sábado, 30 de novembro de 2013

PEQUENA ORAÇÃO POR VOCÊ

*Jornalista e bacharel em Turismo

O amor é um dos temas mais presentes nas artes, como a música e a poesia. Sempre tem alguém morrendo de amor por alguém. Aquele tipo de amor em que a pessoa sofre, parece que não vai viver sem o objeto do seu bem querer. Alguns até assumem que este sentimento todo é puro excesso, como Cazuza bem o fez na canção “Exagerado”.

E pela repetição exaustiva do tema, sempre temos a impressão de que não há mais nada a ser dito. Porém, como toda regra tem sua exceção, no campo do amor cantando também encontramos pérolas. Quero destacar, como exemplo, uma antiga e singela canção. Trata-se de “I say a litle pray”, escrita por Burt Bacharach e Hal David, em 1967, e que foi lançada e ainda faz sucesso com Dionne Warwick, que nos deu o prazer de cantar em Araçatuba há alguns anos.


Nesta canção, ela diz que assim que acorda, faz uma pequena oração a seu amado. E continua rezando por ele quando faz a maquiagem, escolhe o vestido ou faz coisas como pegar o ônibus. “Oh, como eu vou amar você/ Juntos, juntos, é assim que deve ser/ Viver sem você/ Seria apenas dor para mim”, diz a letra em seu famoso refrão, cantado em vários filmes, como a comédia romântica “O Casamento do Meu Melhor Amigo” (1997), com Cameron Diaz.

Gosto desta canção por que nela percebemos que amar não é apenas querer o outro, sequestrá-lo do mundo e ter ela ou ela só para a gente. Amar pode e dever ser querer tão bem o outro, que a gente recorre o dia todo a Deus para que Ele abençoe o ser amado. É querer o bem do outro, não sua posse. 

Ou, como faz o eu lírico de “I say…”, reze nem se for para a outra pessoa possa notá-la. De toda forma, rezar é uma boa saída! Boa canção e boa oração a todos!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NO MEU VÃO, NINGUÉM METE A MÃO!

*Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie

O texto de hoje traz, mais uma vez, a discussão sobre os espaços públicos de nossas cidades. Isso se deve, em partes, pela polêmica levantada pelo jornal O Estado de São Paulo a respeito do "fechamento" do vão livre do MASP. Para os colegas que não conhecem, o MASP tem um dos maiores acervos da América Latina e o edifício que abriga este acervo é, sem dúvida, um marco da Arquitetura Brutalista. Como esse texto não pretende falar detalhadamente sobre o museu, e sim sobre o espaço público que seu projeto oferece pra cidade, vou deixar apenas uma foto, como referência visual do projeto.


Como o nome do post já diz (nome retirado de uma comunidade criada no Facebook, devo dizer), a principal discussão está em torno do vão do MASP. Percebe-se claramente que um dos aspectos que tornam esse prédio incrível é o grande vazio sob o volume de exposições. Uma incrível área livre em plena avenida Paulista, que serve de palco para inúmeras atividades como feiras, eventos, performances, shows, tráfico de drogas etc... Para essa discussão, eu trago alguns trechos de um artigo do professor e crítico de arquitetura Abílio Guerra. O texto na íntegra pode ser lido no Portal Vitrúvius. Espero que a leitura desse texto possa despertar reflexões acerca do tema.

"...O edifício do Masp, uma instituição privada de interesse público, foi construído sobre um terreno público. Até onde eu sei, o terreno continua público até hoje. Sendo assim, a população de São Paulo, através dos poderes constituídos, autorizou o Masp usar um espaço urbano pertencente à cidade para construir seu edifício e tem autorizado, ao longo dos anos, que a instituição ali desenvolva suas atividades. Por má fé ou ignorância, o editorialista e curador escamoteiam a situação, dando a entender que o Masp tem feito uma gentileza para a cidade ao abrir seu terreno para uso coletivo. Ao invés de agradecer a cidade e a sociedade por esta concessão, a direção do Masp, na figura do seu curador, tenta denegrir a imagem de uma instituição séria como o Iphan e manifesta o desejo de fechar o vão livre do edifício, decisão à qual não tem direito moral ou legal..."

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.160/4961

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

EMILIANO DI CAVALCANTI

*Artista Plástica e Contadora de Histórias

Olá pessoal, tudo bem? Vamos que vamos, andando pra frente, que atrás vem gente! Bom, vamos continuar com nossa saga das artes plásticas de nossos artistas brasileiros. Esta semana gostaria de trazer para próximo de nós este grande intelectual e gênio da pintura brasileira, Dicavalcanti.

VIDA E OBRA
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu em 6 de setembro de 1897 no Rio de Janeiro. Filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e Rosalia de Sena.  Estudou no Colégio Pio Americano e aprendeu piano com Judith Levy, e começou a trabalhar fazendo ilustrações para a revista Fon-Fon, revista esta que consagrou-se principalmente na caricatura política, na charge social e na pintura de gênero. Em 1916, transferindo-se para São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Seguiu fazendo ilustrações e começou a pintar. O jovem Di Cavalcanti frequentou o ateliê do impressionista George Fischer Elpons e tornou-se amigo de Mário e Oswald de Andrade.

Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, criando, para essa ocasião, as peças promocionais do evento: catálogo e programa. Fez sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Frequentou a Academia Ranson.

Expôs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Conheceu Pablo Picasso, Fernand Léger, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retornou ao Brasil em 1926 e ingressou no Partido Comunista. Seguiu fazendo ilustrações. Fez nova viagem a Paris e criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.


Os anos 1930 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto à sua liberdade como homem e artista e quanto a dogmas partidários. Iniciou suas participações em exposições coletivas e salões nacionais e internacionais, como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, fundou, em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofreu sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Casou-se com a pintora Noêmia Mourão.


Publicou o álbum "A Realidade Brasileira", série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalhou na rádio "Diffusion Française" nas emissões "Paris Mondial".

Viajou ao Recife e Lisboa, onde expôs no salão "O Século"; ao retornar, foi preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936, escondeu-se na Ilha de Paquetá e foi preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguiu para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937, recebeu medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris. Com a iminência da Segunda Guerra, deixou Paris e retornou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegaram ao destino, extraviando-se. Mas não interessa.


Passou a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viajou para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires.1 Conheceu Zuília, que se tornou uma de suas modelos preferidas. Em 1946, retornou a Paris em busca dos quadros desaparecidos; nesse mesmo ano, expôs no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947, entrou em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado...". Participou com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Seguiu criticando o abstracionismo. Expôs na Cidade do México em 1949.1


Mural de Di Cavalcanti na fachada do Edifício Triângulo, em São Paulo, no Brasil. O edifício foi projetado em 1955 por Oscar Niemeyer. Foi convidado e participou da I Bienal Internacional de Arte de São Paulo em 1951. Fez uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl passou a ser sua companheira. Negou-se a participar da Bienal de Veneza. Recebeu a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi.


Em 1954, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou exposição retrospectiva de seus trabalhos. Fez novas exposições na Bacia do Prata, retornando a Montevidéu e Buenos Aires. Publicou "Viagem de minha vida". 1956 foi o ano de sua participação na Bienal de Veneza. Recebeu o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adotou Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fizeram parte de exposição itinerante por países europeus. Recebeu proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada; também pintou as estações para a via-sacra da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, em Brasília.

Ganhou uma sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro. Tornou-se artista exclusivo da Petite Galerie, no Rio de Janeiro. Viajou a Paris e Moscou. Participou da Exposição de Maio, em Paris, com a tela "Tempestade". Participou com Sala Especial na VII Bienal de São Paulo. Recebeu indicação do presidente brasileiro João Goulart para ser adido cultural na França. Embarcou para Paris mas não assumiu o cargo por causa do Golpe de 1964. Viveu em Paris com Ivete Bahia Rocha, apelidada de Divina.1 Lançou novo livro, "Reminiscências líricas de um perfeito carioca" e desenhou joias para Lucien Joaillier. Em 1966, seus trabalhos desaparecidos no início da década de 1940 foram localizados nos porões da embaixada brasileira. Candidatou-se a uma vaga na [Academia Brasileira de Letras], mas não se elegeu. Seu cinquentenário artístico foi comemorado.

A modelo Marina Montini foi a musa do pintor nessa década. Em 1971, o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou retrospectiva de sua obra. Recebeu prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Comemorou seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento no Catete. A Universidade Federal da Bahia outorgou-lhe o título de doutor honoris causa. Fez exposição de obras recentes na Bolsa de Arte e sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá foi reproduzida em selo. Faleceu no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

MITOS DA BELEZA MASCULINA EM HOLLYWOOD

*Professora universitária e mestre em Mídias Digitais

Continuamos com a lista super difícil de preparar e, nesta semana, vamos admirar os gatos Marlon Brando e James Dean. O que eles possuem em comum? São ótimos atores, conquistaram um espaço no cinema de causar inveja a muitos e, só para completar, eram lindos; como já dissemos, cada um a seu modo, com seu estilo e características chamam nossa atenção ao unirem beleza ao talento. A mistura é boa, dá certo e, embora alguns atores ainda resistam em aceitar e assumir, ajuda muito a decolar na carreira.

O primeiro galã da semana é Marlon Brando. Ele ainda  é considerado um dos maiores atores de todos os tempos. Destacou-se em sua geração e tornou-se um ícone por sua rebeldia, coragem e por sua luta contra a injustiça. Marlon foi criado por duas irmãs, entrou para Academia Militar em Fairbult e foi expulso por insubordinação e em 1943, matriculou-se numa academia de teatro e não parou mais.  Sua estreia na Broadway foi em 1944 e dois anos depois foi apontado pelos críticos como o ator mais promissor de Nova Iorque.

As premiações vieram em 1954 com a atuação em Sindicato de Ladrões levou o primeiro Oscar para casa e o segundo veio com o estrondoso sucesso como Don Corleone, no filme de Francis Ford Coppola, O Poderoso Chefão, mas esse ele recusou receber em protesto ao tratamento dado por Hollywood aos índios americanos. Construiu família, se casou várias vezes e enfrentou processos milionários e, nos últimos anos de sua vida, viveu em reclusão enfrentando problemas com a bebida e sobrepeso.


Agora vamos a lenda James Dean, ele se tornou um mito eterno. Talvez pela tacada de marketing que a Warner conseguiu fazer com os dois filmes inéditos que tinha na ocasião da morte em função de um acidente de carro que interrompeu sua carreira no auge. Dean era filho de dentista e perdeu sua mãe aos sete anos, cresceu numa fazenda de Iowa e após completar o ensino médio foi para Los Angeles e estudou no Santa Monica Junior College e na UCLA.

Pouco tempo depois, alguns papéis no teatro e pontas no cinema já era um ídolo nos EUA.  Os sucessos ficaram marcados e lhe rendeu duas indicações póstumas ao Oscar de melhor ator. Os filmes que mais marcaram a carreira de Dean foram: Juventude Transviada, Vidas Amargas e Assim Caminha a Humanidade. Seu estilo de vida foi modelo para os jovens de sua época que imitavam seus trejeitos, vestiam roupas inspiradas na imagem do ator, repetiam suas falas e até andavam na mesma velocidade de seus veículos. Ele deu um rosto novo aos jovens americanos da década de 1950. Ainda hoje se nota a presença e influencia do mito Dean, pois há quem diga que o cantor Justin Bieber agora que atingiu a maioridade está se valendo do estilo James Dean para mostrar sua nova fase e seu interior ao público. Será? Vamos observar.

A verdade é que James Dean, para sua época, foi um marco que encorajou muitos jovens a assumirem o que queriam ser e mostrou um estilo leve, solto e descompromissado com a dureza que tinham vivido em meio as guerras e autoritarismo. Valeu Dean...


As duas estrelas desta semana foram importantes para o cinema de Hollywood e marcaram época. Na próxima semana vamos finalizar o assunto com as belezas do Brasil que marcam presença nas telas da indústria cinematográfica de Hollywood porque tem gente bonita fazendo bonito e marcando o nome do Brasil por lá... Aguardem! Boa semana e até mais... 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

POESIA, PIPOCA E PIÃO

*Jornalista e escritor

Olá, meus amigos... Mais uma semana na vida da gente, não é? E o que vamos fazer com ela? (Ou o que ela fará com a gente?!).

A quinta-feira da semana passada foi uma data muito especial para mim. Lancei mais um livro, meu primeiro de poesia voltado para o público infantojuvenil (ou para quem gosta de poesia e não tem idade pra isso). A publicação foi patrocinada pela Prefeitura de Araçatuba, a partir de concurso/edital público da Secretaria Municipal da Cultura. Meu livro foi um dos premiados.

Alegria foi ver aquela meninada toda correndo para lá e para cá, com pipoca, algodão-doce e pirulito nas mãos... Alegria maior ver uma sentada no canto folheando o livro, ao lado de pai, mãe ou avó ouvindo os poemas, entusiasmada com as ilustrações e as surpresas que todo livro deve oferecer...

Como afirma Ricardo Azevedo no prefácio do livro, “... a leitura em voz alta costuma ter um caráter afetivo, afinal ler para o outro é quase sempre uma forma de doação...”. Doamos, portanto, nosso fôlego, nossa experiência, nossa motivação e entusiasmo ao partilhar de poemas com crianças, jovens e adultos. E dividimos de poesia porque ela é tão grande, tão intensa em nossa vida que não seria adequado (mesmo que quiséssemos) guardá-la somente para nós.



Saio, agora, com Poesia nos braços e passamos a visitar escolas municipais, estaduais e particulares de Araçatuba e região. Com ela a meu lado, buscamos encontrar corações abertos para arte, para o inventivo, para o subjetivo da vida... A poesia está para nós tal qual uma religião, a partir da qual nos nutrimos espiritualmente... Como algo de misterioso (ou místico) com o qual somos envolvidos, encantados e, a partir do qual, saímos embriagados não sabendo bem o porquê...

Agora, Poesia, pipoca e pião não é somente mais meu. Agora, Poesia, pipoca e pião tem personalidade própria, vai dialogar com outros tantos, independente de minha vontade ou intenção primeiras. E, dentro de cada uma dessas relações, um sentimento muito particular. Certamente um gostará mais deste ou daquele texto, que não será o gosto do outro; alguns abraçarão os textos que nele estão como se fossem a melhor coisa do mundo; já outros, torcerão o nariz, vão achar que foi um desperdício de papel... Entretanto, a poesia está cá dentro e me invade a vida inteira!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MÚSICA E CONVIVÊNCIA


Olá amigos, como estão?
Bem, eu tenho algumas dificuldades na disciplina para a prática de exercícios físicos. Sei que é necessário, sei que preciso, mas não gosto - confesso minha preguiça. Se não bastasse a luta pessoal com minha indisciplina e preguiça para expulsá-la e me determinar a enfrentar a rotina de uma academia, tenho que ter forças para aguentar o pior de tudo: A TRILHA SONORA DESSES LUGARES.

Incomodada com meu sedentarismo, mais uma vez tentei voltar à prática de exercícios em local apropriado e com profissional “capacitado”, mas mais uma vez fui surpreendida pela música do ambiente.



Vamos entender desde o início.
Há anos eu fazia hidroginástica em um determinado local e a música “gospel” que era oferecida para estimular nossa prática surtia em mim efeito contrário: eu não parava de olhar no relógio controlando o horário para ver se a hora de ir embora chegava mais rápido e aquele martírio acabava.

Em outra ocasião pensei: “Um personal. Isso! Somente eu, no máximo mais uma pessoa e então não terei esse problema.” Certo? Errado! O personal amava música eletrônica!

Como veem as forças musicais que tanto amo e que fazem parte de minha profissão, ironicamente conspiram para que eu não pratique exercícios “comunitários”.

Na semana retrasada, resolvi retomar a ideia e amigos me indicaram o Pilates, já que meu pé ainda não tem os movimentos adequados para exercícios mais intensos após um acidente que sofri.

Lá fui eu. Pilates é tão calmo, com movimentos leves, enfim vou poder me exercitar num local tranquilo e começar o dia leve, tranquila. 

Isso deve ser algo como forças estranhas tentando me deixar gordinha... não é possível!

Lá estávamos: eu, meu marido e a professora, e adivinhem qual a música do radinho dela? ELETRÔNICA, às 8 da manhã!

Dessa vez, resolvi enfrentar a situação e pedi que ela desligasse a música, se fosse possível, pois estava me incomodando e me deixando nervosa.

Sabem o que ela respondeu? Desligar não posso, posso abaixar, faz parte da aula. 
Aula de que minha gente?

Por que estou contando esse fato da minha vida?

É para mostrar como a música é algo importante e dependendo da trilha posso afastar pessoas ou aproximá-las. Precisamos ter cuidado com o repertório de gosto pessoal que insistimos em compartilhar publicamente, pelo menos no que diz respeito ao profissional.

Ouvir música com amigos, aguentar o gosto musical do marido, da esposa, dos filhos, em uma festa é uma coisa, mas a falta de tato no âmbito profissional é algo que precisa ser repensado.

Uma dica?
Se você tem um estabelecimento comercial e gosta de música ambiente procure observar seus clientes, consulte seus amigos, peça opiniões, tente saber o gosto musical da maioria, se o som está agradável e a intensidade também! Será que não está muito forte? Será que eles estão gostando?

Bem, voltei ao Pilates? Não!
Se alguém souber de um profissional que goste de jazz, MPB, música clássica, me avise. 
Ah! Cumprimento meu dentista que ontem me atendeu ao som de trilhas de filmes. 
Ótima semana para todos!

domingo, 24 de novembro de 2013

Natal, vamos celebrar!

*Professor universitário e mestre em Turismo e Hotelaria

Vai começar um brilho no ar, festa tão linda você vai gostar! Vêm, está chegando o natal... e com ele muitos preparativos para a ceia natalina. Este é o assunto da série de artigos que iniciaremos no dia de hoje... Há exatamente um mês para a grande festa convido você a se preparar para o evento!

A ceia de natal abrange tradições universais, na noite de natal a família se reúne em torno de uma mesa farta e decorada à espera da meia-noite por diferentes razões. Nos lares cristãos, celebra-se o nascimento de Jesus, ainda que não concordem ser esta a data mais provável do nascimento do salvador, Ele é o motivo principal da festa, outros festejam a união familiar, a saúde, prosperidade, a paz universal, etc. 

Natal também é tempo de solidariedade, não devemos nos esquecer de que muitos são excluídos ou privados, por diferentes motivos, do arranjo sociocultural que secularizou esta data com um brilho fantasioso falso atenuante das mazelas da humanidade. Lembre-se do amor ao próximo, da doação pura, da confraternização real, não tão-somente da troca de presentes e correria de final de ano enveredada pelo comércio desvairado que embriagam os ávidos consumidores.


A ceia de natal é uma refeição tradicional e deliciosa, com pratos típicos e quase sempre exclusivos desta data, eles variam em cada país e como no Brasil somos descendentes de diferentes culturas a miscelânea está arrumada! O desafio é harmonizar todos os combinados ao clima do verão tropical díspares dos modelos norte-americano e europeu repleto de azevinhos e flocos de neve. 

Alguns sabores são característicos do natal e assim o faz ser exclusivo gastronomicamente falando, como, por exemplo, o sabor das frutas cristalizadas e nozes ou a combinação que mais acentua a gastronomia, o doce e salgado.

Bem, mas vamos ao que interessa: as comidas natalinas... O destaque são sempre os assados, típicos da culinária europeia, mas não abuse do excesso de gordura nesta época de verão intenso no hemisfério norte. A lista dos pratos e acompanhamentos tradicionais não se limita a esta apresentada a seguir, até mesmo por conta dos pratos típicos de cada cultura.


As sobremesas e frutas também ornamentam esta mesa. As conhecidas frutas de época e importadas são disputadas nos empórios e mercadão municipal, porém num país tropical sempre há que se complementar à cesta de frutas.


Um brinde em toda festa é peça fundamental e não há nada mais tradicional no natal do que um bom Champagne ou vinho branco frisante, importados ou nacionais, que alias estão bem cotados no ranking, os menos afortunados os substituem pela cidra de maças. Acrescenta-se à lista outros vinhos, cervejas, refrigerantes, sucos, água, etc.

Prepare-se para as compras! a dica de hoje é: - o planejamento antecipado do evento facilita os preparativos e favorece a criatividade, o número de convidados torna o rateio economicamente viável. Até mais...

sábado, 23 de novembro de 2013

CONTOS DE FADAS (Série - Parte 2)

*Professora da Educação Básica e mestranda em Educação pela Unesp

Olá pessoal!
Após toda reflexão que fizemos sobre esta temática no último encontro, convido vocês, meus caros leitores, a aprofundarmos um pouco mais!

Pode parecer que esta temática atraía mais as meninas, as mulheres do que a ala masculina, mas não é bem assim.  É verdade que uma mesma história trará sentimentos, emoções, sensações distintas, peculiares em cada leitor e/ou ouvinte. O autor Bettelheim e tantos outros especialistas em literatura mencionam que nos identificamos com certas histórias e algumas personagens, e sempre há um porquê, segundo os psicanalistas especialistas em contos de fadas.

Logo que conheci e estudei a obra “A psicanálise dos contos de fadas” fiz um teste com a minha mãe... Perguntei a ela “qual era a princesa preferida dela” e não me surpreendi quando ela respondeu que era “a Gata Borralheira”, aquela conhecida como “Cinderela”. Minha mãe perdeu a mãe dela aos 7 anos de idade, seu pai se casou novamente e sua madrasta já tinha duas filhas, somando-se a mais três irmãs de minha mãe, totalizando seis “filhas”. Todas foram trabalhar e somente minha mãe optou por estudar, ficando por conta dela a limpeza da casa. E aí ela conheceu o meu pai; bem, esta já é outra história...

                
Não contei pra vocês... Como minha mãe é uma mulher muito sábia, ela me devolveu a pergunta: “E você, qual é a sua princesa preferida?” (Rsrsrs) Logo respondi: “A minha é a Bela Adormecida”. Vocês sabem por quê? Porque espero o meu príncipe encantado até hoje! (rsrsrs.)



E vocês, com qual personagem se identificam?

Gosto muito da obra “Psicologia e Literatura” do autor Dante Moreira Leite. Trata-se de um ensaio que enfatiza a questão da criatividade, da avaliação de vertentes psicologistas (junguiana, psicanalítica etc.), da análise literária e dos processos psicológicos associados à leitura e ao autor. Há um momento em que o autor ressalta que os alunos de Psicologia deveriam ter a disciplina de Literatura em sua grade curricular.

Bem, na verdade uma contribui com a outra. Dostoiévski, escritor russo, afirmou sobre os poderes relativos da literatura e da psicologia. Para ele, um psicólogo jamais alcançaria a eficácia do escritor: é na literatura que encontramos um retrato acurado da mente.

Moreira Leite (2002) comenta: “Mas mesmo para aqueles que reivindicam superioridade para um desses dois pólos, uma coisa é certa: psicologia e literatura partilham uma ampla fronteira e guardam inter-relações significativas.” Uma convivência, ao mesmo tempo conflituosa e complementar, segundo o autor.

Isso me faz lembrar uma grande amiga psicóloga que teve um paciente que não conseguia se abrir nas sessões de terapia. Ela decidiu dizer a ele que era melhor suspenderem, foi aí que ele pediu mais uma “chance”. No dia combinado ele apareceu com um livro e pediu para ela ler, informando-a que se tratava de uma autobiografia, e que as mesmas angústias que a personagem principal e o escritor passaram eram as mesmas que a dele.

Vejam como a literatura faz parte da nossa vida!

Até a próxima! Continuaremos nesta linha de pensamento! Abraço.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Museu Simón Patiño, Oruro, Bolívia

*Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie
O edifício em estilo francês construído entre 1900 e 1913, pertenceu ao “Barão do estanho” e magnata do minério Simón Patiño, enquanto morou em Oruro. O imóvel apresenta um estilo neoclássico, composto por salas de estar, sala de jogo, salão de festa, dormitório, capela, enfermaria e serviços. As salas do museu contam esculturas, telas e móveis em estilo Luís XV, XVI, XVII, trazidos da Europa. Além disso, instrumentos musicais também fazem parte da coleção do museu, como por exemplo um violino Stradivarius.

O palacete foi projetado por arquitetos franceses, e para a realidade boliviana do final do século XIX e começo do século XX, o Palácio de Patiño era um edifício inédito e sem dúvidas evocava às estruturas de poder daquela sociedade. 

Aos visitantes do museu é oferecido um passeio histórico pelos ambientes, de forma que o contato com os objetos dão uma caracterização emocional à exposição. A vida diária da família é exposta através de cada detalhe da antiga casa. Por exemplo, a cozinha, possui os primeiros maquinários domésticos da Bolívia, como, por exemplo, uma máquina de esquentar água e uma geladeira. As paredes de cedro e o chão de mármore fazem parte do repertório de materiais que a casa oferece. 

As fotos abaixo, algumas foram tiradas por mim e outras retiradas da internet, visto que no interior do museu era proibido fotografar. Na foto abaixo, eu estou sentado na escadaria principal que dava acesso ao museu. Nesse piso inferior, são localizados os cômodos de serviço mais pesado, como oficina para carruagens, oficina para maquinários e algumas lojas que eram “alugadas” para comerciantes.


Nessa outra imagem fotografada por mim, estamos na garagem do palacete. Aqui Simón Patiño guardava as 3 carruagens que tinha. Cada uma em um estilo para diferentes ocasiões.


Essa outra imagem, retirada da internet, mostra a sala das senhoras. Enquanto os homens tinham uma sala reservada só para eles, que geralmente servia de local para se tratar de negócios, as mulheres tinham essa sala com grandes espelhos para tomarem chá e conversarem a respeito do futuro das filhas.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tarsila do Amaral

*Artista Plástica e Contadora de Histórias
Olá pessoal, tudo bem?
Na semana passada iniciamos nossa série (que vai longe!) sobre artistas brasileiros com reconhecimento nacional e internacional. Optamos por apresentar Candido Portinari porque, sem dúvida alguma, é um de nossos principais representantes das artes visuais.

Hoje, gostaria de trazer para nossa apreciação esta que é, também, um dos nomes importantes das artes plásticas brasileiras: Tarsila do Amaral. Estou aproveitando e indicando os sites oficiais destes artistas, já que neles podemos encontrar grande parte do percurso de vida e profissional deles, além de, em alguns casos, desdobramentos com projetos educativos, atividades interativas etc. que possam corroborar, também, com pais e educadores. Espero que aproveitem. Forte abraço e até a próxima semana.


TARSILA DO AMARAL

INFÂNCIA E APRENDIZADO

Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.

Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro) através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, o também escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila disse que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos. Em dezembro de 22, ela voltou a Paris e Oswald foi encontrá-la.

1923

Neste ano, Tarsila encontrava-se em Paris acompanhada do seu namorado Oswald. Conheceram o poeta franco suíço Blaise Cendrars, que apresentou toda a intelectualidade parisiense para eles. Foi então que ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger e pintou em seu ateliê, a tela 'A Negra'. Léger ficou entusiasmado e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da arte moderna brasileira. A artista estudou também com Lhote e Gleizes, outros mestres cubistas. Cendrars também apresentou a Tarsila pintores como Picasso, escultores como Brancusi, músicos como Stravinsky e Eric Satie. E ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti, e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.

Tarsila oferecia almoços bem brasileiros em seu ateliê, servindo feijoada e caipirinha. E era convidada para jantares na casa de personalidades da época, como o milionário Rolf de Maré. Além de linda, vestia-se com os melhores costureiros da época, como Poiret e Patou. Em uma homenagem a Santos Dumont, usou uma capa vermelha que foi eternizada por ela no auto-retrato 'Manteau Rouge', de 1923.

PAU BRASIL

Em 1924, Blaise Cendrars veio ao Brasil e um grupo de modernistas passou com ele o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais. No grupo estavam além de Tarsila, Oswald, Dona Olívia Guedes Penteado, Mário de Andrade, dentre outros. Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros. 'Encontei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, ...' E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB', 'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O Pescador', dentre outros.

Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswald (o pai de Tarsila conseguiu anular em 1925 o primeiro casamento da filha para que ela pudesse se casar com Oswald). Washington Luís, o Presidente do Brasil na época e Júlio Prestes, o Governador de São Paulo na época, foram os padrinhos deles.

ANTROPOFAGIA

Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. Quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro maravilhoso. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário Tupi Guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro.

Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes.

A artista contou que o Abaporu era uma imagem do seu inconsciente, e tinha a ver com as estórias de monstros que comiam gente que as negras contavam para ela em sua infância. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a crítica dividiu-se, pois ainda muitas pessoas ainda não entendiam sua arte.

Ainda neste ano de 1929, teve a crise da bolsa de Nova Iorque e a crise do café no Brasil, e assim a realidade de Tarsila mudou. Seu pai perdeu muito dinheiro, teve as fazendas hipotecadas e ela teve que trabalhar. Separou-se de Oswald.

SOCIAL E NEO PAU BRASIL

Em 1931, já com um novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Ela sensibilizou-se com a causa operária e foi presa por participar de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com o namorado. Depois deste episódio, nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pintou a tela 'Operários'. Desta fase Social, temos também a tela 'Segunda Classe'. A temática triste da fase social não fazia parte de sua personalidade e durou pouco em sua obra. Ela acabou com o namoro com Osório, e em meados dos anos 30, Tarsila uniu-se com o escritor Luís Martins, mais de vinte anos mais novo que ela. Ela trabalhou como colunista nos Diários Associados por muitos anos, do seu amigo Assis Chateaubriand. Em 1950, ela voltou com a temática do Pau Brasil e pintou quadros como 'Fazenda', 'Paisagem ou Aldeia' e 'Batizado de Macunaíma'. Em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis.

Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, a mestra em história da arte e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, 'Tarsila 50 anos de pintura'. Sua filha faleceu antes dela, em 1966.

Tarsila faleceu em janeiro de 1973.

FONTE: www.tarsiladoamaral.com.br

Algumas de suas obras:

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Espelho, espelho meu, existe alguém mais galã do que...

*Professora universitária e mestre em Mídias Digitais
Está bem difícil dar continuidade à lista de Beldades da telona, ainda mais hoje que entramos no universo masculino (risos). A bola da vez são os homens gatos, maravilhosos e que além de charmosos e sensuais acumulam um talento incrível para atuar nas produções cinematográficas. Eles são muitos (foi até difícil escolher) e invadem o nosso imaginário e nos levam a fantasias maravilhosas quando junto deles nos permitimos viver as histórias que nos apresentam.

A lista está bem eclética e vai desde os astros da atualidade até os grandes ícones do cinema e começo com o maravilhoso e talentoso Alain Delon, nascido na região de Borgonha, em Paris, teve uma infância problemática marcada por problemas com os pais e aos 17 anos serviu ao exercito francês na Guerra da Indochina.  Atuou por mais de 50 anos e no inicio de sua carreira foi difícil provar seu talento, pois para a maioria era apenas um rosto bonito. O Leopardo e Rocco E Seus Irmãos foram os filmes de maior sucesso. Delon ainda possui várias marcas de perfumes, cigarros, roupas e óculos que o consagram como o ícone na França.


Com um currículo invejável Tom Cruise já foi dirigido pelos diretores Oliver Stone, Martin Scorsese, Stanley Kubrick e Steven Spielberg.  Com três indicações ao Oscar, não levou nenhuma estatueta, mas esta de cair o queixo nos filmes A Cor do Dinheiro, Rain Man e Jerry Maguire – A Grande Virada e O Último Samurai, mas foi com Missão Impossivel – Protocolo Fantasma que conquistou seu filme de maior bilheteria, mais de US$700 milhòes ao redor do mundo. Em seus relacionamentos a marca registrada é ter se casado com mulheres mais altas que seus 1,70 m, Mimi Rogers (1,76m), Nicole Kidman ( 1,82m) e Katie Holmes (1,80). Antes de tornar-se astro, aos 14 anos Cruise freqüentou rapidamente um seminário franciscano, ele queria ser padre. O astro americano sofre de dislexia, distúrbio que provoca a confusão na identificação das letras nas palavras e tenta diariamente contornar o problema.


O grisalho mais famoso de Hollywood nasceu na Filadélfia (Pensilvânia EUA) e está com 64 anos. Richard Gere é o inesquecível magnata do filme Uma Linda Mulher, um lindo conto de fadas moderno, onde ele é o príncipe. Marcado por sua versatilidade ele vai do personagem dos sonhos ao criminoso, do romance ao musical, o gênero que mais atuou foi no drama. Não importa o gênero, Gere se apresenta sempre com seu charme indiscutível, alias bota charme nisso! Com 35 anos de carreira e mais de 30 filmes, arranca muitos suspiros das fãs por onde quer que passe.


A lenda do cinema americano Paul Newman, também conhecido como Os Olhos Azuis do Cinema, nos deixou em 2008, com 83 anos por causa de um câncer no pulmão. Despontou cedo para a carreira de ator sendo indicado ao Oscar por dez vezes. Foi em 1986 que conquistou o premio por sua atuação em A Cor Do Dinheiro. Filho de pais comerciantes bem sucedidos, o ator também era empresário no ramo alimentício e estava a frente da Newman’s Own. Paul foi casado oficialmente duas vezes e teve seis filhos, perdeu o único filho homem por overdose de drogas e em decorrência disso  criou o Scott Newman Center, dedicado a prevenção do uso de drogas.


Como são muitos os galãs da sétima arte, você vai observar que as épocas estão alternadas, assim vamos conhecendo um pouco mais das lendas do cinema e dos astros que surgem de acordo com sua época.  É bem interessante quando analisamos o sucesso dos atores em suas épocas. Cada um à seu modo, com seus recursos, oportunidades, estúdios, diretores e papéis diferentes passam pelo mesmo processo, as duras penas precisam provar não só ao publico, mas a industria cinematográfica, que são muito mais do que rostos bonitos e corpos sensuais, precisam provar a cada dia que são profissionais talentosos. Mas a verdade seja dita, que um rostinho lindo e um corpo esculpido ajudam essas beldades a conquistar seu merecido lugar, ahhh isso ajuda!

Por essa semana esses são os gatos do cinema selecionados, na próxima tem mais colírio. Mesmo que seja cada um com suas diferenças, alto ou baixo, novo ou velho, gordo ou magro, não importa, bom mesmo é bom ver gente bonita aos nossos olhos...

Não vai perder a próxima seleção; até lá e boa semana!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Bienais e Cazuza, para semana nascer feliz!

*Jornalista e escritor

Aproveitei o final de semana prolongado com o feriado e estive em São Paulo por esses dias visitando a Bienal de Arquitetura, a Exposição sobre as Bienais de Arte e a Mostra Cazuza Mostra sua Cara no Museu da Língua Portuguesa. Três roteiros para lá de especiais e com a qualidade que os eventos de uma megalópole como São Paulo têm.


A Bienal de Arquitetura de São Paulo está em sua décima edição e acontece desde o dia 12 de outubro, sendo encerrada no dia 1º de dezembro. A programação está espalhada por diversos espaços culturais da capital, como o Centro Cultural de São Paulo, Sesc Pompeia, Masp, Praça Victor Civita, Centro Universitário Maria Antônia, entre outros. Ela é realizada há quase 40 anos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil e na edição deste ano abordará o tema: “Cidade: Modos de Fazer, Modos de Usar”.

A edição anterior não obteve o sucesso desejado e, por essa razão, os organizadores desta edição decidiram fazer com que ela fosse aberta para todos em vários cantos da cidade, de modo que as próprias construções e espaços da cidade fossem explorados e fruídos pelos visitantes e moradores da metrópole paulista. Vale muito a pena participar.


Já no Parque do Ibirapuera, tive a oportunidade de entrar em contato com o trabalho de 108 artistas que fizeram parte da história das 30 edições da Bienal de Arte, numa mostra que homenageia os mais de cem artistas que passaram pelas bienais de arte de São Paulo desde o ano de sua fundação, em 1951, sob o título “30 x Bienal”.

São trabalhos dos mais variados, com técnicas e suportes distintos, temas e provocações dos mais diversos. Eu, que venho acompanhando as bienais de arte de perto, inclusive levando caravanas de Araçatuba para São Paulo, interagi com os trabalhos e artistas lá expostos como que se estivesse tendo um “dejavú”, ou um “vale a pena ver de novo”, um “resumo da ópera”. Quem estiver por São Paulo até 08 de dezembro tem um bom programa cultural para usufruir.


E “Cazuza mostra sua cara” no Museu da Língua Portuguesa (MLP) da forma mais autoral possível. Quem acompanhou esse jovem “porra loca” ao longo de sua vida tem compromisso marcado nesse espaço privilegiado da Língua Portuguesa. E, como não poderia ser diferente, Cazuza quebra mais um tabu no MLP, visto ser o primeiro autor não escritor a ser homenageado pela casa.

A mostra é altamente interativa, traz objetos pessoais do compositor/cantor, manuscritos de composições suas, depoimentos de parceiros de trabalhos e, é claro, muitas de suas canções que podem ser ouvidas tanto em som aberto quanto em fones de ouvido. E a curadoria, vejam só, é de um arquiteto.

Passe lá e se emocione!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Liberdade! Liberdade! Abre a asas sobre nós!

*Educadora Musical e Regente de coral formada pelo Instituto Tatuí

Dia 15 de novembro, sexta feira, comemorou-se a Proclamação da República. Para muitos, só mais um feriado para o descanso de um ano que passou rápido, mas foi muito atribulado.  Acredito que muitos não conheçam a história do Hino da Proclamação da Republica e aproveito esse momento para apresentá-lo àqueles que ainda não o conhecem e relembrá-lo com aqueles que já o esqueceram.

Que o refrão desse Hino nos traga a lembrança de que esse país é nosso e o futuro das nossas coisas, somos nós que construímos. Embora pareçamos livres, as algemas que trazemos em nossa contemporaneidade são às vezes, muito mais cruéis, pois as aceitamos calados, omissos! 

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Vamos conhecer a história desse Hino:

Inicialmente, o Hino foi composto para ser o Hino do Brasil. Os republicanos desejavam criar os novos símbolos do novo regime e para isso, em 1890, lançaram um concurso para escolha do novo Hino Oficial do Brasil. O concurso foi realizado no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1890.

O Hino ganhou o concurso, mas acabou não sendo utilizado como Hino Nacional por decisão do Marechal Deodoro da Fonseca. Por meio de Decreto em janeiro de 1890, o novo governo brasileiro determinou que a composição fosse utilizada como Hino de Proclamação da República.

Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque (1867 - 1934) escreveu a letra do Hino. Ele era professor, jornalista, escritor e político entusiasta do ideal republicano. Talvez por conta de sua formação intelectual a letra tem vocabulário rebuscado. Ele também foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ocupando a cadeira 22.

Já a música é de Leopoldo Américo Miguez (1850 - 1902), um respeitado músico com formação erudita que foi diretor e professor do Instituto Nacional de Música. Eu me lembro quando cantávamos os Hinos nas escolas antes da entrada e nas atividades cívicas (década de 70).

O Hino não é um dos mais conhecidos, mas em 1989 o verso “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós” acabou dando em samba, composto por Niltinho Tristeza, Preto Joia, Vicentinho e Jurandir, sendo dessa maneira popularizado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense para a comemoração do centenário da república.

O refrão, com algumas adaptações, foi fundamental para transformar o samba enredo, em um dos mais conhecidos e populares da história dos desfiles das escolas de samba, levando a Imperatriz ao título de campeã do carnaval de 1989.

Detalhe da obra "Liberdade guiando o povo", de Delacroix

Hino da Proclamação da República
Música: Leopoldo Augusto Miguez
Letra: Medeiros e Albuquerque 

Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

domingo, 17 de novembro de 2013

BOLA 7

*Professor universitário e mestre em Turismo e Hotelaria
Encerrando a série “restaurantes de Araçatuba” o artigo deste domingo apresenta o estabelecimento mais famoso da cidade! O tradicional “Bola 7”, ou simplesmente “Bola” como é conhecido por aqui... É uma simpática choperia muito movimentada, localizada na Av. Brasília, 2046 (principal via de acesso à cidade). Aberta de domingo a domingo e frequentada por pessoas de Araçatuba e região servem ali a cerveja mais gelada, o que abranda as elevadas temperaturas da noroeste paulista e o principal prato representativo do município, o cupim casqueirado.


A antiga cantina Nova Iorque comprada por Felipe de Almeida Amaral, imigrante português em 1968, foi por ele batizada de “Bola 7”, nome alusivo a principal bola do jogo de sinuca. Desde então, o Bola era o principal ponto de encontro da cidade. Palco de eventos sociais, tratativas de negócios e conchavos políticos, frequentado por todo tipo de público, das "conhecidas namoradeiras" as elegantes senhoras da sociedade, certamente eram atraídos pela boa comida desde um competente petisco até mesmo ao bom bacalhau.

No cardápio oferecem uma infinidade de porções e diversos pratos de carnes, peixes, massas, pizzas, lanches, etc. porém,  o carro-chefe é o cupim casqueirado. A novidade da casa é a porção “colossal onion” uma cebola gigante empanada e frita inteira, apresentada em formato de flor acompanhada com molho picante, cai muito bem com aquele chopp gelado.


O cupim casqueirado é um dos pratos típicos de Araçatuba, título este concedido pelo legislativo local, são produzidos em vários restaurantes que disputam a elaboração do “melhor cupim da cidade”. O cupim é uma carne adiposa composto de fibras musculares entremeadas de gordura, apesar dos mitos depreciativos, como toda carne do dianteiro do boi ela não é composta apenas de gordura saturada e nem com acúmulo de toxinas do boi, a carne não tem nada de prejudicial, exceto a quantidade de gordura devendo ser consumida com moderação.


O ambiente é descontraído e com música ao vivo nos finais de semana, o atendimento é ótimo e rápido, acredito por estes motivos estar sempre lotado. Se você quer um lugar mais reservado, a “Costelaria do Bola” é uma ótima opção. O restaurante anexo, localizado na Av. Paulista ao lado do Bola 7 tem um ambiente mais reservado e ali se serve a costela ao bafo além de outras carnes grelhadas na brasa como chuleta, noix, t-bone, picanha, copa lombo, frango, filé e coração, que acompanham arroz com alho, salada de folhas e tomate, vinagrete, molho e mandioca cozida derretendo... De dar água na boca, a farta porção de costela pode ser servida na opção mais magra ou mais gorda como preferir o freguês. Vale a pena conferir!


Este é um ótimo local para as comemorações de final de ano que se aproximam, e falando nisso os próximos textos versarão sobre as comidas natalinas. Hoje vou ficando por aqui e mais tarde nos encontramos ali no Bola para um happy hour daqueles... Até breve!

SERVIÇO BOLA 7: Todos os dias. Fone: (18) 3621-1907. facebook.com/restaurantebolasete.
SERVIÇO COSTELARIA: Terça a Sábado das 11h - 24h e domingo 11h - 17h. Fone: (18) 3622-2217.