segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vento, ventania...

Foto: Angelo Cardoso

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Foi também numa ventania que Dorothy chegou à Terra de Oz, com cachorro e tudo. Foi por conta de uma ventania que Dorothy passou a viver aventuras e perigos, experiências e caminhos que, não fosse desta forma, não os teria vivido.

Pois é, na última semana também tivemos nosso dia de ventania. Fomos arrancados de nossos cantos, tal qual a menina no romance de L. Frank Baum, e seduzidos à rua, à se proteger sob um abrigo qualquer, à se esconder debaixo da cama ou mesa com receio de que o teto da casa desabasse sobre nossas cabeças.

Saí ligando pra todo mundo: “Tá tudo bem por aí?”, “Você tá no trânsito ou tá em casa?”, “Se cuida, hein...”, “Rita, feche as janelas e coloque os periquitos debaixo da área!”... De repente, um estrondo... Bruuuuuuuummmmmmmmmm!! “O que foi isso, meu Deus?”. Com o baque de uma madeira que se soltou de tapume de um edifício em construção, o estouro de um transformador de energia.

Árvores arrancadas pela cidade toda, casas destelhadas, outdoors derrubados, sujeira e mais sujeira por todos os lados. E chuva? Nada. Só vento mesmo. Poeira que não acabava mais. Senti-me um “bife empanado”. Ai que agonia: todo o corpo recoberto por uma fina camada de terra, os olhos raspando como se estivessem com conjuntivite, o gosto de terra na boca (sabe lá de onde ela vinha: de cemitério? de um vaso de planta? dum cantinho ali de jardim?). “Do pó vieste e para o pó voltarás”, a profecia se cumprindo. Só que ao revés, já que não estávamos voltando ao pó, mas era o pó que estava voltando-se contra nós!

Tal qual na Terra de Oz, as pessoas deveriam colocar um coração na rígida e fria lataria: hora de exercitar o altruísmo e a humanidade: “Entre pra cá, aconchegue-se aqui até a tempestade passar”.

Tal qual na Terra de Oz, muitos tiveram que deixar o medo e, com intrepidez e valentia, prosseguir adiante: “Tenho que chegar em casa, ver se minha família está bem. É preciso seguir em frente”.

Tal qual na Terra de Oz, era preciso pensar a melhor maneira de controlar a ansiedade, não transformar a situação em pânico, manter tudo dentro da mais perfeita harmonia a partir da razão, da racionalidade, do bom senso.

Fiquei pensando nessas coisas todas durante o período em que sofríamos a ventania. Fiquei pensando também que, tal qual na história da menina Dorothy, as pessoas poderiam encarar, cada qual a seu modo, as dificuldades da vida como um grande desafio que, a partir da união das virtudes e fraquezas de cada um, poderiam ser superadas.

Fiquei pensando que, tal qual na Terra de Oz, também pudéssemos resolver nossos problemas com a nossa própria força interna, com a capacidade que cada um de nós tem de ser criativo, solidário, altruísta, audaz... e sem “planos mágicos”, já que de fato não havia “mágico” algum em Oz.

Fiquei pensando nestas coisas todas e na possibilidade de elas se tornarem realidade para o bem de uma cidade melhor, mais fraterna, em que seus moradores, todos, tivessem somente o desejo de vê-la prosperar, sem interesses escusos e mesquinhos.

Fiquei pensando assim... quando, paulatinamente, o vento foi cessando, a poeira foi abaixando e só sobraram folhas e muita terra no chão.

“Hora de limpar tudo e voltar para realidade”.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PALESTRA: Pais e filhos, leitura e livro: um diálogo possível


Palestra dirigida aos pais e professores do Colégio Nossa Senhora Aparecida de Araçatuba na VII Feira do Livro

Araçatuba 23.09.2011

Ontem, quinta-feira, o Prof. Antonio Luceni ministrou uma palestra dirigida aos pais e educadores do Colégio Nossa Senhora Aparecida a partir da relação formação de leitores x família e escola.

Entre as várias abordagens feitas, discutiu-se a importância da família como grande colaboradora do "letramento familiar", com ações práticas do cotidiano que corroboram para a aproximação das crianças e livros de forma mais harmônica, prazerosa e estimulante.

Para o professores, a questão fundamental discutida foi a de o professor também ser um bom leitor, já que para ensinar a ler é preciso gostar de ler.

Abaixo, os principais tópicos discutidos:

“As pessoas aprendem a ler antes de serem alfabetizadas, desde pequenos, somos conduzidos a entender um mundo que se transmite por meio de letras e imagens. O prazer da leitura, oriundo da acolhida positiva e da receptividade da criança, coincide com um enriquecimento íntimo, já que a imaginação dela recebe subsídios para a experiência do real, ainda quando mediada pelo elemento de procedência fantástica.” (ZILBERMAN, 1984)

AULA DE LEITURA

Ricardo Azevedo

A leitura é muito mais do que decifrar palavras/ Quem quiser parar pra ver pode até se surpreender/ vai ler nas folhas do chão se é outono ou verão;/ nas ondas soltas do mar se é hora de navegar;/ e no jeito da pessoa se trabalha ou se é à-toa/ na cara do lutador, quando está sentindo dor;/ vai ler na casa de alguém o gosto que o dono tem;/ e no pêlo do cachorro, se é melhor gritar socorro;/ e na cinza da fumaça, o tamanho da desgraça;/ e no tom que sopra o vento, se corre o barco ou se vai lento;/ e também no calor da fruta,/ e no cheiro da comida,/ e no ronco do motor,/ e nos dentes do cavalo,/ e na pele da pessoa,/ e no brilho do sorriso,/ vai ler nas nuvens no céu,/ vai ler na palma da mão,/ vai ler até nas estrelas,/ e no som do coração./ Uma arte que dá medo é a de ler um olhar,/ pois os olhos tem segredos difíceis de decifrar.

In: 19 poemas desengonçados, Editora Ática.

“A leitura é uma amizade.”
Marcel Proust

“O desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes da leitura é um processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora.” (BAMBERGER, 2000)

“O homem é um ser simbólico.”
Ernst Cassirer

“... somos nós que plasmamos o mundo com nossa atividade simbólica, somos nós que criamos e fazemos mundos em nossas experiências.” (MOURA, 2000)

“A linguagem sempre foi reconhecida com um intermediário entre o homem e as coisas. (...) ... é o mais importante processo simbólico, sendo que ela distingue os homens dos demais seres.” (MOURA, 2000)

“A linguagem por essência é metafórica e incapaz de descrever as coisas diretamente, consequentemente, remete-se, então, às formas de descrição simbólicas.” (MOURA, 2000)

PONTOS RELEVANTES SOBRE LEITURA:

1. Fenômeno recente: surge na Europa no séc. XVIII – produção de livros em escala;
2. Valorização da família e a presença do livro nos lares (principalmente das mulheres e filhos);
3. A prática da leitura é considerada como algo importante em sociedade;
4. Esse novo modelo familiar (burguês) será responsável pela formação de leitores em âmbito doméstico;
5. A leitura em casa deve estar ligada ao lazer, ao deleite, à gostosura;
6. Hábito de leitura (repetição mecânica, repetição de sinais) x ato de ler (ancorado no exercício, articulação do pensar, agir e do modo de escolha) - Paulo Freire;
7. A família constitui-se como grande contribuidora no âmbito do letramento familiar. De que modo?:
a) contando histórias na hora de dormir;
b) ensinando canções e cantigas de roda às crianças;
c) no próprio exemplo dos pais lendo;
d) no possibilitar o acesso aos bens escritos (jornais, revistas, e-books);
e) em visitas a livrarias e bibliotecas;
f) presenteando com livros;
g) estimulando e ouvindo as histórias que as crianças têm para contar a respeito de sua rotina diária, incluindo a escolar;
h) Além de muitas outras ações que podem (e devem) ser inseridas nas práticas diárias de convívio família e livro;
Dentre os muitos benefícios trazidos, o estreitamento de laços e aproximação entre filhos e pais serão consequência de tais ações.
8. Toda leitura vale a pena, mesmo as consideradas mais banais. Como diria Mindlin, “o importante é ler de tudo”;
9. As leituras devem ser desafiadoras e, paulatinamente, mais complexas e instigantes. Comece por HQ , passe por autoajuda e chegue até os clássicos e contemporâneos;
10. Crianças que têm acesso aos livros e outras mídias literárias desde cedo, no lar, com a família, têm maior propensão a se tornarem leitores mais eficazes e assíduos;
11. “Comunidade de leitores” – Róger Chartier – família como uma comunidade privilegiada pelos laços que tem, pela livre troca de experiências, pelo tempo por que passam juntos seus membros etc;

Por que literatura?

“Quem começa pela Menina da capinha vermelha pode acabar nos Diálogos de Platão, mas quem sofre na infância a ravage dos livros instrutivos e cívicos, não chega até lá nunca. Não adquire o amor da leitura.” (LOBATO, 1964)

“Não se pode pensar numa infância a começar logo com a gramática e retórica: narrativas orais cercam a criança da Antiguidade, com as de hoje. (...) mitos, fábulas, lendas, aventuras, poesia, teatro, festas populares, jogos e representações variadas ocupam no passado, o lugar que hoje concedemos ao livro infantil.” (MEIRELES, 1984)

PONTOS RELEVANTES SOBRE LEITURA LITERÁRIA:

1. Desempenha o papel de transcendência literária. Propõe experiências internas no ato da leitura que ajudam e clarificam questões do mundo real;

2. O maniqueísmo presente em alguns textos literários (ex.: contos de fadas) facilita a compreensão de valores básicos da conduta humana e do difícil convívio social;

3. No mundo encantado dos heróis, a criança, inconscientemente, se identifica e resolve sua situação pessoal trazendo para o seu mundo exterior e experimentando equilíbrio de ação.

4. Vivemos tempos diferentes, com mudanças de valores e filosofias de vida. Existe um movimento de desconstrução e adaptação das histórias clássicas. Uma bruxa pode ser boa e uma fada má, ou as duas ao mesmo tempo.

Referências bibliográficas:
 
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000.
LOBATO, Monteiro. Conferências, artigos e crônicas. São Paulo: Brasiliense, 1964.
MEIRELES, Cecília. Problemas da literatura infantil. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil: livro, leitura, leitor. In. A produção Cultural para a criança. São Paulo: Mercado das Letras, 1984.

Intercâmbio literário

"Filho de branco e do preto correndo pela estrada atrás de passarinho, pela plantação a dentro, crescendo os dois meninos sempre pequeninos..."

Milton Nascimento e Belmondo

(e/d) Clara Beatriz, Franciele, Yago e Maria Eduarda

Estudantes do bairro rural Água Limpa apresentam projeto literário na VII Feira do Livro do CNSA

Araçatuba 23.09.11

A tarde do dia 22 de setembro, ontem, foi de grande troca de experiência entre estudantes do Ciclo I do Ensino Fundamental das escolas "Prof. Fernando Gomes de Castro" (Sistema Municipal de Ensino de Araçatuba) e do "Colégio Nossa Senhora Aparecida" (Escola da Rede Particular de Ensino da mesma cidade).

Sob convite dos organizadores da Feira, quatro alunos da escola "Fernando Gomes de Castro"- Clara Beatriz, Yago, Franciele e Maria Eduarda - representaram as turmas do 4º ano e 4ª série da referida escola na apresentação do projeto de criação literária e ilustração desenvolvido no primeiro semestre de 2011, que culminou com a "publicação" do livro "Nossos nós de cada dia".

A aluna Clara Beatriz relatou as várias etapas passadas e vivenciadas por eles na elaboração do livro - leitura de antologia selecionada de acordo com o tema de interesse (nós), dinâmicas e atividades de vivência em grupo a fim de perceber os vários tipos de nós existentes em nossas vidas, audição de músicas e declamação de poemas temáticos (A agulha e a linha, de Machado de Assis e o Laço e o abraço, de Mário Quintana, Nave terra, de Rita Lee etc...), além da produção coletiva do texto literário e da oficina de ilustração.

A grande ênfase foi para o dia do lançamento, onde até o prefeito da cidade, Cido Sério, e a secretária municipal da educação, Beatriz Soares Nogueira, estiveram presente. Sem contar, é claro, na alegria da presença dos familiares e o orgulho dos filhos na condição de escritores mirins.

A equipe do Colégio Nossa Senhora Aparecida (coordenadoras e professoras) recebeu de forma bastante calorosa os representantes da EMEB Fernando Gomes de Castro que, além dos alunos, estava representada pela Diretora, Nara Leda Franco, pela professora das turmas, Carlinda, pela mãe de alunos da escola, Luciana, e pelo professor Antonio Luceni, colaborador do projeto, representante da Secretaria Municipal da Educação.

Durante a apresentação do projeto, os alunos do Colégio Nossa Senhora Aparecida interferiram grandemente, fazendo perguntas, partilhando de experiências de leitura, trocando impressões com os alunos-escritores de Água Limpa.

Foi uma experiência, segundo as próprias crianças envolvidas, muito rica e inesquecível. Todos saíram do encontro bastante entusiasmados, inclusive com o convite para que os alunos do Colégio Nossa Senhora Aparecida fossem também levar alguma experiência interessante e fazer uma visita na EMEB Fernando Gomes de Castro.

O momento foi finalizado com a visitação dos estudantes da Água Limpa nas salas temáticas da Feira e, por último, com um delicioso lanche coletivo.

Equipe escolar de Água Limpa (e/d) Profa. Nara (Diretora), Clara Beatriz, Franciele, Yago e Maria Eduarda (alunos), Luciana (mãe de aluno) e Profa. Carlinda.

Prof. Antonio Luceni (representante da SME) faz abertura do momento

Clara Beatriz apresenta o projeto de literatura desenvolvido pelas turmas da
EMEB Fernando Gomes de Castro, Água Limpa.

A apresentação foi costurada com intervenções das crianças presentes.

As alunas Clara Beatriz e Franciele mostram as ilustrações
originais que compuseram o livro "Nossos nós de cada dia".

O aluno Yago faz a leitura de um dos textos utlizados ao longo do projeto.

A aluna Maria Eduarda faz a leitura poética de "O laço e o abraço", de Mário Quintana.


O apólogo "A agulha e a linha", de Machado de Assis,
é interpretado pelo grupo para os alunos do CSNA.

Os alunos do CNSA interagem o tempo todo com perguntas,
troca de experiências e informações sobre o que está sendo discutido pelo grupo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Feira do livro


VII Feira do Livro do Colégio Nossa Senhora Aparecida – Araçatuba/SP

Araçatuba 21.09.11

Entre os dias 21 e 23 de setembro, ocorrerá nas dependências do Colégio Nossa Senhora Aparecida, no município de Araçatuba/SP, a 7ª Edição da Feira do Livro.

Serão dias de palestras, saraus, lançamento de livros, mesas temáticas, apresentações culturais, oficinas literárias, encontros com escritores e muito mais.

Tradição

O Colégio Nossa Senhora Aparecida é pioneiro na implantação da Feira do Livro no município de Araçatuba, tendo contribuído ao longo destas sete edições do projeto na formação de leitores, estímulo à publicação, além de envolver a comunidade araçatubense com várias ações, entre as quais, abrindo suas portas para visitação de escolas públicas e particulares, autoridades e profissionais do livro, além da própria comunidade educativa.

Nesta 7ª edição do evento vem retomar esse percurso de forma bastante significativa e adequada, já que a presença da leitura em nossa sociedade está cada dia se tornando algo mais corriqueiro, tanto a partir de tecnologias já consagradas, como livros, jornais, revistas etc, quanto com novas tecnologias como e-books, tabletes, computadores etc.

Presença

Entre as várias participações na VII Feira do Livro do Colégio Nossa Senhora Aparecida, gostaríamos de destacar as participações dos escritores:

Jordemo Zaneli Junior, da cidade de Buritama. Advogado e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE, fará noite de autógrafos do seu mais recente livro “A garota rockstar”, Editora Somos, no dia 21/09, quarta-feira, a partir das 20h.

Antonio Luceni, membro e diretor da União Brasileira de Escritores – UBE, com a palestra; “Pais e filhos, leitura e livro: um diálogo possível”, que ocorrerá no dia 22/09, quinta-feira, a partir das 17h30min. A palestra é voltada para o público adulto (pais, professores, estudantes do magistério e interessados em geral).

Todo o evento é gratuito e aberto ao público.

Maiores informações:
http://www.redesagrado.com/cnsa/ ou pelo fone (18) 3609 6609

Colégio Nossa Senhora Aparecida
Praça Monsenhor Victor Ribeiro Mazzei, 184
CEP 16010-430 - Araçatuba – SP

A UBE (UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES) É PARCEIRA DE BOAS IDEIAS COMO ESTA!

Fonte: http://www.blogdaube.blogspot.com/

Parabéns, meu sobrinho!


Hoje faz um ano que ele nasceu.

Já veio ao mundo como guerreiro, suportando intempéries e lutando para sobreviver. Ficou quase um mês na UTI, em Belo Horizonte, recebendo cuidados médicos e amparado pela sua mãe, a Linda, minha irmã.

Foram dias de angústia, de sofrimento para todos nós, especialmente para os que estavam mais próximos dele e acompanharam diariamente, hora por hora, esses seus primeiros dias na terra.

Minha mãe, Maria, também esteve por lá. Cuidando da irmã mais velha, a Júlia, que, na ocasião, estava com seus dois aninhos.

O pai, Marcelo, se desdobrava entre o serviço e o atendimento aos dois filhos, à esposa e à sogra que também dependiam de suas decisões e iniciativas para transporte, alimentação, remédios etc.

O menino já veio dando despesas dobradas!!! Leite especial por conta de rejeição ao comum e uma contra astronômica de UTI.

Mas todos fazendo tudo com muita alegria. Afinal, os filhos, netos e sobrinhos, as crianças em geral, são presente de Deus na vida da gente.

Hoje, olhamos para trás e agradecemos a Deus pelo milagre realizado na vida do Miguel. Vê-lo forte, sadio, bagunceiro que só vendo, é muito gratificante para todos nós, especialmente para seus pais e irmã. Sua família.

Nosso desejo é que Deus o conserve sempre assim: batalhador, cheio de vida, simpático pra caramba e um ser humano do bem.

Parabéns, meu sobrinho. Deus o abençoe muito!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

HTPC EM ÁGUA LIMPA


Professores da escola rural de Água Limpa recebem orientação sobre o trabalho com literatura infantil

Araçatuba 20.09.11

A manhã de terça-feria foi de muita discussão e reflexão na Escola Municipal de Educação Básica - EMEB Fernando Gomes de Castro a respeito da Literatura Infantil.

Estivemos todos reunidos em mais uma etapa de um projeto da EMEB que tem a literatura como fio condutor ao entorno da valorização e autoidentificação da história do bairro rural Água Limpa e as próprias crianças que lá estudam.

A proposta é discutir sobre uma série de questões a respeito da literatura e do livro, de modo a envolver os estudantes em suas próprias rotinas e vivências e, a partir delas, produzirem textos estéticos, ilustrações etc, que culminarão com a publicação de um livro que irá misturar tanto literatura quanto a história do bairro.

O tempo dedicado a este projeto será de aproximadamente um ano e envolverá todos os alunos da EMEB.

Pontualmente estarei contribuindo na orientação dos professores em HTPCs, bem como aplicando oficinas de texto e de ilustração juntos aos alunos.

EXPERIÊNCIA

Um projeto semelhante foi realizado no início do ano letivo de 2011 com os alunos do 4º ano e 4ª série, com o intuito de identificar o papel do ilustrador na concepção da obra literária infantil.

A partir das leituras, pesquisas e produções realizadas, foi publicado um livro coletivo sob o título "Nossos nós de cada dia". No lançamento o prefeito Cido Sério e a secretária da Educação, Beatriz Soares Nogueira,  prestigiaram e estimularam a iniciativa entre os alunos do Sistema Municipal de Ensino de Araçatuba/SP.

Como desdobramento ainda desta ação, alguns dos alunos que vivenciaram esta experiência irão intercambiar com outros alunos do Colégio Nossa Senhora Aparecida - CNSA, expondo a referida ação e o passo a passo desenvolvido até a "publicação" da obra, na VII Feira do Livro do CNSA.

É a literatura modificando vidas para melhor!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Domingo



Antonio Luceni

─ Você vem?

─ Não sei... acho que sim... Vou ver com a Célia primeiro, depois eu te ligo.

─ Tá, jóia. Fico aguardando.

─ Bom dia.

─ Bom dia...

─ Então, tô querendo fazer um churrasquinho, hoje, na hora do almoço. Tá a fim de vir?

─ Peraí...

(Ô nega, tá a fim de ir para um churrasco na casa do Antonio?

─ Vamos, sim. O que precisa levar?

─ Ah, traga só o que vocês vão beber.

─ Oi, posso falar?

─ Fala.

─ É que tô pensando da gente fazer um churrasco agora para o almoço. Você vai viajar?

─ Acho que não. Ao menos até agora ninguém me disse nada.

─ Então, pode ser?

─ Tá. O que precisa levar?

─ Nada, não. Só a bebida.

─ Mãe? Tudo bem?

─ Tudo bem, filho. E você?

─ Jóia. Então, combinei com os meninos da gente fazer churrasco agora no almoço. Passo aí pra pegar vocês daqui uma meia hora. Tudo bem?

─ Tá jóia. Beijo...

(A vida vai e vem em todos os lugares. Em cada canto, para cada pessoa, em cada família o domingo é diferente. Enquanto alguns estão se levantando tardiamente, com seus olhos ainda embaçados pelas lágrimas noturnas – sim, porque a gente chora quando está dormindo com medo de não acordar –, outros já estão na luta há algum tempo. Enquanto listas de comidas são feitas e filas de supermercados compridas nas manhãs de domingo, outros se quer têm o que colocar na panela.

O domingo para alguns é comer, dormir e sonhar. Para outros, dia normal, dia besta, dia que não acaba nunca pra segunda começar e, diluídos pela rotina e pela mesmice, ao menos se sentirem úteis no mundo com o exercício de um ofício.

O domingo na maioria das casas é Domingão do Faustão, Construindo um sonho com o Gugu e partida de futebol, logo mais à tarde. Se o time vencedor for o meu, vou para o bar beber e comemorar. Caso tenha perdido, vou beber do mesmo jeito para afogar as mágoas.

Mas o pior mesmo do domingo é o final da tarde. Uma melancolia horrorosa, vontade de chorar, pular de precipício, ler matéria de jornal... Aí, cada qual para o seu canto, cheiro de gordura pela casa, sobras de carne assada, um pouco de maionese, mandioca ressequida e refrigerantes chocos na geladeira.)

─ E o pai, não vai por quê?

─ Ah, sei lá! Tô com um negócio ruim no corpo.

─ Esse velho não tem jeito. Não gosta de estar com a família dele.

─ Vamos embora, então, mãe. Deixa esse velho pra lá!



Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

sábado, 17 de setembro de 2011

PRESENTE DE AMIGO


A gente vai se envolvendo com as coisas e as coisas vão se envolvendo com a gente. A partir daí uma coisa para a ser a outra e vice-versa.

Já vai pra um ano que estou envolvido diretamente com Arquitetura e Urbanismo. De lá pra cá quanta coisa - meu Deus! - já foram absorvidas, quanto aprendizado e quanta alegria em participar disso tudo.

Daí vem o Orlandeli, cartunista e desenhista de primeira, e me presenteia com uma caricatura de mim como estudante de Arquitetura.

Olha só a quantidade de peso que um arquiteto leva sobre as costas, minha gente! É, a responsabilidade e o peso da profissão já nos acompanham desde os primeiros passos.

Obrigado, amigão Orlandeli, pelo presente maravilhoso.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

FORMAÇÃO AEE - SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE ARAÇATUBA


Manhã dinâmica, a de hoje, com as professoras do AEE (Atendimento Educacional Especializado) da Secretaria Municipal da Educação de Araçatuba/SP.

Na manhã de hoje, 16/09/, na Escola Municipal "Francisca de Arruda Fernandes", ministrei uma palestra sob o título "Literatura Infantil: um texto especial para crianças especiais" para um grupo de professoras do Sistema Municipal de Ensino de Araçatuba, AEE (Atendimento Educacional Especializado).

Foram feitas considerações referentes a utilização da Literatura Infantil e Juvenil como instrumento de inclusão e de autoidentificação.

Gostaria de agradecer publicamente o envolvimento do grupo de profissionais que lá estiveram. Professoras engajadas no trabalho com Educação Especial e que têm dedica suas vidas para fazer diferença de forma positiva na vida das famílias e, especialmente, das crianças que por elas passam.

Parabéns à Márcia, à Elaine e à Patrícia que tão diligentemente conduzem as ações da Rede nesse sentido.

ROTEIRO DE DISCUSSÃO:

Literatura infantil: um texto especial para crianças especiais

Por
Antonio Luceni é graduado em Letras (Unitoledo), pós-graduado em Ensino do Texto (Unesp) e mestre em Letras (UFMS). Escritor, diretor da União Brasileira de Escritores – UBE, é autor de, entre outros, Júlia à procura da consciência perdida e Com quantos chapéus se faz um Chapeuzinho e coordenador dos Projetos de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil da Secretaria Municipal de Educação – Araçatuba/SP.

Literatura infantil: um texto especial...

Todos sabemos que o texto literário é um texto especial. A linguagem empregada pelo escritor ou poeta num texto literário/estético distingue-se das demais linguagens utilizadas por nós (didática, jornalística, pragmática, científica etc...).

Desse modo, pela sua própria natureza, o texto literário soa aos nossos ouvidos, mostra-se aos nossos olhos, impregna-se aos nossos dedos, cola-se ao nosso cérebro de forma muito particular. A rigor, quando entramos em contato com o texto literário, adentramos a um outro universo, a uma outra sintonia a que não estamos acostumados. Daí o estranhamento frente ao texto estético. Daí as emoções, sensações e sentimentos ganharem outra dimensão em nossas vidas, a ponto de a gente chorar ou rir, ficar alegre ou triste, reflexivo, com raiva etc., etc., etc...

Quando o texto literário aparece na sala de aula, na vida de nosso aluno, ou simplesmente, da criança ou adolescente vai mexer com ele, vai tirá-lo da “sintonia” costumeira e lançá-lo numa rede de sensações que lhe serão muito particular e a partir das quais enxergará o mundo sob uma outra ótica.

Vejamos este exemplo a fim de ilustrar o que foi dito antes:

1)      O corpo humano é uma mistura de elementos químicos feita na medida certa. As partes do corpo humano funcionam de maneira integrada e em harmonia com as outras. Os principais órgãos do corpo humano são: Baço, Bexiga Urinária, Célula, Cérebro, Coração, Dentes, Esôfago, Esqueleto, Estômago, Faringe, Fígado, Glândulas Salivares,  Intestino Delgado,  Intestino Grosso, Laringe, Pâncreas, Pulmão, Rins, Sangue, Traquéia, Vesícula Biliar... (texto retirado da internet)

2)      “O imperador Carlos Magno, já em avançada idade, apaixonou-se por uma donzela alemã. Os barões da corte andavam muito preocupados vendo seu soberano entregue a uma paixão amorosa que o fazia esquecer sua dignidade real e negligenciar os deveres do Império. Quando a jovem morreu subitamente, os dignitários respiraram aliviados, mas por pouco tempo, pois o amor de Carlos Magno não morreu com ela. O imperador mandou embalsamar o cadáver e transportá-lo para a sua câmara, recusando separar-se dele. O arcebispo Turpino, apavorado com essa paixão macabra, suspeitou que havia ali um sortilégio e quis examinar o cadáver. Oculto sob a língua da morta encontrou um anel com uma pedra preciosa. A partir do momento em que o anel passou às mãos de Turpino, Carlos Magno apressou-se em mandar sepultar o cadáver e transferiu seu amor para a pessoa do arcebispo. Turpino, para fugir àquela embaraçosa situação, atirou o anel no lago Constança. Carlos Magno apaixonou-se então pelo lago e nunca mais quis se afastar de suas margens.”

(Narrativa popular a respeito de Carlos Magno, sintetizada por Ítalo Calvino)

... para crianças especiais.

Primeiro caberia aqui discutir o que seria uma “criança especial”. Penso que todos tenhamos todas nossas crianças como “crianças especiais”. Todas, de algum modo, têm suas carências e necessidades especiais, seja no campo físico ou mesmo no afetivo.

É lógico que não queremos aqui maquiar uma situação nem fugir à questão. Não. Mas a provocação é justamente no sentido de olharmos para crianças (e qualquer pessoa, já que adultos também são vítimas de preconceitos sob os mais variados temas) como seres POTENCIAIS, ou seja, com uma enorme força vital, uma verdadeira “potência” dentro de si que precisa ser explorada, maximizada, aproveitada, prestigiada e VISTA.

E, na literatura, isso tudo é possível. Justamente pelo fato de a literatura não ficar restrita a esse ou aquele círculo, a essa ou aquela classe social ou categoria de pessoa, isto é, pelo texto literário ser DEMOCRÁTICO e dialogar com quem quer que se aproxime dele é, por isso mesmo, um excelente INSTRUMENTO de autoidentificação, de emancipação, de vivências que TRANSFORMAM o olhar e o entendimento do leitor a respeito de si mesmo e de tudo que o rodeia.

Texto base: Literatura Infantil e Diversidade: construindo caminhos para a inclusão escolar.
Danielle Medeiros de Souza e Marly Amarilha (UFRN)

“... Natureza transdisciplinar do texto literário...” (p. 1)

“... Perpassam a formação do professor-leitor, a função social da leitura de Literatura e sua democratização, diante de novas necessidades que emergem do cenário educacional.” (p. 1)

“... explorar a inclusão escolar, (re)conhecendo a Literatura Infantil como um caminho significativo para a resolução de problemas que se inserem nos dois polos do processo educativo: ensino (...) aprendizagem...” (p. 1)

“... O processo de inclusão (ou integração total) implica na adaptação da instituição escolar para atender às necessidades especiais dos alunos na sala regular.” (p. 2)

“... o profissional da educação pode perceber o ensino de leitura e Literatura como prática necessária aos alunos que possuem necessidades educacionais especiais.” (p. 2)

“... cenário democrático de personagens e linguagens diferentes, espaço de abordagens inusitadas dos aspectos do cotidiano, lugar de vivenciar experiência catártica. Considerando essas particularidades da linguagem literária, entendemos a necessidade de um estudo sistematizado de suas contribuições para uma compreensão mais aprofundada acerca da diferença entre os sujeitos que compõem o âmbito educativo, percebendo o texto literário como meio privilegiado para promover o ambiente inclusivo que tanto se almeja.” (p. 2)

“... coloca-se a favor do texto literário (...) o desenvolvimento psíquico e compreensão dos conflitos na infância. (...) ‘imagens à criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção à sua vida’”. (p. 3)

“De modo específico, a Literatura atende a uma necessidade dos alunos especiais ao contribuir com a formação de sua identidade.” (p. 3)

“... o texto literário é um dos caminhos para o autoconhecimento, pois embora se remeta a personagens distantes e animalescos, sempre nos enviam ‘por refração’ uma imagem de nós mesmos, a cada momento de identificação na leitura, nos ajudando, com muita propriedade a aprender o que se passa dentro de nós.” (p. 3)

“... a literatura infantil (...) ao tratar com profundidade de problemas da vida, torna-se um veículo privilegiado para tratar de articulações entre Literatura e Educação Inclusiva, pois traz a discussão dos conflitos humanos de maneira única e expressiva e funciona como ‘portas que se abrem para determinadas verdades humanas’”. (p. 3)

“... nos referimos a obras que possuem qualidade literária...” (p. 4)

“Os textos a que a tradição reserva o nome de literatura, embora nascendo de uma elite e a ela dirigidos, não costumam confirmar-se às rodas que detêm o poder. Transbordam daí e, como pedra lançada às águas, seus últimos círculos vão atingir as margens...” (p. 4)

“Assim,  texto literário desponta a possibilidade de educar para incluir, pois como bem dissemos, a diversidade encontrada nessa manifestação da língua abre para o espaço para vozes excluídas, socialmente.” (p. 4)

“...a Literatura como terreno transdisciplinar que possibilita o conhecimento da realidade humana e uma ‘vivência simbólica de caráter problematizador, político e criativo”. (p. 4)

“...a Literatura é fundamental para um trabalho consciente e crítico de inclusão escolar.” (p. 4)

“...função libertária e desencadeadora de experiências...” (p. 4)

“...Literatura como um ‘instrumento útil, que oferece aos indivíduos com necessidades especiais a possibilidade de formação intelectual, necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades.” (p. 5)

“...as possibilidades de inclusão escolar a partir dos contos literários, valorizando seu caráter polissêmico na subversão de padronizações, na inserção do diferente e na ruptura com o processo de produção dominante de sentidos sociais.” (p. 5)

“A literatura infantil pode ser o cerne da construção de uma educação inclusiva, pois operando a partir de sugestões fornecidas pela fantasia e imaginação, socializa formas que permitem a compreensão dos problemas e demonstra-se como ponto de partida para o conhecimento real e a adoção de uma atitude que valorize as diferenças e as particularidades.” (p. 5)

“...a Literatura brinca com os desejos do leitor, promovendo uma análise de sua condição individual, provocando sua subjetividade. Essa reflexão em torno da própria condição é introspectiva e, portanto, essencial em uma proposta de educação inclusiva.” (p. 6)

Dinâmicas para reflexão de conceitos:



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ATENÇÃO CURSISTAS ATELIÊ

ATENÇÃO CURSISTAS DO ATELIÊ ANTONIO LUCENI - sábado, 17/09, não haverá o curso de gramática, com o Prof. Valdir Mendonça. Leiam recado na caixa de e-mail de vocês.

As ciladas da literatura infantojuvenil

Membros do Núcleo UBE Araçatuba e região (e/d): Jordemo Zaneli, Tido Damazo, Ana Almeida, Menalton Braff (palestrante da noite), Antonio Luceni, Marilurdes Campezi, Wanilda Borghi e Hélio Consolaro.

A segunda noite da III Semana de Literatura, ocorrida ontem, 14/09, conforme anunciada neste blog, foi brindada com a presença do escritor Menalton Braff, prêmio Jabuti (2000), membro e diretor da União Brasileira de Escritores - UBE.

Entre outras coisas, discorreu sobre o percurso da literatura infantil e juvenil, desde os contos de tradição oral, passando pelos grandes nomes da literatura universal que deram início a esse gênero literário (Perrault, irmãos Grimm, La Fontaine, Andersen etc..), até os dias atuais, tendo Monteiro Lobato como principal expoente brasileiro.

Questões estéticas tanto do plano formal quanto do plano do conteúdo foram abordadas de modo objetivo e didático pelo escritor, que também atuou grande parte de sua vida como professor de Literatura.

Houve intensa participação dos presentes no final da palestra, com perguntas dos mais variados gêneros.

Um pouco sobre o autor:



Menalton Braff, gaúcho de Taquara, após conclusão do o Ginásio naquela cidade e o Colegial em Porto Alegre (RS), mudou-se, em 1965, para São Paulo (SP), cidade onde viveu por mais de vinte anos. Graduou-se em Letras pela Universidade São Judas Tadeu, fez pós-graduaçãoo (lato sensu) nessa mesma universidade, em que lecionou por cerca de oito anos. Dede 1987 mora em Serrana, cidade do interior do Estado de São Paulo, onde divide seu tempo entre o magistério (Língua e literatura), palestras, conclaves culturais e a produçãoo literária. Ainda na Capital paulista, publicou, sob o pseudônimo de Salvador dos Passos, um romance (Janela aberta) e uma coletânea de contos (Na força de mulher), pela Editora Seiva. Depois de receber vários prêmios em concursos de contos, no ano de 2000, seu livro de contos "À sombra do cipreste" (Editora Palavra Mágica) foi agraciado com o Prêmio Jabuti (Livro do ano – ficção). Seguiram-se "Que enchente me carrega?" (romance, Editora Palavra Mágica), "Castelos de papel" (Editora Nova Fronteira), romance com que se classificou entre os finalistas da Jornada de Passo Fundo no ano de 2003. Sua primeira experiência em literatura juvenil foi a novela "A esperança por um fio", publicada nesse mesmo ano pela Editora Ática. Em 2004 teve publicados o romance "Na teia do sol" (Editora Planeta do Brasil) e o romance juvenil "Como peixe no aquário", pela Edições SM, a mesma editora pela qual lançou, em 2005, "Gambito", seu primeiro livro infantil. Tem participado de Salões de Ideias e Cafés Filosóficos em Feiras do Livro (Porto Alegre, Bauru, Sertãozinho, Franca, Ribeirão Preto e Belém do Pará), além do Imaginário do Autor, na XII Bienal do Rio. Dirigiu várias Oficinas de Contos (Secretaria da Cultura e Sesc de R.Preto) e foi o Patrono da III Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

III Semana da Literatura - 2011

Ontem, 13 de setembro, foi aberta oficialmente a III Semana da Literatura de Araçatuba, uma promoção da Prefeitura Municipal de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, no auditório do SENAC.

Na mesma noite foi feita a entrega da premição dos selecionados no 24º Concurso Internacional de Contos "Cidade de Araçatuba".

Como Diretor da União Brasileira de Escritores - UBE, entidade parceira do evento, compus mesa juntamente com outros representantes da cultura e das letras do município de Araçatuba.

Na imagem acima (e/d): Aparecida Lacerda (Secretária de Ação Social e representante do prefeito no evento), Hélio Consolaro (Secretário da Cultura Municipal, membro da UBE), Marcelino Freiro (escritor e palestrante da noite) e Antonio Luceni (representante da UBE).

No dia de hoje, 14 de setembro, teremos a palestra com o escritor Menalton Braff, sob título: "A ciladas da literatura infantojuvenil." O escritor é jabuti (2000) e Diretor de Integração Nacional - UBE.

Marcelino Freire discutiu sobre os processos pelos quais passa para elaboração de seu trabalho e tratou também da forte influência que recebeu de seu conterrâneo Manuel Bandeira.

Marcelino Freire, natural de Pernambuco, vive em São Paulo desde 1991. Participou das coletâneas Geração 90 e Os Transgressores e foi um dos editores e escritores da revista PS:SP. É também autor de EraOdito, Angu de Sangue e organizador de Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século.



 

 

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Eu estava num intervalo de aulas, na sala dos professores, quando tudo aconteceu. De repente todos os canais interromperam suas programações e começaram a transmitir ao vivo o episódio que encerrava um século e começava um outro: os ataques contra os Estados Unidos, no 11 de setembro.
Vindo de onde veio, mais parecia um daqueles filmes de ação, com explosões para todos os lados, correria, gritos, helicópteros, sirenes e tudo o mais. De fato mais parecia uma produção hollywoodiana que uma cena real. Mas, infelizmente, era tudo verdade. Uma verdade que demorei perceber existir.
Foi quando, então, presenciei, juntos a outros tantos milhões de telespectadores no mundo todo, o segundo avião atingir a última torre do World Trade Center. Que cena terrível. Mesmo a quilômetros de distância foi como que se aquele impacto também me causasse surdez, me fizesse cobrir de poeira, tampasse minha respiração.
“Meu, Deus! Será mesmo?”. Não queria acreditar. Por mais que o mundo viva em conflito, por mais que a discórdia, a ganância, a ambição, o individualismo, a falta de respeito e amor pelo ser humano ainda sejam uma constante entre nós, não me acostumo com isso. E a verdade: não quero me acostumar. Porque no dia em que a intolerância e o desrespeito passarem a ser algo “aceitável” será nosso fim.
Muitas foram as cenas que me chocaram naquela semana e nos vários meses que se seguiram ao atentado: as mensagens de adeus que foram deixadas em celulares e secretárias eletrônicas, os pedidos de socorro não atendidos, civis e militares que deram suas vidas na tentativa de salvar outras tantas, depoimentos de pessoas que se atrasaram para chegar até os edifícios derrubados e que, por essa razão, ficaram livres da desgraça etc., etc. etc. Mas uma imagem particularmente, divulgada na revista Veja da semana passada, cravou-se em minha memória feito ideia fixa: um homem em pleno mergulho no ar para se livrar das chamas que assolavam às torres.
Uma ação de desespero que lhe garantiu alguns segundos a mais de vida. Uma ação descabida para nós, racionais demais, mas que, de alguma forma, deu conta de alimentar a esperança daquele que a cometeu. Lançando-se por sobre o nada ele se viu livre do final a que seus algozes queriam que tivesse. Mas quem eram seus inimigos? A quem procurava contrariar com tal gesto? Aliás, ele estava contrariando alguém ou algo? Quais teriam sido suas últimas palavras? Quais foram as imagens que passaram pela cabeça dele naqueles últimos segundos de vida? Será que sentiu muita dor ou teve a sorte de seu cérebro se desligar antes que o choque fosse consumado?
Estas respostas nós nunca saberemos. Assim como nos serão desconhecidas as reais intenções e ações tanto dos Estados Unidos quanto dos terroristas da Al Qaeda. Quem está certo? Quem está errado? Quem começou primeiro? Quem resolveu terminar? Terminou? Outras tantas questões surgem, mas uma coisa é certa: para esta geração, todo 11 de setembro será de tristeza.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

COLEÇÃO FOLHA GRANDES ARQUITETOS

Conforme anunciado aqui na semana passada, a partir de hoje até 1º de janeiro de 2012, todos os domingos, estarão presentes nas bancas de jornais de todo o Brasil exemplares da Coleção Folha Grandes Arquitetos.

Os volumes 1 e 2 foram comercializados hoje pelo valor de R$ 16,90 (os dois), sendo: vol. 1: Frank Lloyd Wright e Vol. 2: Renzo Piano. O próximo será o do nosso centenário Oscar Niemeyer.

Abaixo, vídeo montagem sobre a "Casa da Cascata", de Frank Lloyd Wright.

Boa coleção a todos!

sábado, 10 de setembro de 2011

CURSO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS


Deu-se na manhã de hoje, 10 de setembro, o CURSO DE TÉCNICAS DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ministrado pela Educadora e Contadora de Histórias Roberta Caetano da Silveira. Entre outros temas foram abordados os aspectos:


* O conto de literatura oral: uma viagem no tempo
* O contador de histórias
* Primeiros contadores
* O narrador
* Os contadores urbanos
* A narração
* O ouvinte
* O conto de literatura oral no contexto pedagógico
* Pequenos segredos das narrativas
* Você sabe contar histórias?
* Escolha da história  (Indicadores: faixa etária e interesses)
* Estudo da história infantil (Estrutura da narrativa)
* A narrativa: exploração e complemento musical
* Formas de apresentação das histórias
* Técnicas de contação
* Sugestões de atividades a partir da história

Obras indicadas para leitura:

BUSATTO, Cléo. Contar & Encantar: pequenos segredos da narrativa. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.


COELHO, Betty. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1991.


MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.