terça-feira, 23 de abril de 2013

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dia Nacional do Livro Infantil – O que comemorar?



Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Hoje, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. A data escolhida é em homenagem a Monteiro Lobato, sem dúvida alguma, ainda o grande nome da produção literária voltada para o público infantojuvenil.
Se “um país é feito de homens e livros”, resta saber o que fazem dos homens e dos livros em nosso País.
Os números estão aí para quem quiser consultá-los. Não é um ou outro órgão ou instituto, um ou outro especialista que diz, mas são várias as vozes, dos mais diversos locais do mundo que atestam: o Brasil, de fato, conseguiu seu espaço no cenário mundial. É respeitado por onde quer que passe e não é mais visto como o “quintal do mundo”, um gigante tímido e adormecido debaixo do equador.
Agora, é claro que há muitas injustiças – sobretudo as sociais – para serem diluídas em no País. Há muita gente ainda dependendo de “favores” do Estado para poder comer, vestir, transitar de um canto para o outro, morar, estudar etc... Não poderia ser diferente: um País continental como o nosso, os problemas também seguem esta proporção.
Falando em livros, também podemos fazer algumas reflexões. Com relação ao preço, ainda é um objeto caro. Em médio, um livro simples, com cento e poucas páginas, sem muita cor nem nada, não sai por menos de quinze ou vinte reais. Portanto, para uma esmagadora faixa populacional, que sobrevive com algo em torno de um salário mínimo, nem pensar em colocar esse item na conta do mês.
Outro aspecto que podemos destacar é o acesso ao livro. Apesar de termos evoluído muito nos últimos 30 anos, momento em que começaram a pulular programas governamentais que destinavam livros às bibliotecas públicas escolares, ainda é muito complicado o contato com o livro. Há poucas – muito poucas – bibliotecas nas cidades, a rigor, em áreas centrais, o que implica deslocamento e, com isso, gastos para população mais carente; acervos defasados, com livros que não muito interessam ao público infantil e jovem; bibliotecas escolares – quando há – que se restringem ao empréstimo “caseiro”, sem funcionários ou equipamentos que controlem a entrada e saída de exemplares do local, inibindo empréstimos etc. etc. etc. Uma saída, talvez fosse o livro digital, mas teríamos outro problema relacionado às máquinas e acesso à internet.
Há uma lei (12.244), sancionada pelo presidente Lula em 2010, que determina a criação de bibliotecas em instituições de ensino, públicas e privadas, de todo País, com profissionais da área de biblioteconomia para fazer o atendimento ao público. O prazo para o cumprimento da referida lei se encerra em 2020 e, até onde observo, muito pouco está sendo feito.
Do ponto de vista da produção nacional, o Brasil é celeiro farto de bons autores, excelentes editores e editoras, material gráfico e impressão dos mais ricos. Escritores como Ricardo Azevedo, Pedro Bandeira, Luís Camargo, Bartolomeu Campos de Queirós, Ruth Rocha, Angela Lago, Ana Maria Machado, Mary e Eliardo França, Ziraldo, entre outros são fortes exemplos de que nossa literatura infantil nacional está muito bem representada, obrigado.
Aqui por nossas terras, nomes como Marly Garcia, Lula, Yara Pedro de Carvalho, Rita Lavoyer, Wilma Gottardi, Antonio Luceni – com a devida licença para me incluir na lista – militam pelas belas letras voltadas para os pequenos.
Mas ainda é pouco. De modo geral, nossas crianças e jovens não leem, não há um programa sério que coloque o livro e a leitura como espinha dorsal nos currículos escolares e professores que gostem e se estimulem num trabalho diário com o livro; as livrarias – das poucas que há no País – são localizadas, na maior parte, em grandes centros; ausência de eventos culturais ligados ao livro (saraus, lançamentos, feiras de livro etc...), quando acontecem, são prestigiados por uma “meia dúzia de esquisitos” etc...
No Dia Nacional do Livro Infantil há que se comemorar, mas, a meu ver, há muito mais para se fazer.

Antonio Luceni é mestre em Letras, jornalista e escritor. Palestrante e professor de literatura nos sistemas públicos e particular de ensino.

terça-feira, 16 de abril de 2013


PODRES PODERES


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Quando era criança, assim como muitas outras crianças, gostava de imitar super-heróis. Ficava assistindo a desenhos animados e, depois, simulava ter o poder de alguns personagens, saía correndo pela casa, visitando planetas desconhecidos, enfrentando monstros terríveis, resolvendo os problemas da humanidade.
Vez ou outra, também sonhava como sendo detentor de algum poder mágico. O de que mais gostava era voar. Como era gostoso lançar-me no ar e sair flutuando; fechar os olhos e reaparecer em um outro plano, fugindo do perigo; lançar raios pelas mãos e destruir gigantes ou coisas do gênero.
Fico observando o cenário nacional e mundial e ponho-me a perguntar também: Para que os poderosos querem poder? O que fazem com o poder que têm?
As manchetes dos jornais de todo mundo não param de registrar a eminente onda de ataques da Coreia do Norte contra sua irmã do Sul e países vizinhos, num daqueles ataques de histeria provocados sabe Deus por que e que, sem ninguém para controlar, pode custar caro para a humanidade.
O filhote de ditador, Kim Jong-un – talvez sofrendo da síndrome de Peter Pan –, pensa estar brincando de super-herói, em meio a seus “brinquedinhos nucleares”. Está doido para ver um “foguinho” aqui, uma “explosãozinha” acolá, algumas “casinhas” indo para o ar. Kim Jong-un – o anti-herói, o sado-herói, o herói falastrão do mundo –, com seus podres poderes, quer sair intimidando a todos, fazendo prevalecer suas podres vontades. Bate o pé, faz birra, porque seus desejos estão sendo questionados. “Onde já se viu, alguém dizer o que é pra eu fazer? Você não é meu pai! Meu pai já morreu, quem manda em mim sou eu!”.
Quer saber? Não gosto de crianças birrentas!
Em pleno século XXI, vermos coisas como essas se repetindo, não é possível. Não é viável que regridamos tanto, do ponto de vista de nossa humanidade, com atitudes pré-históricas. Como se as duas grandes guerras mundiais não nos tivessem ensinado que guerra não vale a pena, que os mais fracos são os mais prejudicados por ela, que somente os mais fortes ficam protegidos em suas salas antimísseis, com seus jatos superpotentes à disposição para fuga a um outro país, de um outro louco enamorado pelas loucuras do louco da vez.
O poder pelo poder, a vaidade pela vaidade, a arrogância como resultado de tudo. É o caso do líder comunitário que só se lança representante do bairro para tirar proveito da liderança em benefício próprio. Do pastor ou do padre que funda uma igreja ou paróquia somente para o deleite pessoal, para “mandar” num grupo, mas que, de fato, não tem vínculo algum com ele, não se identifica com suas causas, está pouco “se lixando” se está bem ou mal; é o caso de vereadores, deputados e senadores e seus “currais” eleitorais, que mantêm com as cestas básicas da vida, com os milheiros de tijolos e sacos de cimento, com as próteses dentárias e churrascos de carne de segunda e cervejas quentes os seus “gados”.
Há certa semelhança entre minhas brincadeiras de infância e as “brincadeiras” dos poderosos acima: ambos brincamos. Agora, a crucial diferença é que meus poderes de criança não atingiam ninguém; fizeram parte do meu desenvolvimento psicossocial. Já os podres poderes dos poderosos fazem mal a muitos, menos a eles.

Antonio Luceni é mestre em Letras, jornalista e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE e membro da Academia Araçatubense de Letras – AAL.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013



Amizade, não. Basta!
Antonio Luceni

Era para ser somente amizade
Mas eu queria algo mais.
Você queria somente amizade,
mas essas coisas do coração,
quem pode controlar?

Pode ser também amizade,
não ligo;
mas uma coisa eu digo,
se for pra ser somente amizade,
desisto.

Não dá pra ser somente amigo
de alguém que a gente quer bem.
Não dá pra ser somente amigo,
quando dentro do peito,
o coração bate sem jeito
ao ver seu amor passar.

Não dá pra ser somente amigo
se a garganta seca
e a gente fica feito bobo,
sem saber o que falar.

Eu lhe quero mais que amigo
eu lhe amo escondido,
não dá pra evitar.

Então, vou levando a vida,
com sua imagem amiga,
sua voz feito brisa,
seu perfume no ar.


Li sobre este texto no Estadão de ontem e gostaria de dividi-lo com vocês. Primeiro porque "O pequeno príncipe" é um dos meus livros preferidos; depois, porque a Marina Colasanti é uma de minhas escritoras prediletas e, por último, porque ela reconstitui de forma genial o texto de Exupéry em seu próprio texto.

O Reinado do Doce Príncipe
Marina Colasanti


Desenha um Príncipe para mim?
Eu não sei desenhar um Príncipe?
Ora, qualquer um sabe desenhar um Príncipe.
Então muito bem, aqui está o seu Príncipe.
O que é isso que você desenhou?
É um livro. E dentro do livro mora um Príncipe.
De que tamanho?
Pequeno. Pouco maior que uma rosa grande.
E o pequeno príncipe que mora no livro e que se apaixona por uma rosa rodou o mundo, um mundo bem maior que o planeta dos baobás que ele havia deixado um dia. E as crianças amaram o pequeno príncipe, e os adultos amaram o pequeno príncipe, e as misses amaram o pequeno príncipe. E o amor das misses foi a sua ruína.
A dele era uma história meiga, que dizia com doçura coisas de bem querer que todos podiam entender. As misses também entenderam, aquelas misses que não eram moças de verdade mas símbolos de uma beleza à qual não se concede inteligência. E então todos acharam que, se o pequeno príncipe era tão fácil de ser amado, nada valia. E deixaram de amá-lo
Eu o protegi em mim com uma redoma de vidro. Para que os ventos maus não o atingissem. Pedi que se envolvesse naquele manto azul dele, que enrolasse a écharpe ao redor da garganta, porque sei o quanto é delicado. E deixei que a cobra deslizasse nas imediações. Afinal, são velhos companheiros de viagem.
Só me lembrei dele dia desses, por causa do seu aniversário. Peguei o livro na estante, abri, e lá estava o meu príncipe despenteado e improvável, de botas altas. Continuava menino, com aquela transparência de criatura nova. E ainda amava a rosa e conversava de amor com a raposa.
O que ele dizia tinha a mesma beleza de antes. A mesma beleza enternecedora que tem toda a sua história escrita por um aviador que um dia, como sua personagem, se viu sozinho no deserto e olhou as estrelas e soube que a vida e a morte são fragmentos de um mesmo percurso. Que fosse fácil de entender era apenas mais um sinal do acerto dessa parábola que, como todas as verdadeiras parábolas, não se dirigia a ninguém em particular, mas queria dialogar com todos.

Marina Colasanti é autora de contos, crônicas, ensaios e poemas, ganhou o concurso de contos para jovens instituído pela Unicef e o prêmio Jabuti de Livro do Ano, em 1994, com Ana Z., aonde vai você?

quinta-feira, 4 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

DIA INTERNACIONAL DA LITERATURA INFANTOJUVENIL



Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Hoje é comemorado, em todo mundo, o Dia Internacional da Literatura Infantojuvenil. A data homenageia Hans Christian Andersen, considerado o pai da literatura infantil, no dia de seu nascimento, 02 de abril.

Contos como “O Patinho feio”, “O soldadinho de chumbo”, “A roupa nova do imperador”, entres tantos outros, fazem parte de nosso imaginário desde criança e se perpetuam por gerações há mais de quatrocentos anos. Isso por conta do vigor e qualidade literária que têm.

E, só isso, já é um excelente motivo para refletirmos sobre a “relevância das literaturas infantil e juvenil” em nossa sociedade, ou seja, algo que contribui na formação intelectual, estética, ideológica e cultural de um povo.
Escrever para crianças e adolescentes, portanto, é algo tão instigante e exigente quanto escrever para adulto. A ilusão de que escrever para o público infantil e juvenil seja algo fácil, em que “qualquer coisa serve” é um engodo fácil para os desavisados.

O texto literário dirigidos às crianças e adolescentes, assim quanto o adulto, é cheio de elementos que fascinam não somente o público teen, mas também os já crescidinhos, em suas várias fases etárias. Não é incomum encontrar jovens, adultos e idosos, homens e mulheres, pessoas mais abastadas financeiramente e outras dos circuitos sociais mais simples, abrindo largo sorrindo e se deliciando com um bom texto de literatura infantojuvenil.

Graças a Deus, o Brasil é celeiro fértil de autores que dedicam ou dedicaram sua energia e vidas na produção de literatura de qualidade para esse público: Ricardo Azevedo, Ângela Lago, Ana Maria Machado, Bartolomeu Campos de Queirós, Ruth Rocha, Ziraldo, Menalton Braff, Eva Furnari, Michelli Iaccoca, Mary e Eliardo França, Luís Camargo, Kátia Canton, Pedro Bandeira, Tatiana Belinky, Monteiro Lobato... E nós aqui, em Araçatuba, também deixando nossa singela contribuição: Lula, Yara Pedro de Carvalho, Rita Lavoyer, Wilma Gottardi, Antonio Luceni, Marly Garcia...

Como diria Castro Alves, benditos os que semeiam livros à mão cheia e fazem o povo pensar!
 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dica de leitura



O livro:
A insustentável leveza do ser
Milan Kundera
Companhia da Letras

O romance nos mostra como, na vida, tudo aquilo que escolhemos e apreciamos pela leveza acaba bem cedo se revelando de um peso insustentável! O livro, de 1982, tem quatro protagonistas: Tereza e Tomas, Sabina e Franz, e cada um experimenta o peso insustentável que baliza a vida, esse exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la.

O Filme:
A insustentável leveza do ser
Diretor: Philip Kaufman
EUA

Nos anos 60 em Praga, Tchecoslováquia, Tomas (Daniel Day-Lewis), um médico totalmente apolítico, tem como hobby ter diversas parceiras sexuais, mas evitando sempre um maior envolvimento. Mas duas mulheres: Sabina (Lena Olin), uma artista plástica, e Tereza (Juliette Binoche), uma garçonete que sonha em ser fotógrafa, vão estar muito presentes na vida dele. Mas ao serem atingidos pelos acontecimentos de 1968, conhecido como "A Primavera de Praga", quando tanques soviéticos invadiram a capital tcheca para pôr fim a uma série de protestos, a vida deste triângulo amoroso afetada, pois seus sonhos foram destruídos e suas vidas mudariam para sempre.

Um encontro
Milan Kundera
Tradução: Teresa Bulhões
Companhia das Letras

A nova coleção de ensaios de Milan Kundera é, acima de tudo, uma defesa apaixonada da arte. O leitor habituado ao tom aliciante das narrativas do ficcionista não se sentirá em terreno estranho ao conhecer essa amostra de sua produção crítica. Com a mistura de afetos e ideias que caracteriza seus romances, o autor de A insustentável leveza do ser analisa as principais linhas de força de sua "galeria imaginária" da cultura, lançando luz sobre a obra de artistas que nos ajudam a entender aspectos essenciais da realidade contemporânea.

Leitor arguto de ficção, conforme já havia revelado nos livros A cortina e A arte do romance, Kundera revela-se não menos sagaz ao oferecer novas leituras dos quadros de Francis Bacon, da música de Beethoven e de Schönberg ou do cinema de Fellini. Romances como O idiota, de Dostoiévski, De castelo em castelo, de Céline, O professor do desejo, de Philip Roth e Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, ajudam a compor esse mosaico de reflexões estéticas e existenciais. Sensível, elegante e provocativo, Kundera oferece, em Um encontro, um precioso documento de suas afinidades com os maiores nomes da tradição moderna na Europa. 

A confreira Emília Goulart, membro da União Brasileira de Escritores – UBE, Núcleo de Araçatuba, é a mais nova imortal da Academia Araçatubense de Letras – AAL.
Eleita nesta última sexta-feira (22), em reunião ordinária realizada na sede da instituição, a escritora é contista, cronista e romancista. Entre antologias e coletâneas, tem os seguintes livros publicados: Essa nossa gente (contos, 2004), Diário de Vó Lina (2011, romance) e Descaminho dos Anjos (2012, romance).
A cerimônia de posse ainda será marcada pelo presidente da AAL, Tito Damazo – também membro do UBE, e serão empossados na mesma data Emília Goulart e Antonio Luceni, coordenador do Núcleo de Araçatuba e Diretor de Integração Nacional da UBE.


À minha amiga, Marisa Mattos.

Conheci a Marisa quando tinha 9 ou 10 anos de idade, a partir de uma ação que ela desenvolvia na 2ª Igreja do Evangelho Quadrangular - IEQ, com crianças carentes dos bairros Rosele, TV, Primavera e Planalto. Por meio de musicais e coros infantis e juvenis, atraía crianças e adolescentes que, no lugar de ficarem “soltos” nos sábados à tarde e domingo de manhã, enchiam o salão da igreja cantando, dançando, interagindo umas com as outras no mais perfeito louvor.

Era rigorosa com tudo: horários, dedicação, assiduidade, envolvimento com o grupo, reverência para com o lugar onde estávamos; só que aquele rigor de mãe que, apesar de ralhar com o filho, não deixa a generosidade e o respeito na correção.

Depois, passamos a trabalhar juntos, ainda no ministério da igreja. Sob convite dela, integrei a Coordenadoria Regional de Crianças e Adolescentes da IEQ e, juntamente com tantos outros que a rodeavam e a seguiam, fizemos um trabalho bem bacana durante alguns anos com grupos infantis e de adolescentes de Araçatuba e região.

Meu ingresso no magistério também teve uma ajudinha dela. Nas muitas conversas e convívio que tivemos em sua casa no Rosele, assim como na igreja, já via em mim certa tendência ao ensino e, não raras vezes, me indicou à sala de aula.

Depois que ingressei na Rede Municipal de Ensino de Araçatuba, passamos a trabalhar juntos, a conviver profissionalmente. Sempre fiz questão de referendá-la em minha formação, sobretudo também pelo percurso que ela teve na Educação. Uma pessoa simples, que iniciou a carreira como servente escolar e que ascendeu profissionalmente com muita dedicação e luta.

De personalidade forte e de caráter ímpar, para discutir o que quer que fosse com ela eram necessários argumentos fortes, manejo nas palavras, porque não admitia engodos e prolixidades.
Se no dizer popular, “todo mundo vira santo depois que morre”, isso não vale para Marisa. Quem a conheceu e teve o privilégio de conviver com ela, sabe a qualidade de ser humano e de profissional que eram peculiar.

Nesta sexta, da paixão, ela partiu. No sábado, foi enterrada com a presença de muitos de seus amigos e familiares. Hoje, domingo, quando celebramos a ressurreição de Cristo, o grande mestre que ela seguia de perto, também fica a certeza de que a Marisa não morreu, mas ressurge, a partir de agora, na vida de cada criança que ensinou, de cada professor e professora, diretoras e demais colegas coordenadoras com os quais trabalhou, deixando sempre a marca inegável de um ser humano incrível e um profissional que faz qualquer educador se sentir bem representado.

Vá com Deus, minha amiga. E até logo.