domingo, 26 de julho de 2009

POEMINHA DA ALEGRIA!


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
www.antonioluceni.blogspot.com

Partilhar de alegrias é também ser um propagador da paz. Quando em meio a tanta tristeza fazemos da alegria nosso carro-chefe, nossa bandeira contribuímos para que o olhar dos outros caminhem para o mesmo foco.
Nasceu a Alegria! Nasceu Letícia! Meu irmão, Lindomar, minha cunhada, Edna, e todos nós – vovôa e vovó, titios e titias, priminhos e priminhas – estamos todos alegres. Daí um poema da Alegria:

Quando leio uma boa notícia
Sentado em poltrona-preguiça
Fico pensando com carinho
Em minha sobrinha Letícia.

Seu nome, agudo que é,
Parece chamar a polícia, polícia!
Letícia!

Mas ela é brincadeira, alegria
É doce, suave folia
Na verdade o seu nascimento
Já está virando
Notícia, notícia, notícia!

Os pais, babões de plantão
Não escondem a satisfação
Com a filha trocando de braços
Deitada sempre no regaço
E todos, vovós e titios
Chamando:
Letícia! Letícia! Letícia!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

domingo, 19 de julho de 2009

NO MUNDO DA LUA




No mundo da lua...
Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
http://www.antonioluceni.blogspot.com/

Há quarenta anos o homem pisou à Lua... Neil Armstrong, o primeiro a viver a experiência, logo exclamou: “Um pequeno passo para um homem, mas um gigantesco salto para humanidade”.
É, em alguns aspectos ele estava certo. O querer ir além, o buscar descobrir as coisas, o investigar o que o cerca sempre estimulou o ser humano em busca do crescimento. E isso nos acompanha até hoje. Quem não ouviu (certamente ouvirá!) as perguntinhas de praxe de crianças em fase de crescimento: Paê, de onde eu vim?, Maê, por que é que acontece a noite? Vó, pra onde eu vou quando eu morrer?, e assim por diante.
Há vida além da Terra? Será que somos os únicos a habitar o universo? O amigo Gener Silva garante que não. Eu ainda não posso afirmar nada, além dos bípedes futriqueiros aqui da Terra, nunca tive contato imediato com mais ninguém.
É, estiveram por lá algum tempo, colheram material, voltaram e, dizem, ficaram um pouquinho pirados. Mas depois disso (e acho que antes também) nossa amiga Lua está cada vez mais habitada. Tem gente que, por vários motivos, é um extraterrestre.
Extraterrestres do bem: pessoas excepcionais que fazem de tudo para colaborar com seus semelhantes, que canalizam suas energias para abençoar o ser humano, contribuir para com os mais necessitados, dando comida ao faminto, vestindo o que tem frio, cobrindo o que está sob o sol ou chuva. Conheço alguns que são públicos e outros mais anônimos, no meu dia-a-dia, em gestos soltos, despretensiosos... uma vaga cedida num ônibus ou metrô lotados, dez centavos que faltam para pagar uma conta na fila de supermercado...
Extraterrestres do mal: esse povo todo aí (precisa dizer nome? Tá quase virando palavrão!) que vive sugando a gente, com suas enormes panças que não cabem nas calças, com papadas que não lhes deixam (ou porque não querem que nós os entendamos mesmo) dizer as coisas direito. Também uma gentezinha que vive de passar a perna nos outros, que não quer fazer nada, mas torce o nariz quando a gente está fazendo (você conhece alguém assim?) e por aí vai, use o espaço a seguir e acrescente um à lista.................................................................
O que quero dizer com tudo isso é que dá pra ficar sim no mundo da Lua, mas para o bem ou para o mal, como tudo na vida. E como tudo na vida também as coisas podem ser canalizadas para o lado positivo ou negativo.
Antes de conquistar Lua, Marte, Júpiter ou seja lá o que ou quem for, precisamos reconquistar nossa querida e amada Terra. Ela tá tão precisada, meu Deus! A coitada tá tão judiada, Jesus Cristo! Precisamos também de reconquistar nossos semelhantes. Parece que cada vez mais estamos nos escondendo uns dos outros ou, no máximo, nos aproximando por interesse.
No mundo da Lua ou aqui no mundo da Terra mesmo, só se for para o bem!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

PELAS BARBAS DOS PROFETAS!


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
www.antonioluceni.blospot.com


Ah, como é bom estar em férias!!! Pés para o alto, dormir e acordar tarde, comer o dia todo sem parar, sem gente no seu ouvido reclamando disso ou daquilo... Férias também é bom pra gente viajar, conhecer novas pessoas e lugares.
Apesar de eu estar numa quase férias (sim, porque só consigui fugir por uma semana para dar uma relaxada, refrescar as ideias...), aproveitei para dar uma fugidinha até Minas Gerais. Desta vez tirei alguns dias para conhecer Congonhas... ainda não a conhecia.
Uma cidade muito aconchegante e visualmente muito agradável. O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, que agrega o conjunto de esculturas dos doze profetas em pedra sabão, é um verdadeiro museu a céu aberto. Esculpidas entre 1795 a 1805 é a principal atração turística-cultural da cidade. A maior parte das pessoas que vão para lá está interessada em ver as esculturas que são realmente maravilhosas.
Todo movimento e dramaticidade conseguidos por Aleijadinho em seu trabalho é muito encantador. A relaçao entre os doze em seu conjunto sugere mesmo uma grande discussão, reflexão sobre muitas coisas. Parece mesmo que os profetas estão preocupados com o que os visitantes estão comentando, com suas atitudes – acredita que tem gente que ainda insiste em querer pixá-los, subir a mureta para tirar foto ao lado ou coisa assim?
De lá do alto, onde estão, conseguem ver o mundo mineiro, suas montanhas e povos. Lá do alto onde estão, ficam a lançar bençãos sobre o povo, mas também – como profetas que são – nos exortam, nos aconselham, nos orientam...
Isaías, Jeremias, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Abdias, Amós, Jonas, Habacuc e Naum. Isaías, ajude-nos a ter um bom dia. Jeremias, não nos deixe cair em fantasias. Baruc, não nos deixe ficar malucos. Ezequiel, ajude-nos a entrar no céu. Daniel, tire de nossas vidas as amizades de fel. Joel, seja nosso papai Noel. Abdias, proteja todos os nossos dias. Amós, seja bom pra todos nós. Jonas, em nossa vida coloque pessoas bacanas. Habacuc, será muito bom que nos escute. Naum, não nos deixer virar qualquer um.
É uma oração espontânea. Não é nada de confusão, apenas uma oração. Na terra das muitas igrejas, das rezas e das proezas, não encontrei melhor linguagem pra falar, do que com rimas pra explicar. Poetas, aqui não faltam... Drummond, Otto Lara Rezende, Elias José... Por isso acho que a rima é apropriada para descrever Minas. Ainda que rimas pobres!!
Pelas barbas dos profetas! Quantas coisas passaram e passam. Muita gente fala de Aleijadinho, sobre suas intenções ao esculpir as famosas estátuas, mas ninguém nunca pergunta pra elas a cumplicidade que tinham. Tal qual Michelangelo poderíamos falar para elas: “Falem!”.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

domingo, 5 de julho de 2009

Michael Jackson: um fenômeno


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
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Tá todo mundo literalmente falando nele... Acho que também posso dar meu pitaco... Michael Jackson. A primeira imagem que tenho deste fenômeno pop das últimas décadas está associada ao triller. Pois é, seu mais famoso álbum/clipe está gravado na memória de muita gente. Na minha, um garoto com 7 ou 8 anos, no início da década de 80. Aqueles monstros todos, num bailado simétrico era meio confuso pra mim... um misto de terror e arte.
Talvez Michael Jackson fosse isso mesmo ao longo de sua existência... uma mistura de bem e mal, de herói e vilão, um negro e um branco ao mesmo tempo, uma criança no corpo de um adulto, adorado e repugnante, bilionário e devedor... Esse sobe e desce, esses dois lados da mesma moeda caminharam com ele e agora, mesmo depois de morto, propõe novo enigma: um acidente ou morte morrida, como diria minha vó?
O fato é que este camarada fez (e faz) parte da trilha sonora de muita gente. Namoros e beijos secretos, passos de dança para o primeiro baile ou ida a discoteca, o primeiro porre, carros acima da velocidade permitida... Certamente todos temos alguma história com uma música de Michael Jackson de fundo.
Antes dele, talvez Elvis Presley... É, acho que sim... Os dois disputarão espaço na memória da gente. Confesso que não sou muito fã de Michael, não. Mas sabe aquelas coisas que a gente não sabe muito bem como e de que forma mas acabam fazendo parte da vida da gente? É isso que acontece. Nunca fui de acompanhar Michael Jackson. Aliás, não sou tiete de cantor ou ator algum. Gosto, aprecio alguns trabalhos, mas me serve somente para aquele momento, num ou noutro filme, numa ou noutra música, mas só isso. O carpem die, somente o momento, entende?
Penso até que irá deixar uma lacuna, sim. Sei que contribuiu no que diz respeito aos grandes shows, às grandes produções... Mas vai ficar por aí. Seu trabalho nunca nos deixará esquecer dele. Mesmo pessoas como eu, nem tão ligadas assim nele.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.