (no pior sentido) que assola nossa nação. Do furto da caixa de correio até, mal comparando, o assassinato brutal do menino João Hélio, tudo deve ser visto com o rigor, seriedade e responsabilidade social devidos.

Divagação 6:

Por último, já que as coisas demoram progredir em nosso país, já que os recursos são parcos para se oferecer melhores condições de trabalhos aos policiais, já que não se tem recursos para novas contratações e treinamentos, entre tantas outras lacunas, acredito que uma boa idéia seja a volta dos pombos-correio. É isso! Para acabar com os roubos das caixas de correio, de novo, pombos-correio. E cuidado com o estilingue, moleque!

Depois de tanta divagação, peguei o telefone, liguei para serralheria e encomendei outra caixa de correio. Desta vez de ferro. Acho que ainda não estão se interessando pelas caixas de ferro. Tomara que não!


Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

A GENTE FICA?

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


No domingo comemorou-se o Dia de Santos Reis. Os reis curvando-se ao Rei de todos os reis. Adequado para pensarmos que toda autoridade é submetida à outra. Pensarmos, ainda, que a autoridade deve ser exercida com simplicidade, com inteligência, com verdade... Não à toa, o adulto curvou-se ao infantil; o rico curvou-se ao humilde; o estrangeiro curvou-se ao nativo; a razão curvou-se à fé.
Hoje, Dia do Fico. Momento importante em que o Imperador decidiu-se pelo Brasil. Para felicidade geral da nação. Felicidade geral? Da nação? Vieram para cá, corridos, fugidos da França. Mais uma vez os franceses nos fizeram bem. Bem? Sim, não sejamos de todo ingratos... Graças à família real, tivemos aqui importantes inaugurações, inserções culturais, artísticas, literárias, culinárias...
Não sei se vou ou se fico... acabaram ficando.
Hoje, continuam ficando. Mas ficam de outra maneira.
Ficar. Uma palavra carregada, atualmente, de descompromisso, de aventurismo, de experimentação... Os meninos e as meninas ficam uns com os outros. O tempo do ficar varia de pessoa para pessoa. Depende do percurso da “ficada”. Se a “ficada” for boa, pode ser estendida para duas ou três semanas, um ou dois meses, mas mais do que isso, é consenso, vira namoro.
Pois é. Parece que a idéia de Portugal era ficar com o Brasil. Provavelmente, não tinha pretensão de namoro – mesmo que a “ficada” e as “fincadas” de D. Pedro com Domicila tenham ultrapassado o tempo proposto do ficar, aquilo nunca pareceu um namoro.
O problema está exatamente nisso. Sempre os relacionamentos no Brasil ficam no “Fico”. Nessa coisa do “não é namoro”, “não é nada sério”... e, por essa razão, ficamos todos a ver navios (portugueses!) sempre. E descem das caravelas, invadem nossa praia, bolinam com nossas índias, mexem com nossas negras na senzala e ficam... só ficam. Não assumem nada sério. Não pedem a menina em namoro. Não a recebem no casamento. Só querem festa. Só querem ficar.
E a gente fica. Fica a ver navios...

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Ecritores – UBE.

COM MARIA ALCINA


COM A SHOW WOMEN MARIA ALCINA

COM DANILO CAYMI

COM DANILO CAYMI, NA VIRADA 2008

COM OS AMIGOS










Com os amigos: o maestro Éverson Polizeli e a contadora de histórias e artista plástica, Duxtei.

FOLCLOARAÇÁ 2008


Antonio Luceni
O 8º Folcloaraçá, a festa do folclore de Araçatuba, deste ano esteve maravilhoso. Entre as várias ações da Secretaria de Cultura de Araçatuba com cultura popular, gostaria de destacar a presença da Orquestra de Viola Caipira "Nego Viana" de Andradina.
O grupo foi muito aplaudido e a noite foi maravilhosa. Quem sabe no próximo ano teremos o privilégio de tê-los conosco novamente e, dessa vez, com o lançamento do 1º CD. Afinal, todos pediram isso...
Eu, a presidente do Grupo, Ana Candida; o amigo Bandeca e o maestro João Wesley.
O público compareceu em massa para prestigiar o evento, ocorrido na Praça João Pessoa.




Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.


Antonio Luceni



Idealizado por mim e, executado pelo Departamento de Cultura de Araçatuba, do qual fiz parte até setembro de 2008, o Projeto LiterAta buscou homenagear, em sua primeira edição, 100 da Imigração Japonesa no Brasil, o centenário de morte de Machado de Assis, o centenário de nascimento de João Guimarães Rosa e os 100 anos de Araçatuba a serem clebrados no próximo 2 de dezembro.
Foram várias ações ligadas a essas datas: Esquestes, palestras, contação de histórias, workshops etc. Gostaria de destacar a palestra do professor Aguinaldo Gonçalves, onde falou sobre Machado de Assis no auditório da Unitoledo. A palestra foi ricamente proferida e igualmente recebida.


O FELIPE FOI MASSA


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Desde a última Copa prometi para mim mesmo não torcer mais por nada relativo a esportes. É isso mesmo. Por mais que os torcedores inveterados de plantão queiram me censurar, foi isso mesmo que eu disse: não torço mais por nenhum time, jogo ou coisa assim.
Imagine, na Copa das madrugadas levantei britanicamente (e com o coração brasileiríssimo!) para assistir aos jogos e torcer pelo nosso Brasilzão e, como na Copa francesa, aquele fiasco a que todos fomos submetidos... Depois, o “derrotados” jogadores brasileiros rindo, numa churrascaria qualquer... bebendo! É mole? É mole, mas sobe, como diria José Simão.
Por isso, amigo leitor, decidi: não torço mais nem pra ganhar em bingo de quermesse!
Entretanto, quando dei por mim já estava ali, ligado na corrida de domingo, torcendo pelo Felipe Massa (e tendo que agüentar o enjoativo do Galvão Bueno). Já fazia algum tempo que não via uma corrida de Fórmula 1... desde Senna, eu acho.
Talvez tenha sido a garra de Felipe, o carisma e simplicidade que transmite nas entrevistas que dá, no brilho do olhar que tem cada vez que vai falar sobre corridas, na jovialidade e, ao mesmo tempo, na fibra e maturidade que tem como piloto.
Sabe aquele friozinho que a gente sente quando quer que algo aconteça? Pois é, foi esse mesmo que senti na última volta, na última curva, na última subida e na comemoração antecipada e equivocada da Ferrari.
Contudo, não foi dessa vez. O Felipe Massa ganhou a corrida, mas perdeu o Campeonato. Perdeu? Ainda há tempo. Ele é jovem, 2009 está aí. Massa ganhou nosso carinho, nossa admiração, o nosso desejo de passar os domingos torcendo para alguém que nem sabe que a gente existe, mas que, certamente, recebe nossa energia. (Será que voltarei a torcer por algum esportista no próximo ano?!)
O Felipe foi massa!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

O ENCONTRO DE LOBATO COM OBAMA




Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Monteiro Lobato acompanhava tudo atentamente. Pela internet, os mais importantes artigos e comentários eram visto pelo sagaz literato como peças de um quebra-cabeça que, pra ele, só restavam algumas peças, mas que desde o início não constituía novidade.
O primeiro passo estava confirmado: a mulher que disputava com o candidato negro já havia sido derrotada. No final, sabia, a disputa seria entre ele e o outro candidato – mais conservador, mais tradicional, simpatizante das idéias do atual governo norte-americano.
É verdade que também era cônscio de que a disputa pela Casa Branca não seria fácil... teria um longo caminho a percorrer. Mas o faria com a segurança de quem sabe o que está fazendo e onde quer chegar. Por isso, o discurso forte, a vivacidade nas palavras, a segurança no olhar. O sorriso sempre o antecedendo era menos um deboche ou prepotência e mais a alegria e humildade dos cúmplices e sabedores das necessidades do outro, sobretudo dos mais carentes e necessitados.
De repente o telefone toca (já havia lhe enviado um e-mail, mas não o tinha lido por não habituar-se a tal ferramenta, apesar de tê-la idealizada; ou talvez tivesse mesmo a intenção de ouvir-lhe a voz).
― Mister Lobato?
― O estava aguardando...
― Gostaria de agradecê-lo pelas previsões... me fizeram caminhar com maior tranqüilidade...
― Não deve me agradecer... as coisas são o que têm de ser. Antes, deve agradecer ao senhor mesmo por ter conseguido trilhar o caminho que deveria seguir e não se desviar dele...
― Obrigado... Sabe que o senhor sempre teve e, a partir de agora ainda mais, espaço no meu governo...
― Gostaria que esta abertura fosse extensiva aos meus conterrâneos, cá do Brasil... O senhor sabe, o que quero é que todos nós possamos usufruir dos valores das nossas idéias, que sejamos senhores e não escravos do nosso pensamento, que a nossa caminhada seja de amor e valorização do outro, e que o mais necessitado seja o primeiro a receber os nossos cuidados... Congratulations, my President.
― Eu é que devo agradecê-lo, Lobato.
Sem maiores delongas, o presidente norte-americano eleito fez questão de primeiro ligar para aquele que há muitos anos antecipou uma eleição que dividiu a história da política dos Estados Unidos e que, certamente, modificará a história do mundo.
P.S. Quer saber mais sobre essa história? Leia “O Presidente negro” de Monteiro Lobato.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

ZUMBI COM ESCRAVOS?!


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Lembro-me quando há um ano escrevi nesta coluna sobre a questão da Consciência Negra. Para mim, como descrito no artigo, achava duvidoso e, no mínimo, estranho adjetivar o que quer que fosse sobre isso ou aquilo. Em se tratando de ética, respeito, amor, sexo e... consciência tornava-se impróprio delimitá-los... até porque isso seria impossível.
Insisti na idéia de que ao olharmos consciência sob apenas um aspecto – no caso sobre o respeito para com a raça negra – o tratamento seria limitado, manco, ilegítimo e, guardadas as devidas proporções, uma reiteração do preconceito. Assim também poderíamos estender para as tais das cotas nas universidades públicas etc... Mas isso é uma outra história.
Nessa semana, a Veja traz uma matéria que ilustra bem meu pensamento acima: “Estudos recentes sobre o herói da luta contra a escravidão (Zumbi) mostram que ele próprio pode ter sido dono de escravos no quilombo de Palmares.”. Ora, se isso for realmente verdade mais uma vez a história escancara que homens são todos iguais nos quesitos vaidade, oportunidade, convívio, poder etc... e, por isso, falar de consciência negra é desviar o foco da discussão.
Não estou aqui querendo banalizar nossos heróis nacionais nem tão pouco vulgarizar um momento que, a meu ver, serve para uma reflexão profunda de posturas e ações que foram e que podem ser tomadas para valorização e respeito do ser humano. Isto sim: respeitar o ser humano.
Quando percebemos que negros, brancos, amarelos e mestiços erram e acertam, são bons e maus, são éticos e desrespeitosos, são trabalhadores e preguiçosos, inteligentes e limitados intelectualmente etc. encaminhamos a discussão para o foco certo. Despimos-nos de qualquer demagogia e “máscara” e passamos a nos relacionar uns com os outros da forma mais honesta possível: como seres humanos.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

UMA ESTRELA OS CONDUZIU À SALVAÇÃO


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Era o sinal, sabiam. E, por isso, seguiram-na.
Dia e noite, frio e calor, ventos e chuvas... nada os impedia a caminhada. Acreditaram que era aquilo. Destemidos, foram em busca da promessa.
Deixaram suas acomodações, seu bem-estar, sua parentela, os amigos e partiram. O desejo de conhecer o Salvador era maior. A certeza de que iriam encontrá-lo era tão presente que não se importavam que os chamassem de loucos (e é bem provável que muitos assim agiram). Já percebeu, amigo leitor, que os descrentes querem sempre enfraquecer os crentes?
Uma estrela os conduziu à salvação.
Já foi descrito nas Sagradas Escrituras: "Não se põe a luz embaixo do telhado, mas sobre ele; para que todos a vejam e se orientem.". E a luz estava à vista de todos que a quisessem segui-la. Mas quantos a seguiram? Quantos pararam para contemplá-la? Poucos.
Uma estrela os conduziu à salvação.
É isso. Devemos ir em busca da luz. E luz, como dito, não tem comunhão com trevas. Seguir a luz significa seguir o caminho da verdade, da honestidade, da retidão, do amor ao próximo, da ética, da justiça, do profissionalismo... Trevas... não precisamos citar exemplos. Todos sabemos o que não devemos fazer (mas por que o fazemos?).
Uma estrela conduziu os reis da terra ao Rei dos reis: Jesus. A luz os atraiu. Foi por meio da luz que encontraram a Luz do mundo. E de quanta Luz puderam ser cheios. E de quanta Luz todos nós podemos ser cheios. A luz não tem comunhão com as trevas. Não se pode querer luz e abraçar as trevas. Não se pode servir a dois senhores.
Em Araçatuba, chegou a vez da estrela. Nosso desejo é que dessa estrela também venha a salvação. Que nossa vida, enquanto sociedade, seja melhorada, que nossas crianças sejam valorizadas, que nossos velhos encontrem lugar de descanso, que nossos jovens tenham espaço, vez e voz para exercerem toda energia que puderem, que nossos artistas sejam prestigiados, que nossa saúde esteja sempre em dia, que o saber com sabor não falte nos bancos escolares...
Uma estrela os conduziu à salvação. Quem sabe não estejamos rumo à salvação também?

ANO NOVO, VIDA NOVA?


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

É, mais um ano se foi e com ele metas atingidas, planos frustrados, sonhos recalcados, amigos feitos e outros desfeitos, gente nascendo, gente partindo, idas e vindas, reviravoltas... Esse dinamismo da vida me encanta...
Ano novo. Vida nova? Vamos ver:
I) Aposto que você fez promessa para emagrecer novamente, não é mesmo? Disse somente esperar terminarem as festas. Afinal, quem resiste tantas delícias culinárias ao mesmo tempo?
II) Também acho que gastou o 13º e agora vai ficar descabelando para pagar os impostos de início de ano, renegociando a dívida da escola dos filhos e reparcelando o cartão de crédito e o cheque especial.
III) Tá dando graças a Deus por que os parentes chatos estão indo embora, não é mesmo? Não aguentava mais fazer tanta sala?
IV) Deu bafão e pagou mico nas confraternizações do serviço e agora vai ter que suportar os colegas pegando no seu pé o ano inteiro?
V) Ainda está comendo sobras do peru de natal? Sempre tem alguém ensinando um prato horrível com aspecto pior ainda só pra não ter que jogá-lo no lixo. Por que então não o dividiu com alguém na ceia natalina?
VI) Aposto que já está fazendo projeções para o presente ano que, no fundo, bem sabe que não tem energia para cumpri-las? Então, sugiro que seja mais honesto com você mesmo e estabeleça algo que está a fim de fazer. Assim, não vai se frustrar nem dar lado para que seus inimigos zombem de você.
Carpe diem! Aproveite cada dia do ano da melhor forma possível. Afinal, como diz um sábio ditado chinês, uma jornada sempre começa pelo primeiro passo.
Ano novo? É verdade. Vida nova? Não sei... desde que o mundo existe é sempre assim!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

BUSCA OPORTUNIDADES


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


"Aproveitar oportunidades quer dizer não só não as perder, mas também achá-las." Fernando Pessoa

Ainda curtindo um pouco das minhas férias...
Aproveitei para ver a Julinha, minha sobrinha. Está tudo bem, sim. Ela nasceu saudável, linda e toda esperta... não pára um só minuto. Braços e pernas pra todos os lados buscando espaço. Como se a dizer "Não me sufoquem... deixem-me viver". Essa meninada parece já nascer adulta, às vezes tenho essa impressão. Esses dias estava vendo uma matéria em que os filhos de 7 e 8 anos ensinavam aos pais como mexer com computador e câmeras digitais.
Dei uma relaxada na praia. Como gosto de litoral. Aquele barulho de mar que nunca tem fim e também não cansa, aquela gostosura de poder andar descalço na praia, com aquela areinha fofa entrando por entre os dedos, com o vento batendo à face... Vez ou outra um mergulho, muita água de coco e sorvete. Banho de cachoeira, numa água fria que refrescava até a alma... E a paisagem? Nem se fala!
Não pude deixar de lado minha veia urbana também. A praça da República, na capital paulista, com seu charme dominical, cheia de cultura, música e a culinária que só nela tem. Adoro as tortas de maçã com massa folheada. Nas travessas, molduras, telas, tintas, pincéis e cores nos inspiram a pintar, a criar... Aproveitei para renovar o estoque.
Cuidar do jardim. Adoro plantas. Meu quintal é cheio delas: ipês, roseiras, lírios, trepadeiras, alpíneas... todas lá, convivendo harmoniosamente. Nenhuma fala mal da outra, nenhuma quer "puxar o tapete" da outra... Todas (con)vivem bem. As borboletas são suas freguesas. Também tem um beija-flor que pela manhã e ao cair da tarde fica entre elas beijoqueiro.
Fernando Pessoa estava certo mais uma vez. A gente tem que ir atrás das oportunidades, de buscá-las com todo ardor. Cada vez mais estou consciente de que as coisas boas da vida estão presentes em coisas singelas, como as descritas antes. E são essas oportunidades, essas situações que cada vez cultivo mais. Amo minha família, não vivo sem meus jardins e plantas, gosto de sair pelo mundo guardando paisagens.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

CASA BRANCA E SENZALA



Antonio Luceni


aluceni@hotmail.com

"O momento não é para recriminações (...). O fato está consumado; (...) a nós só incumbe atender à salvação comum." O Presidente Negro - Monteiro Lobato


Enquanto o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, ainda estava em campanha à presidência daquele país, escrevi nestas linhas uma pequena resenha/crônica sobre o livro O Presidente Negro do nosso genial Lobato. Na ficção, como todos sabem, o então candidato disputava a Casa Branca com uma mulher e um branco governista que tentava a reeleição. Coincidência ou não o fato é que o cenário era bem parecido com o da vida real.
E para Lobato ficar cada vez mais profético e guru o desfecho do livro também coincidiu com a realidade. Hoje, estamos assistindo à posse do primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América.
Casa Branca e senzala. A realidade - tal qual na obra lobateana - parece que se misturam. Mesmo que fosse sonhado, quem poderia - até mesmo Obama - afirmar que um dia isso pudesse acontecer? Um negro sendo o homem politicamente mais importante do mundo? (Isso pensando no contexto em que os negros e seus descendentes foram - e a meu ver ainda o são - submetidos ao longo da história da humanidade nos mais diversos pontos do planeta).
Mas o mundo caminha assim, mesmo... cíclico. A feijoada, que inicialmente era as sobras da Casa Grande (daí Casa Branca pra quem não entendeu!) hoje é um dos cartões de visita do Brasil pelo mundo e até nos mais requintados restaurantes há espaço para ela. A escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim que, em tese, era uma ação secundária, hoje é a atração principal do cerimonial relativo à data... e por aí vai...
Penso estarmos vivendo um momento bastante particular. Um momento em que as relações precisam ser repensadas, os valores revistos, os tabus quebrados... Um metalúrgico ascendeu ao posto mais alto no Brasil por duas vezes consecutivas, um negro pela primeira vez assume o mais alto posto dos Estados Unidos e do mundo...
Tudo isto não é por acaso. Como diria o outro, nada será como antes. Parece que a senzala está mais evoluída que a casa grande!
Antonio Luceni é Professor Universitário e Escritor, membro da União Brasileira dos Escritores - UBE.

NOVAS REGRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA... PARA MIM, UMA BOBAGEM


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Depois de tantos discutirem, de irem e virem, de pensarem e repensarem, decidiram: vamos mudar. Mas mudar o quê? Quais contribuições traremos com tal mudança? Como vamos propor essas alterações? E por aí vai o pensamento...

Comíamos e continuaremos comendo linguiça! (Tive que "corrigir" meu computador e ainda aguentar (de novo!) aqueles tracinhos vermelhos sublinhando as duas palavras anteriores... antes, com trema).
Era difícil colocar na cabeça da meninada o porquê de usar os dois pontinhos sobre o "u". "Mas pra que isso, professor?", "Isso é coisa de fresco...", "Que diferença faz?"... Ouvíamos isto e muito mais em todas as aulas. E da-lhe dogmatismo: "É a regra.". Mesmo assim continuavam sem colocar os fatídicos pingos... Agora, acertam errando! É isso mesmo. Não deixam de colocar trema porque estão de acordo com as atuais regras gramaticais, mas porque já o faziam antes. Erravam e agora acertam sem querer. Ou será que já anteviam (tem hífen?) o momento atual? Fica aí a pergunta pra quem quiser respondê-la. (E mais uma dúvida e preocupação: Para onde foi o trema? Para algum lugar da Alemanha enfeitar consoantes? Pois é, depois de tanta bajulação e veneração mandaram o trema pra p. que pariu).

Vêem, vem, tem, têm, vôo, voo, enjoou... (^) voou...
Imaginem que voo, enjoo, veem e companhia não têm (!) mais acento circunflexo (ou como diria o outro, chapeuzinho do vovô - mas vovô ainda tem (!), hein!). Grande mundança, né! O cidadão não sabe nem a diferença entre tem e têm (este último continua com acento!) que dirá para explicar-lhe a diferença agora entre vem, vêm, veem, tem, têm... vai ser a farra do chapéu! É chapéu sumindo, é chapéu vindo, põe o chapéu, menino! Não, não, não tem chapéu! "Professora, qual é o plural de chapéu, mesmo?"... "Hein?" (atordoada, coitada, sem saber o que responder). E já tô vendo também as placas com "água de côcô", "de côco", "de cocô", menos de "coco"! Mas não é assim?!!!
Semana que vem tem mais!!!
Antonio Luceni é Professor Universitário e Escritor, membro da União Brasileira dos Escritores - UBE.

CORAÇÃO DE ESTUDANTE


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


As férias escolares estão indo embora... Com ela toda preguiça em dormir mais tarde, acordar mais tarde ainda, comer exageradamente, marcar e desmarcar compromissos, conhecer novos cantos do bairro, cidade, estado ou país... Ficar em casa assistindo televisão e jogando conversa fora...
As aulas estão chegando... com elas também a expectativa do novo professor. “Como será ele?”, “Será que vai ser chato ou legal?”, “O que vamos aprender?”... Perguntas que são feitas em todos os momentos de pré-ano letivo. As respostas? Os meses é que vão dizer.
Lembro-me do meu primeiro dia de aula. Um ser minúsculo (toda vida fui pequeno!!!) e uma escola grande! As dúvidas me acompanhavam – e ainda me acompanham!!! Quero me conservar assim, sempre curioso – : “Será que vou aprender?”, “Será que dou conta do recado?”... E para minha alegria, estava entre os melhores da sala.
Cheiro de caderno novo. Adorava todo início de ano. Material escolar novinho, tudo com aquele cheirinho de embalagem... Tomava todo cuidado do mundo para não sujar meus materiais. Livros e cadernos eram encapados com aquele plástico xadrez azul, lembra?... Depois, as margens dos cadernos brochuras eram feitas com caneta preta e não podíamos passar nenhuma letra delas...
Hora do recreio. Recreio mesmo, como dizemos na escola pública. As filas disputadas para entrega da sopa... Como gostava da de macarrão com salsicha. Trago até hoje a mania de comer essa “iguaria”! Toda vez em que a como volto para “hora do recreio”.
Os namoricos e colegas preferidos. O primeiro namorado ou namorada da 1ª série. Quem não os teve? Era com essa figurinha que dançávamos a quadrilha na festa junina, torcíamos para pegá-la no amigo secreto ou queríamos sentar junto no ônibus de excursão. Um beijo da inocência, quem sabe? Ou as primeiras trocas de carinho, ainda que um beijinho no rosto.
Ah, ia me esquecendo: Tem tabuada, separação de sílabas, redação de “como foram as minhas férias”... e tudo mais.
Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

PELOS MENOS MAIS DUAS ALEGRIAS


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Esta semana, pelo menos duas novas alegrias: o fim do horário de verão e flores da quaresmeira.
Fim do horário de verão. Já manifestei meu descontentamento nestas linhas a respeito do horário de verão e o fazia diariamente, sobretudo nas noites mal dormidas ou bem vividas já adiantadas nas horas inexatas do fuso horário-gringo.
Agora, aquela sensação de verdade – mesmo sabendo que também o horário “certo” é um engodo, uma convenção. As noites serão noites de fato! Ao cumprimentar os alunos na faculdade não sabia se dizia “boa tarde”, respeitando a luz do dia, ou se falava “boa noite” com base no relógio. Sem contar aquela sensação de estar sempre perdido. Era claro, mas já era noite; estava sem sono, mas já era hora de dormir; e assim por diante.
Tomara que demore muito para chegar o próximo. Aliás, não quero nem ficar pensando no próximo. Quem sabe não aparece algum deputado enjoado com o horário de verão e proponha uma lei para que ele não mais aconteça. (Será que os deputados se preocupam com horário? Sei lá!).
Flores da quaresmeira. Acho que já citei nesta coluna o apreço que tenho por plantas, pela natureza de modo geral. Meu jardim está cheio delas: ipês, lírios, trepadeiras diversas, jasmins, roseiras, coqueiros e uma quaresmeira... Minha história com ela é peculiar. Sempre quis ter uma. Quando a comprei, segundo a dona da floricultura que a me vendeu, era para ser cor-de-rosa. Passaram-se os anos e ela nada de dar flor. Via todas as outras da idade dela florirem e ela nada. Até que no dia do meu aniversário, no ano passado, soltou um único cacho. Rosa? Não! Roxa. Pois é! Por isso estava com vergonha de se mostrar. Conversei com ela e disse que a amava mesmo assim. Este ano, toda carregada. Em todos os galhos, um cacho cheio de botões.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

PERNAS QUE NEM ALCANÇAM O CHÃO


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Traquinagens e bobices, um palavrão solto sem querer querendo... Limites? Talvez o céu, porque outro não há. Mas no fundo, crianças... Enquanto crianças, precisam crescer, precisam de cuidados, de atenção, de limites, de regras claras sobre o que fazer, agir, comer, dormir... Estão em formação, afinal.
De outro modo, como terão parâmetros para as coisas? É triste ver criança à mercê da vida, desorientadas... Nas condições em que vivem o jeito intenso de pedirem ajuda é agredindo-se umas à outras, violando-se em palavras, gestos ações...
E os adultos? Onde estão que não veem nada disso? Se os modelos transmitidos para os pequenos são de violência e dor, que modelos repetirão? A bola-de-neve da sociedade injusta e ineficaz, consumista, materialista, individualista e fútil tendo a crescer.
Sonho em ver nossas crianças sorrindo, brincando nas ruas e de barrigas cheias, felizes nas escolas porque estão descobrindo o novo, na alegria do saber com sabor. Tenho esperança de uma sociedade mais fraterna, mais cúmplice da vida e da paz.
Ainda sou otimista e creio que isso tudo é exeqüível, dependendo única e exclusivamente do nosso esforço particular que, somado, configurar-se-á num gesto coletivo imprescindível para a paz e estilo de vida a que todos almejamos.
E tudo isso com pernas que nem alcançam direito o chão.



Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

UM CEARENSE DE DAR ORGULHO


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Há trinta e dois anos ele nasceu. Numa terra tão quente que não fazia rachar somente o chão, mas as ideias. A cidade? – talvez você nunca ouviu falar nela e talvez não tivesse noticias dela caso não a registrasse aqui – Mombaça. Não, não é na África, é no Ceará, no interior daquele estado.
Foi tirado de lá ainda criança, com aproximadamente dois anos de idade. Filho do meio de cinco irmãos, desde cedo mostrou seu apreço pelo estudo, pelas artes – gostava de desenhar e pintar, fazer versos e de cantar – e exerceu sua liderança nas escolas por onde estudou e nas brincadeiras de infância, quando organizava os grupos e as ações que iriam realizar.
Por conta das poucas oportunidades que teve do ponto de vista profissional e estudos não pode aprofundar-se no estudo de língua estrangeiras – coisa que só foi ter acesso na maturidade, já com pleno exercício da juventude – mas driblou bem a limitação econômica e geográfica lendo e expandindo sua visão cultural e intelectual por meio das leituras dos diferentes livros a que teve acesso.
Profissionalmente, escolheu o magistério. Seu sonho mesmo era arquitetura. Mas onde fazê-la? Um curso caro e em poucas faculdades no Brasil. Resolveu, então, construir pensamentos, cabeças e opiniões. Como arquiteto do saber cursou magistério, Letras e especializou-se em Literatura. Também escreveu livros, plantou árvores, só ainda não fez filhos!
Hoje, aos 32 anos, sente-se orgulhoso de si mesmo. Sabe que tem muito para fazer, mas consegue perceber também o quanto cresceu intelectual, espiritual e profissionalmente. Só não cresceu fisicamente. Fica entre o anão e a estatura normal.
Sonha muito... e como disse o poeta “sonho sonhado só é sonho só” partilha com seus familiares e amigos mais próximos dos anseios e projetos que tem, das lutas e dificuldades que tem para encarar e da alegria em poder dizer: sou um cearense de dar orgulho!


Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

POR QUE PALAVRAR?


Antonio Luceni



A ideia do nome da coluna veio a partir do LAVRAR A PALAVRA, por isso PALAVRAR. Além disso, pensei em transformar o substantivo (palavra) em verbo (PALAVRAR), haja vista podermos flexioná-lo como quisermos, também oportunizando quem quer que seja lavrar a palavra. O poema que deu origem à coluna, de minha autoria:


PA

PAL

PALA

PALAV

PALAVR

PALAVRA

PALAVRAR


Como o barulho de uma pá furando a terra e plantando a semente (palavra) que irá brotar (palavrar) em outras tantas palavras. Mas a interpretação fica por conta do leitor, não é mesmo?!!!


Antonio Luceni é escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

domingo, 14 de junho de 2009

São Valentino e Santo Antônio




Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Num dia, dia dos namorados noutro, dia de Santo Antônio. Num dia se namora noutro, pede-se em casamento... ou enrola-se!
Desde o começo de tudo, é descrito no Gênesis, “não é bom que o homem fique só”... aí, tentaram arrumar-lhe uma companheira. É, a mesma que o fez pecar é ser expulso do paraíso. Já pensou? Se o homem tivesse ficado só teria uma vida boa, todo peladão, sem ter que se preocupar com IPTU, IPVA, INSS e todos os outros percentuais vis que destroem nosso sorrídico salário.
Não é bom que o homem fique só? Como diria o ditado: “Antes só do que mal acompanhado”. Viemos só para este mundo e assim dele sairemos. Esse exercício de solidão, de encarar a si mesmo é mais do que útil, é necessário. Aliás, acho que esse é o grande problema: não conseguimos ficar sozinhos. Às vezes somos tão insuportáveis, tão desagradáveis que nem mesmo nos aguentamos! Aí já é um outro problema, não é mesmo?!
Gosto de ficar só. Não o tempo todo é bem verdade, mas em alguns momentos do dia ou da semana, sim. Acho que porque fico o tempo todo com muita gente na profissão que exerço, agradeço meus momentos de solidão. O silêncio me diz muito. No silêncio encontro muitas respostas pra perguntas que não são respondidas no agito e na palavração do dia-a-dia. No silêncio consigo me escutar... e quanto isto é difícil. Algo que alguns chamam de consciência...
Casamento? Por enquanto, não... Aliás, não sei se chegará este dia. Sempre tive dois pés atrás com relação a casamento. Não acho que pra alguém se unir sejam necessárias formalidades. A melhor união – penso assim – é determinada por uma ligação maior, algo que não depende de nós necessariamente. Nesse sentido, já estamos casados, seja lá com o que e com quem quer que seja!
Mas tudo isso é bonitinho, sim! Também gera empregos: agências matrimoniais, salões de festas, decoradores, boleiras, alfaiates, bem-casados, hotéis e motéis, pacotes de viagens, aluguéis dos mais diversos, gráficas, joalherias etc. etc. etc. A lista, todos sabem, é infindável... Acho que esse é o problema. Gasta-se tempo com coisas que não constituem a união na essência do que de fato é uma união. A imaterialidade, cada vez menos cultivada em nossos dias, perde espaço para materialidade, o grande deus deste século.
Por isso, haja santo pra dar jeito!

Antonio Luceni é Professor Universitário e Escritor, membro da União Brasileira dos Escritores - UBE.

domingo, 7 de junho de 2009

EDUCAÇÃO DESDE CEDO


antonio luceni


As páginas amarelas de Veja dessa semana trazem uma entrevista com Nobel de Economia James Heckman, com a seguinte manchete: “O bom de educar desde cedo”. Entre outras coisas, o economista enfatiza os vários benefícios e habilidades desenvolvidas nas crianças quanto mais cedo este processo é iniciado, até porque “tentar sedimentar num adolescente o conhecimento que deveria ter sido apresentado a ele dez anos antes custa mais e é menos eficiente.”.
O ditado popular diz que “é de pequenino que se torce o pepino”. E é mesmo! A criança é aberta a muitas coisas. Na criança, por natureza, reside algo que na vida é essencial para o aprendizado do que quer que seja: a curiosidade. Muitos de nós adultos deixamos de aprender (e estou falando sobre aprendizagem no seu sentido mais amplo) porque colocamos também de lado esse olhar curioso pela vida.
Mas no Brasil, parece mesmo que gostamos de fazer tudo ao contrário. Tenho insistido sobre este aspecto por vezes nestas linhas. Um trabalhador pena muito para conseguir um salário magro e comer miseravelmente mal. Noutra ponta, um presidiário tem alimentação balanceada, com nutricionista e tudo. Um estudante pobre pena para conseguir concluir a educação básica e um delinquente dispõe de computadores e outros aparelhos de última geração no lugar em que está preso.
O FUNDEF (Fundo para desenvolvimento do Ensino Fundamental) foi lançado para e exclusivamente a crianças da antiga primeira à oitava série. Ouvia colegas diretoras e professoras do ensino infantil reclamarem – e com razão – das decadentes e urgentes necessidades da primeira infância.
Não tenho tanto espaço para mais exemplos, mas penso que a reflexão fica aí. Mesmo parecendo óbvio demais, mesmo sendo sabido por todos, as coisas na educação de-mo-ram!
Quando em nosso país aparecerá alguém que de fato leve educação a sério? Quando no magistério aparecerá alguém que deixe de lado vaidades e filosofias baratas e encare a questão educacional como algo importante e que respeite o dinheiro público sem experimentalismo leviano e sem vaidades partidárias?
Espero que este dia esteja próximo, para o bem de todos nós!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

COLÉGIO SÃO JUDAS FOI NOTÍCIA NO SITE DA TOLEDO

Colégio São Judas visita Rádio Toledo

Alunos do 9º ano do Colégio São Judas fazem locução no Laboratório de Rádio


Por Assessoria de imprensa
Publicada em 04 de Junho de 2009
Extensão Colégio São Judas visita Rádio Toledo Um grupo de 30 alunos do 9º ano (antiga 8ª série) do Colégio São Judas de Araçatuba visitou o laboratório de rádio do UniToledo na manhã desta quinta-feira, dia 4. Eles vieram conhecer como funciona um estúdio de rádio e obter informações sobre como fazer radiojornalismo e programas radiofônicos de entretenimento e prestação de serviços. De acordo com o professor Antônio Luceni, a visita é o ponto inicial de um projeto para implantar um sistema de rádio interna no colégio a fim de transmitir informações e entretenimento diariamente (no início das aulas, no intervalo e na saída dos alunos) O projeto foi sugerido pelos próprios alunos e acatado pela direção do colégio, que buscou ajuda do curso de Jornalismo do UniToledo para viabilizá-lo. Durante a visita, os alunos foram recebidos pelo coordenador do laboratório, Clemerson Mendes, e por Natali Garcelan, aluna do 7º semestre de Jornalismo e ex-estagiária do laboratório. Antes de conhecerem os estúdios, Mendes e Natali explicaram como é o procedimento para a concessão de canais de rádio, a ética jornalística, a função social da profissão, as características das produções radiofônicas, as dificuldades dessa mídia, a locução e as técnicas de linguagem possibilitadas pela formação profissional. A seção de perguntas foi acompanhada pelo coordenador pedagógico do colégio, Abel De Angelis Júnior. Depois do bate-papo, os alunos foram para o estúdio, onde fizeram locuções e participaram de dinâmicas criadas por Natalie Mendes. Os dois vão acompanhar o projeto criado pelo colégio como atividade de extensão do laboratório e do curso de Jornalismo do UniToledo. A aluna Beatriz Mantovani, 14 anos, participou de uma locução cujo script foi produzido pelo laboratório especialmente para a visita. “Adorei a experiência e estou super interessada em montar a rádio no colégio”, afirma Beatriz, que sonha em cursar Jornalismo. Ela dividiu a locução com o colega de classe, Felipe Matheus, que também quer fazer carreira na Comunicação. “Por enquanto, ouço rádio no carro”, diz. Em 2004, o laboratório de rádio do UniToledo realizou atividade semelhante com a Escola Estadual Jorge Correa. O laboratório de rádio fica no prédio 2 do UniToledo. A programação feita por alunos pode ser ouvida na internet, no site www.iradio.com.br.

Centro Universitário Toledo Araçatuba/SPRua Antônio Afonso de Toledo, 595(18) 3636-7000

quinta-feira, 4 de junho de 2009

VISITA A RÁDIO TOLEDO


Durante toda manhã de hoje a turma do 9º esteve reunida numa visita à radio Toledo de Araçatuba para visita-aula a fim de extrair elementos para o projeto de uma rádio estudantil no Colégio São Judas Tadeu.

Fomos recebidos pela coordenadora do curso de Jornalismo do Unitoledo, profa. Karenine, e ciceroneados pelo prof. Clémersom, responsável pela rádio Toledo.

A visita foi bastante produtiva e, entre outras aprendizagens, os alunos puderam, inclusive, experienciar ao vivo a função do locutor, com aula-ensaio nos estudios da rádio.

Tenho certeza de que o desdobramento dessa visita será dos melhores e, certamente, o projeto será muito bem encaminhado pelos alunos, com o auxílio da estagiária Natalie.

Ao parceiro de empreitada, prof. Abel, aquele abraço. E... caminhemos!!!


Prof. Antonio Luceni