domingo, 25 de março de 2012

Olimpíada de Língua Portuguesa


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Amanhã, a partir das 19h, acontecerá no anfiteatro da Universidade Paulista o lançamento da 3ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Pelo segundo ano consecutivo, Araçatuba participa com 100% de suas escolas de Ensino Fundamental, envolvendo milhares de alunos nesta que é uma das mais importantes ações do Ministério da Educação, junto à Fundação Itaú Social, com orientação técnica do Cenpec, na formação continuada de professores da Educação Básica Nacional.
Histórico: A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro fundamentou-se na experiência do Programa Escrevendo o Futuro, desenvolvido pela Fundação Itaú Social e pelo Cenpec. Criado em 2002, o Programa constituía uma estratégia de mobilização dos professores por meio de um concurso de produção de textos, que teve três edições voltadas para professores de 4ª e 5ª série do Ensino Fundamental.

Em 2007, foi firmada parceria com o Ministério da Educação, o que possibilitou ampliar a abrangência das ações e a quantidade de anos escolares atendidos por essa iniciativa que passou a ser denominada Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, tendo sido incluída como uma ação do Plano de Desenvolvimento da Educação.

Em 2010, ano da 2ª edição da Olimpíada, inscreveram-se mais de 140 mil professores com uma estimativa de cerca de 7 milhões de alunos de 60 mil escolas públicas localizadas em quase todos os municípios do país (5.498).

Araçatuba: Nosso município participou pela primeira vez com 100% da Rede na 2ª edição da Olimpíada, com excelentes resultados. Não foram poucos os comentários de diretores, coordenadores, professores e alunos sobre o entusiasmo de escrever e produzir poemas, gênero destinado ao 5º ano. E o resultado da presença da formação e da Olimpíada em nossa Rede estendeu-se para além do concurso de textos, com alunos produzindo poemas espontaneamente meses depois de finalizado o concurso. Além disso, tivemos dois finalistas na fase estadual que, por pouco, não passaram para as duas últimas fases e foram ter, na ocasião, um encontro com o presidente Lula.

Formação: Ajuda preciosa é o apoio e dedicação dispensados pelas diretoras, coordenadores pedagógicos e professores de nossa Rede. É muito legal passar pelas escolas ao longo dos aproximadamente três meses nos quais as oficinas de texto são aplicadas e ver toda escola envolvida em leituras e mais leituras, produção de texto e, no final, os muitos saraus que ocorrem para fechar o ciclo. Muitas delas, inclusive, acabam por envolver as crianças das demais séries que não são contempladas pela Olimpíada. Os mais velhos declamam poemas para os mais novos, são oferecidas outras oficinas de criação e ilustração que não estavam programadas no material da OLP, pais e familiares são convidados a recitarem seus poemas prediletos etc. Enfim, uma grande festa da literatura.

Apoio: Tudo isso orquestrado pela Secretaria Municipal da Educação, sob a regência da secretária Beatriz Soares Nogueira e, é claro, com o entusiasmo do ávido leitor Cido Sério, nosso prefeito.
O desejo é que, assim como na edição anterior, nossas crianças sejam envolvidas com a magia da poesia. Amém!

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de Escritores – UBE.

quinta-feira, 22 de março de 2012

O mínimo é o máximo!

Casa Átrio - Minimalismo na Arquitetura

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um vôlei de futuro

Imagem retirada da internet sem crédito expresso.

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Domingo é família, não é mesmo? Quer dizer, todo dia é dia da família, todo dia é dia de dizer “eu te amo” pra quem a gente ama. Mas, com a correria do dia a dia, acabamos por nos encontrar ocasionalmente, aos finais de semana; mesmo morando na mesma cidade.

No último domingo, eu e minha família, depois de um dia agradável com conversas jogadas fora, cutucões um no outro, um churrasco animado e saboroso, fechamos o dia no Ginásio de Esportes “Plácido Rocha”, prestigiando uma partida das quartas de final do Vôlei Futuro. Três sets a zero sobre o Medley de Campinas. E olha que até jogador da Seleção Brasileira estava no time adversário.

A mim, causa alegria ver um time de nossa cidade ter tanta visibilidade nacional. É muito bom ver Araçatuba no circuito esportivo e tão bem colocada a partir de uma notícia tão boa que é vida saudável em todos os aspectos. É gratificante ver crianças, jovens e adultos com os olhos brilhando, com o sangue fervendo de emoção, expectativa frente a cada saque, a cada cortada, nos vários lances emocionantes que a bola e uma equipe proporcionam.

Já escrevi aqui algumas vezes, mas sempre é preciso lembrar: quanto mais investirmos em esporte, arte, educação e cultura mais contribuiremos para com uma sociedade mais justa, mais harmônica, mais fraterna, mais sadia...

Fico triste quando vejo um presídio sendo construído. Fico triste quando olho uma fortaleza de concreto sendo erigida na paisagem urbana, com tanto dinheiro gasto, com tanta infraestrutra para abrigar vidas que, por um motivo ou por outro, falharam, não contribuíram socialmente.

Então, iniciativas como estas, do Vôlei Futuro, só fazem com que nós nos alegremos, com que nós vistamos a camisa e compremos a ideia, que é boa, que é honrosa, que é de Deus.

Parabéns à Prefeitura de Araçatuba que apoiou a iniciativa. Parabéns, também, a empresa Reunidas Paulista que enxergou o potencial esportivo da cidade e que optou pelo nosso município para fazer acontecer a proposta. Pela iniciativa dessas instituições é que podemos almoçar ou conviver com pessoas como, vejam só, o Ricardinho, um dos maiores levantares do mundo, com o Michael, o Lorena, o Piá e os demais entusiastas jogadores.

Araçatuba entra no circuito dos burburinhos nacionais nos finais de semana. Araçatuba entra na pauta das conversas durante a semana, dos apostadores de real em real para ver quem vai vencer, dos comentários de botecos que fazem parte da rotina do povo.

Terminar o domingo com a família, assistindo à partida do Vôlei Futuro, grande família do esporte, é muito bom. E ainda por cima com uma vitória de 3 a 0, muito melhor.



Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

quinta-feira, 15 de março de 2012

GRUPO DE ESTUDO


Iniciamos há 15 dias mais um Grupo de Estudo em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil da Secretaria Municipal da Educação de Araçatuba/SP, discutindo durante este semestre o tema "Biblioteca Escolar", em consonância com a Lei 12244/10, que determina que todas as escolas públicas e particulares brasileiras tenham biblioteca escolar até o ano de 2020, com profissional bibliotecário e acervo mínimo de um exemplar de livro por aluno matriculado.

Para isso, vamos discutir, refletir e propor ações para transformar o Sistema Municipal de Ensino de Araçatuba numa Rede de Ensino Leitora.

O referido Grupo de Estudo está em acordo com o projeto Araçatuba Leitora, que agrega várias ações ligadas ao livro e à leitura, especialmente os literários.

Participam do Grupo de Estudo em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil, em sua maioria, diretoras do Sistema Municipal de Ensino e coordenadoras pedagógicas. O objetivo principal de envolver este público alvo é fazer com que as experiências com o livro e com a literatura se tornem, paulatinamente, uma política pública e não somente de governo.

A iniciativa é da Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria de Educação, com organização e mediação do Departamento de Formação Continuada. Os temas são discutidos em grupo, sob orientação do Prof. Antonio Luceni.

Abaixo, algumas imagens das integrantes da Equipe do Ensino Fundamental. No próximo encontro serão postadas fotografias da Equipe da Educação Infantil.







segunda-feira, 12 de março de 2012

AINDA HÁ



Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com




Infelizmente, ainda há...

Ainda há nas ruas pessoas passando fome e sofrendo toda sorte de barbáries por conta de delinquentes, a rigor, filhos do leite de cabra, do pão-de-ló, dos colégios caros, que veem os demais à sua volta como reles vassalos, além, é claro, dos outros filhos das trevas que, por estarem com os olhos vendados pela ignorância, não permitem que lhes resplandeça a luz da razão, do bom senso, da humanidade...

Ainda há nas ruas pessoas caídas no chão, servindo de tropeço pra tanta gente que, ao menos, se importa com tal imagem agressiva – ao menos deveria ser – aos olhos humanos. Noutro dia quase tropecei num destes, saindo de uma mercearia. O que o tinha levado ao chão? Será que teria sido droga? Será que teria sido uma vertigem? Será que teria sido agredido? Oh, meu Deus, será que era menino ou menina? Não sei. Não era possível saber. Estava tão embrulhado no chão, tão monocromático com suas roupas sujas e sua pele escura que praticamente ficava camuflado naquele canto de chão, de uma noite escura.

Ainda há pessoas pedindo cestas básicas no horário do almoço, basta ligar a televisão e ver. Às vezes, o pedido vem de nosso bairro, de nosso quarteirão, de nossa rua. Será que não é o nosso vizinho? Qual será o número da casa? É preciso do número porque não conheço o nome dele, não sei se ele está desempregado, se ele está precisando de ajuda. Será o meu vizinho?

Ainda há pessoas em filas subumanas esperando por uma migalha de comida, por um trapo a que chamam de cobertor, por um analgésico que é panaceia: sara dor de cabeça, dor de estômago, dor de dente e outras dores. Se brincar, sara até hemorragia, faz transplante de fígado e coração...

Ainda há gente escrevendo de qualquer jeito e pensando mais de qualquer jeito ainda, porque a escola ensina a fazer contas, ensina um português ruim, mas não ensina lições mais preciosas ainda: gente é pra ser feliz, gente é pra amar gente, gente é pra colaborar com gente...

Infelizmente, há muita coisa pra se mudar ainda. Numa sociedade como a nossa que privilegia o TER – ter carro, ter casa, ter muito dinheiro, ter relógio de marca e todas as parafernálias tecnológicas – ao invés de privilegiar o SER – ser gente humilde, ser companheiro e fraterno, ser um propagador da paz –, há que se mudar muita coisa ainda.

O Brasil se orgulha hoje – e é preciso que se orgulhe mesmo – de ser uma das cinco potências mundiais, mas há muita coisa pra mudar ainda. Nos rankings da educação e da cultura, nos rankings da justiça social e distribuição de renda, nos rankings do respeito à diversidade há muitos degraus a subir ainda.

É, ainda há muito o que se fazer...

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

segunda-feira, 5 de março de 2012

35

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

35

Enquanto estou na casa dos “trinta” ainda me relaciono bem. O problema para mim é imaginar a dos “enta”. Quarenta, cinquenta, sessenta, setenta... Aí a gente não sai mais dela. E o engraçado é que quero viver bastante. O lado de lá é duvidoso, incerto... e, ainda que tenhamos alguma fé, sempre estremecemos com a ideia de fechar os olhos definitivamente e passarmos para o outro plano. Ao mesmo tempo que mantemos um espírito de retidão, da ética, do bom senso e filantropia, somos humanos e cometemos os nossos erros, não é mesmo? Aí fica a dúvida: Será que esse ou aquele errinho será relevado na hora “h”?

Bromélia rosa

Ele chegou com um vaso enorme, uns laçarotes com papel celofane lilás, tudo combinando com o tom da flor, que despontava magnífica por entre as folhas da planta, rajadas tal qual tigres novos. Não me lembro de ele ter dado flores para ninguém. Nunca o vi dar flores nem para minha mãe. O presente era coletivo: dele, da mulher e da filha. Mas a lembrança foi dele. A escolha foi dele. Então, fiquei feliz em ter sido presenteado com flores pelo meu irmão que nem liga tanto pra essas delicadezas da vida. É, as coisas vão sendo alteradas mesmo. Mas a Letícia foi quem reclamou os louros: “Fui eu que comprei pra você!”.

Não tenho nada pra te dar

Como pode imaginar isso? Não sabe ela que é meu maior presente? Já não disse por dezenas de vezes que minha maior motivação, que meu sentido último para correr atrás de tudo, para continuar lutando e buscando melhor colocação social e intelectual é para prover-lhe o melhor que posso, uma melhor condição de vida? Meu melhor presente é a presença dela em minha vida.

Às espreitas feito um vulto

Ele foi todo de preto. Os cabelos pretos, num tom de Colorama do qual desconheço numeração; camisa preta risca-de-giz por fora da calça, como de costume; uma calça jeans azul marinho que se misturava ao negro das outras peças e um sapato mal lustrado, também preto. Ficou o tempo todo por ali, ora conversando com meu avô, ora saindo pra rua e arrumando pretexto para não ficar com a gente, até que desapareceu. Gostaria de entendê-lo melhor, percebê-lo neste modus vivendi que adotou como seu. Será que é feliz assim? Será que é o seu jeito de amar sua família?

Já estão bem velhinhos

Fui buscá-los logo cedo. Já estavam prontos: malinha na mão, caixas com os remédios do dia e um sorriso no rosto como cartão de visitas costumeiro. A idade já lhes faz curvar-se um pouco. O tom de voz já tem que ser mais alto para poder compreenderem o que falamos. Amo muito esses velhinhos. São meus segundos pais.

Por falta de dois, foram três

Sabe aquela coisa de estar junto? Foi somente isso. Precisava de representantes do meu lado fraterno, das minhas relações de amizade. E eles foram. Chegaram atrasados, mas foram. E lá ficamos durante uma boa parte da tarde.

Para não falar que não os citei

Meus outros irmãos e cunhadas também foram. Mas como cronista, os fatos que me chama a atenção é os que são descritos. Mas para não falar que não falei de vocês...

Para mim, foi um dia pra lá de especial. Não sou de comemorar aniversário, não. Mas faço questão de estar com minha família e amigos. Afinal, é a única coisa que levamos dessa vida e as únicas coisas que nos fazem ter apego por este plano.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.