domingo, 31 de maio de 2009

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

No último final de semana ocorreu a Pré-conferência Nacional de Educação em que governo municipal e sociedade civil se reuniram para pensar e discutir a qualidade educacional em nossa cidade, região e país.
A iniciativa é boa. Afinal, estamos todos unidos num objetivo comum: nesse caso, a Educação de nosso município. Entretanto, fica aí uma observação: a Pré-conferência deveria ter sido divulgada com mais antecedência e ocorrido dentro de dias e horários mais adequados para cada um dos grupos interessados.
Nós, professores, e por extensão os pais fomos informados dois ou três dias antes do término das inscrições. A toque-de-caixa tivemos que repassar a informação para os pais que, na maior parte dos casos, não entenderam nada. Não sabiam do que se tratava a conferência, qual contribuição poderiam dar... aliás, se quer sabiam o que era uma conferência. Foram motivados por outros atrativos do encontro que não necessariamente a reflexão, a discussão em si.
Muitos colegas professores, assim como eu, já haviam assumido compromisso anterior o que, em grande parte, dificultou a participação. Até porque nos dedicamos de segunda a sexta, das 7h às 17h30min e os finais de semana ficam reservados para os cursos de especialização, de atualização profissional e, quando há tempo!, para família. Portanto, caso enxergassem importância na participação dos professores, os debates ocorreriam durante a semana.
O professor deve ser, sim, protagonista nessas ações. Afinal, tudo vai parar na sala de aula. Se quisermos de fato uma revolução na Educação brasileira temos que valorizar o profissional professor. E esta valorização começa desde sua formação, sua atualização profissional até questões mais cotidianas como infraestrutura e materiais pedagógicos, salários dignos e respeito.
Se de fato queremos uma revolução educacional temos que diminuir a bur(r)ocracia e o preenchimento exagerado de formulários e fichas e começarmos pragmaticamente a modificar o ensino em nossas escolas. A Coreia e Cingapura estão aí como exemplos.

CURSO DE ATUALIZAÇÃO DIAS 06 e 20/JUNHO


PREZADOS,
em junho ministrarei o curso: LER E ESCREVER É DIVERTIDO.
Participem e divulguem o curso.
Um forte abraço e até lá!
Prof. Antonio Luceni

sábado, 30 de maio de 2009

CIRCUITO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS


Antonio Luceni



Continuo na jornada homérica de propor a reflexão e a, junto a esta, a ação de estimular leitores. Sim, porque ler é algo vital. Quem lê se relaciona melhor com o mundo e com as pessoas, tem mais condições de não ser enganado, de nao ser passado pra trás.

Minha grande oportunidade é sempre a sala de aula. Talvez por essa razão nunca a abandone. Fico reclamando, enchendo o monte os ouvidos das pessoas (ora com razão ora sem tanta necessidade), mas acabo me realizando mesmo é como professor.

E a faculdade é um espaço privilegiado para discutir essas e outras questões todas. A cada semestre tento problematizar o tema da leitura e, atrelada a ela, aspectos da literatura infantil. Acredito que quanto mais cedo começarmos esse processo, trilharmos esse caminho, melhor... Daí meu interesse pelo texto voltado às crianças que, em geral, no contato com o adulto - e as alunas de Pedagogia e Letras o sabem bem - é igualmente apaixonante.

Para este semestre, propus um Circuito de Contação de histórias. Em diferentes pontos da faculdade, no momento do intervalo, foram feitas várias apresentações de livros como Uni, duni, tê de Ângela Lago, A casa sonolenta de Adrew Wood, A vida íntima de Laura de Clarice Lispecto, entre outros... apaixonaram os presentes.

Gostaria de parabenizar e homenagear meus alunos dos cursos de Letras e Pedagogia pelo trabalho que realizaram e também pelo tempo que dedicamos juntos na reflexão de tão importante tema.

Um forte abraço e até o próximo semestre.



Antonio Luceni é professor universitário, Mestre em Letras e escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

MIRANDO CARMEM II


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Na semana passada mencionei um projeto que estou desenvolvendo na EMEB Hélia Pinholi Mungo sobre nossa querida Pequena Notável Carmem Miranda. Entre as várias ações desenvolvidas com os aprendizes da 4ª série C, gostaria de destacar as produções de texto feitas por eles.
A motivação, como disse, foi Carmem Miranda e o elemento aglutinador foram justamente frutas, por causa da “feira” que levava sobre a cabeça. O livro “Poesia é fruta doce e gostosa” de Elias José, ajudou na elaboração das produções. Algumas delas:
O morango é vermelho com pintinhas pretas,
mas não está com catapora;
tem forma de coração e é tão gostoso
que eu poderia comer uma dúzia inteira.
É tão gostoso que eu como um
e não quero parar de comer mais!
(Genilson César dos Santos – 11 anos)

Acerola é como bola
De tão redondinha que é!
Acerola se enfia na gola
E como ela rebola!
Acerola vive dizendo:
― Não amola!
Ela é uma fruta azedinha,
Mas é muito gostosa!

(Dayane de Almeida Pereira – 9 anos)

Uma fruta vermelha
Em forma de coração
Tem bolinhas pretas
E é uma delícia.
Tem um sabor muito gostoso
E é uma fruta linda.
Já adivinhou que fruta é?
Esta fruta é o morango!

(Guilherme Felipe M. de Carvalho – 10 anos)
Não são uma beleza?! Estou muito feliz com os resultados. Fico feliz por contribuir com a formação dessas crianças. Causa-me emoção cada progresso de cada um deles. Às vezes sendo pouco valorizados, muitas vezes sem apoio em casa, na família... Fico pensando se tivessem o suporte devido, se se importassem com eles. Se estivessem envolvidos diariamente com arte, com projetos culturais efetivos, sérios, apartidários... Sei que têm muito para oferecer. Há muitas “Carmens” neles. Há muito talento para ser valorizado.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

PROJETO MIRANDO CARMEM


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Neste ano, caso estivesse viva, Carmem Miranda completaria 100 anos. A mais brasileira das brasileiras (sim, porque apesar de ter nascido em Portugal e vivido a maior parte de sua vida nos Estados Unidos, a Pequena Notável – como ficou conhecida, foi e continua sendo uma das maiores referências da cultura e do padrão de qualidade da música e da ginga brasileiras.
Parceira de grandes músicos e compositores foi imortalizada com a imagem da “feira” que levava sobre sua cabeça e com marchinhas como “Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim...”, “O que é que a baiana tem?”, entre outras.
Apesar de sua grandiloquência, poucas foram as alusões e comemorações ocorridas no Brasil. Entretanto, desde o ano passado já havia escrito um projeto para relembrar tão importante vulto por meio de uma ação educativa na EMEB Profa. Hélia Pinholi Mungo: Mirando Carmem. O nome do projeto é um trocadilho com o sobrenome da artista, deixando-a em foco, daí “mirando”.
Desde fevereiro estamos desenvolvendo este trabalho com crianças da 4ª série, nas diferentes frentes do saber: língua portuguesa, artes visuais, música, dança etc. Os resultados são dos melhores, sobretudo pelo público com o qual lidamos: carentes de saber e de sabor pelo saber. Temos certeza de que a culminância de “Mirando Carmem”, em junho, coroará todo trabalho com êxito.
São ações com produções escritas, saraus de poesia, pintura e jogos pedagógicos temáticos construídos pelos próprios alunos, visita a um sítio de produção de banana da família Manarelli, no bairro da Água Limpa, artesanatos com fibras de bananeira, comidas e sobremesas com banana verde, entre outras atividades.
Gostaria de agradecer publicamente, porque já o fiz em particular, às amigas e parceiras de trabalho Rosana Franco – Diretora da EMEB, Luciane Pavan – Coordenadora Pedagógica e a sempre parceira professora Oneide. Também quero deixar registrado meu abraço e respeito aos pequenos aprendizes, os alunos da 4ª série C, que têm me surpreendido positivamente cada dia. Que a alegria de Carmem Miranda e toda energia contagiante que tinha possam ser estendidas a todos nós.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor.


AS MULHERES DA MINHA VIDA


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Mesmo já tendo passado o dia oficial, penso que sempre vale a pena a homenagem. Até porque, dia da mulher deve ser em todos os dias. Algumas mulheres da minha vida:
a) Maria, minha mãe. Já escrevi sobre esta mulher lutadora e exemplo de cidadã, que não foge à luta e sempre disposta a ajudar. Penso que mulher como minha mãe existe apenas uma em um milhão. Esposa dedicada e pacienciosa, mãe zelosa e amável, cidadã cumpridora de seus deveres e sabedora de seus direitos. Cristã fervorosa e de grande fé.
b) Joana, minha avó. Uma mulher simples, analfabeta, mas de uma sabedoria singular. Criou nove filhos, todos com muita dedicação e os encaminhou no caminho da justiça, da hombridade e da honestidade. Minha avó até hoje é como coluna para toda família. Todos nós respeitamos e amamos muito esta grande matriarca.
c) Minha irmã Lindalva. Única filha, única irmã e, agora, nos ofereceu a única neta, a Júlia. Tal qual o próprio nome diz, minha irmã é linda. Por dentro e por fora faz jus ao nome. Era meio desleixada com os serviços domésticos quando morava conosco. Cozinhar? Nem ovo fritava! Hoje, exímia cozinheira, dona de casa dedicada, esposa e mãe carinhosa.
d) Sueli Guimarães, minha professora da 4ª série. Sempre menciono esta figura que, para mim, é das mais singulares que já conheci. Não ensinava somente com o saber cientifico e técnico que tinha, ensina com exemplos de humanidade, humildade e vida cristã. Busco no meu caminhar no magistério fazer ao menos parte daquilo que recebi dela.
e) Marly Garcia Souto. Conheci esta querida amiga ainda na adolescência, nos cursos e palestras que assistia na sua escola, Retomada. Aprendi a amá-la pelas ações que vi nela, sobressaindo sempre a humildade e o entusiasmo. Tive muitas oportunidades dadas por ela e, com muito respeito, procurei retribuir todas. Sei que ainda faremos muitas outras atividades juntos, é só esperar que o tempo encerre suas ações.
Poderia continuar a lista, ela seria infindável. Tenho uma proximidade com o feminino que não caberia nesta página. Em cada uma delas um aprendizado diferente, uma experiência boa pra ser trocada, uma sutileza daqui, outra sensibilidade de lá. Temos muito que aprender com elas. Essa história de sexo frágil é pra quem não conhece e convive com mulher. Em muitas delas exemplos de coragem, de fé, de perseverança, de otimismo... Pepeu Gomes tinha razão. Todos temos nosso lado feminino!
Parabéns a todas as mulheres do nosso Brasil!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor.

AO MESTRE SALES, COM CARINHO


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Há dois anos iniciei um caminho que me fez conhecer diferentes paisagens e personagens das mais interessantes. Um caminho pelo qual a persistência, a busca e a curiosidade foram parceiras permanentes: o caminho do mestrado.
No começo meio incerto e arisco. Será que vou conseguir? E se entrar, será que vou dar conta? Um lugar novo, novos colegas e professores, novas idéias e autores... O novo assusta mesmo, mas prossegui.
Desde o começo também amparado e bem direcionado – a primeira reserva de hotel foi ele quem fez – pelo meu orientador, professor José Batista de Sales, ou simplesmente Sales!
Você já conviveu com alguém que não é da sua família, mas se preocupa com você sob vários aspectos? Pois é, foi assim com o Sales. “Tome cuidado com a estrada”, “Não, não... você acabou de ingressar no programa, não há necessidade de ir a este Congresso”, “Gostaria muito que participasse desse encontro. Será importante para sua pesquisa...”, entre tantos outros gestos e palavras que me fizeram construir um orientador-amigo-paizão que jamais vou esquecer.
Mas não foram só flores, não. “Isso aqui pode tirar...”, “Não, não... tá muito longo, muitas ilações...”. Sempre buscando me ajudar e fazer com que crescesse profissionalmente.
O modo como procurei agradecer e retribuir tudo isso foi no afinco e dedicação aos estudos nas várias disciplinas que cursei, congressos que participei e trabalhos que apresentei. A pesquisa de campo foi um capítulo à parte. Alguns quilômetros percorridos em São Paulo, Minas Gerais e Brasília/DF e amizades iniciadas: Francisco Alvim, Maria Lúcia Alvim, Vilma Sant’Anna Arêas.
Professor Sales, muito obrigado. Em seu nome cumprimento todos os outros professores do mestrado da UFMS que tão gentilmente doaram parte de suas vidas conosco, novos mestres.

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE, mestre em Literatura Brasileira pela UFMS.

2008 FOI ÓTIMO


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Depois de amanhã, 2009.
Mais um ano vai ficando para trás e outro se aproxima. Alegrias e tristezas, sucessos e tropeços, conquistas e derrotas, sabores e dissabores... É bem verdade que se dependesse de nós só teríamos alegrias, sucessos, muita comida, saúde pra dar e vender.
Mas será que isso seria bom? (Lá vem você, amigo leitor, me recriminando! Não gosto de sofrer, não!). Digo isso porque o parâmetro da vida sempre é norteado a partir dessa ambigüidade, dessa dialética... Como saberíamos o que é bom se não tivesse o mau para contrastar? Tem gente que só se aproxima do outro quando este está doente. Por que não se conversaram antes? Tenho cá pra mim: Se querem manter contato comigo que o façam na saúde, em vida. Não quero nada póstumo.
Ano novo, vida nova. Promessas feitas com pulos sobre ondas do mar; regimes sugeridos após enormes pratos de peru e sobremesas das mais calóricas; abraços e beijos protocolares; visitas chatas indo embora... O ano novo se aproxima. Vida nova? Será?
Cá estou eu, em Belo Horizonte. Uma Júlia se foi e outra acabou de chegar. Júlia, minha vó, partiu. Foi cuidar de galinhas, bodes e vacas noutro canto do universo. Aqueles olhos azuis, aquela risada particular, aquele jeito caipira de mulher experiente e pouco ligada às vaidades... Nosso contato foi pontual, mas os poucos momentos juntos estão grudados à minha memória...
Agora, veio a Julinha, minha sobrinha. Nosso primeiro natal em família. Será que ela gosta de peru? Será que não quer uma sobremesa? Todos vamos ficar pensando nisso... No próximo natal já estará andando, pra lá e pra cá, sendo chamada a todo instante: “Júlia, não mexe nisso...”, “Desce daí menina...”, “Ela não é linda? Parece uma princesinha...”.
Assim, a vida continua. Rindo da gente, torcendo por nós e nos engolindo.
2008 foi ótimo. 2009? Será melhor ainda! Feliz ano novo!


Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

EH! MINAS GERAIS...


Antonio Luceni
aluceni@terra.com.br

Minha relação com Minas Gerais fica cada vez mais intensa. Além dos deliciosos pães de queijo, doces caseiros, feijão tropeiro e frango ao molho pardo, tenho ligações de sangue e profissionais.
No mês passado tive oportunidade de desfrutar das agradáveis companhias de minha irmã Lindalva e de meu cunhado Marcelo, acompanhado, ainda, de minha mãe, Maria. Visitamos o Mercado Municipal de Belo Horizonte com suas gostosuras de encher olhos, bocas e ouvidos.
Em São João Del-Rey, tivemos oportunidade de participar do 20º Inverno Cultural, entre outras atrações, com shows de Paulo Ricardo e Alceu Valença. Aliás, o show de Valença foi realmente de esquentar corações. Na companhia agradável do casal Jean e Ana Paula e do pequeno Samuel, o frio que gelava até a alma ficou ameno na energia e alegria contagiantes da noite.
Em Tiradentes, muitas emoções revividas e saudosismos revigorados com a velha maria-fumaça – que ainda arranca suspiros de crianças e adultos, convidando-nos, por alguns instantes, a entrar num mundo quase mágico. Nas antigas ruas, revestidas de pedras, andamos de charrete que contribuiu ainda mais para usufruirmos daquele pedacinho bonito do Brasil. Os casarões e igrejas antigos, os mercadinhos com suas peças peculiares e sua gente de jeito simples, os cafés e restaurantes rústicos e a paisagem montanhosa pareciam mesmo um cartão postal ao vivo!
Além do meu encontro com a agradável e verdadeira Maria Lúcia Alvim, colaboradora e irmã da poeta, objeto de pesquisa do meu mestrado, Maria Ângela Alvim. O encontro com Maria Lúcia foi interessante desde o acesso a ela, na pequena e simpática Volta Grande, até os deliciosos cafés e almoços de bate-papo sobre poesia, cultura e Maria Ângela.
Eh, Minas Gerais... Quem lhe conhece, de fato, não a esquece jamais!





Antonio Luceni é Professor Universitário, Diretor de Cultura de Araçatuba/SP e Escritor. Entre outros livros, é autor de “Júlia à procura da consciência perdida”, Academia Araçatubense de Letras.

ARAÇATUBA EM CANTOS


Antonio Luceni
aluceni@terra.com.br


Grandes acontecimentos, grandes datas carregam em si o forte poder de nos atrair, de atrair nossos olhares para si e, ao mesmo tempo, fazer do episódio, evento um momento mágico, infindo. Lembro-me, exemplo, quando o cometa Halley passou pela última vez, isso em meados de 1980. Quanta gente comentando, quanta euforia, quanta curiosidade... e nós, crianças, nem sabíamos direito o que estava acontecendo.
Para nós araçatubenses (e para os amigos penapolenses, também!) o próximo ano será marcante em nossas vidas. Teremos o privilégio de passarmos por uma data bastante significativa na vida de qualquer pessoa, instituição, comunidade e cidade: o primeiro centenário.
Comissões estão sendo instituídas, propostas e idéias sendo abraçadas, grupos dos setores públicos e privados se articulando para que em 2008 Araçatuba ganhe uma festa digna de uma “Senhora de si”.
Ainda enquanto professor do Unicolégio, organizei uma mostra de trabalhos (desenhos, pinturas, colagens, xilogravuras...) de alunos do Ensino Fundamental e Médio intitulada “Araçatuba rumo ao centenário”, buscando, desde 2004, levantar as discussões e atrair os olhares para uma efeméride importante como esta.
Agora, com a proximidade da data, estou encabeçando o projeto “Araçatuba em cantos” que, a partir de dezembro passado foi lançado e que durante este mês cumpre sua segunda etapa com Mostra Coletiva homônima, em que estão expostas na Biblioteca Municipal obras de Ângela Wicher, Duxttei, Edna Badú, Fernanda Russo, Lourdes Gilberti e este que vos escreve.
Vale a pena visitar. São obras com diferentes técnicas e estilos, retratando Araçatuba sob os olhares dos vários artistas. Às vezes, num ângulo nunca visto por você!

COM QUANTOS CHAPÉUS SE FAZ UM CHAPEUZINHO


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Quando ingressei no curso de pós-graduação na Unesp de Presidente Prudente/SP tinha algo muito claro em mim: Queria pesquisar literatura infantil e suas implicações na formação de leitores. Para isso, tive excelentes mestres: Ricardo Azevedo, Luís Camargo, Ezequiel Theodoro Silva, Renata Junqueira de Souza (minha orientadora), entre tantos outros que, com experiências diversas, me encaminharam para uma rica e profunda reflexão sobre o texto estético infanto-juvenil e desdobramentos.
Esta reflexão caminha até hoje nos cursos de capacitação profissional e aulas no ensino superior que tenho ministrado em Araçatuba e região. Nesse percurso, tenho me apaixonado cada vez mais pelos textos dirigidos aos pequenos, mas que comumente têm agradado aos gostos dos adultos, também. Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Lygia Bojunga Nunes, Bartolomeu Campos de Queiroz, Ricardo Azevedo, Luis Camargo, Mary e Eliardo França, Ziraldo, Tatiana Belinky, Monteiro Lobato (é claro!), e importantes nomes no texto infantil e juvenil brasileiro que seria insuficiente este espaço para citá-los, trazem a cada ano preciosas contribuições na forma de ver e viver a vida, a morte, o amor, o ódio, a guerra, a paz, a tristeza...
No próximo sábado, 10 de novembro, estarei lançando meu próximo livro, “Com quantos chapéus se faz um Chapeuzinho”, na Biblioteca Municipal “Rubens do Amaral”, às 20 horas, em Araçatuba. Nele, busco contribuir no trabalho de colegas professores do ensino infantil e fundamental no que diz respeito à literatura infantil, leitura e produção de texto, tentando aproximar os pequenos a estes universos de modo atraente, envolvente e significativo.
Tive o privilégio de ter nesta obra algumas contribuições, entre elas a do querido amigo-mestre Ricardo Azevedo, responsável pelo prefácio, e a do Orlandeli, ilustrador dos mais competentes que conheço. O resultado – sou suspeito para falar, dos mais agradáveis, tanto em visual, quanto (e principalmente) no conteúdo.
Para os que quiserem conferir, fico aguardando na noite de autógrafos. Depois, percorro o Brasil caminhando com “Chapeuzinho”. Tomara que nenhum lobo mau nos pegue!

GUERRA E PAZ


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Guerra e paz? Guerra ou paz?
Confesso que fiquei pensando nas duas propostas acima. Aliás, sempre estamos encurralados nesses dilemas da vida. Por falta de uma, sempre nos são dadas duas, três ou mais opções. Às vezes isto é bom. Outras vezes, não tão bom assim. Guerra e paz lembram um pouco desses temperos da vida: ying e yang, bem e mal, Deus e diabo, santo e pecador, eterno e efêmero, doce e salgado... Guerra e paz formam, portanto, os dois lados da mesma moeda. Dois lados necessários. O que seria do bem se não houvesse o mal para contrastá-lo? O que seria dos santos se não houvesse os pecadores? Machado de Assis propõe esta idéia quando sugere “ao vencedor, as batatas!”.
Guerra ou paz? Um maniqueísmo solidário. Um determinismo utópico. Um programa a ser atingido. Para que guerras? Para que mortes? Para que órfãos da guerra? Para que viúvas da guerra? Uma paz eterna, num paraíso eterno com vida eterna, pelos séculos dos séculos... “Não existe um caminho para paz. A paz é o caminho.”, dizia Gandhi. Ou ainda para os mais burocratas e céticos: a guerra é a higiene do mundo.
Em 2007 comemoramos 40 anos dos painéis “Guerra” e “Paz” de Candido Portinari, instalados na sede da Organização das Nações Unidas – ONU, em Nova Iorque.
O próprio Portinari não teve oportunidade de vê-los instalados, por razões políticas. Não o deixaram em paz! Como ironia do destino, os painéis que propunham uma reflexão aguda sobre os benefícios e malefícios de um ou de outro gesto (guerra e paz) residem justamente no país das muitas guerras e de pouca paz.
Como tenho insistido repetidamente nestas linhas, somos artífices e escritores da nossa própria história. Pintamos, também, nossos painéis particulares de guerra e de paz. Elegemos nossas cenas prediletas, elencamos nossos atores, decidimos o formato das obras, sugerimos cores e formas, esboçamos expressões e delimitamos espaços. Às vezes, ficamos horas na dedicação de uma ou de outra obra. Canalizamos mais ou menos energia para este ou para aquele trabalho.
Oxalá todos tivessem oportunidade de pintar lindas telas, com singulares cores, de diferentes formas, sob um olhar produtivo e enriquecedor. Como Portinari, oferecêssemos a nações briguentas, a vizinhos bélicos, a grupos mais alterados obras de paz (de guerra, não!), com crianças brincando, corais cantando, mães amamentando, e todos em perfeita harmonia com seus semelhantes.

Divagação: Prefiro os amarelos nas pinturas de Portinari. Por que tanta gente escolhe o preto para suas pinturas?

Antonio Luceni é Professor Universitário, Diretor de Cultura de Araçatuba/SP e Escritor. Entre outros livros, é autor de “Júlia à procura da consciência perdida”, Academia Araçatubense de Letras.

DO TAMANHO DE UM ELEFANTE


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Meu primeiro contato com os Alvim aconteceu no livro “Os cem melhores poemas brasileiros do século”, organizado por Ítalo Moriconi, editora Objetiva, com um poema de Maria Ângela Alvim, que me atraiu muito pela qualidade, objetividade e singeleza contidos no texto.
Qual foi minha surpresa, assim que entrei no mestrado meu orientador, professor José Batista de Sales, sugeriu-me pesquisá-la mais profundamente, reunindo a fortuna crítica existente da poeta. Eu aceitei.
De início, muito arenoso e um tanto quanto desestimulador, já que o material existente sobre ela é escasso e, igualmente, enriquecedor. Basta sabermos que um Drummond e um Herberto Hélder se interessaram pela obra de tal escritora.
No caminho da busca, da pesquisa tive contato com muitas pessoas enriquecedoras em diferentes lugares do país, entre os quais Belo Horizonte, Campinas e, mais recentemente, em Brasília.
Pois é! Na semana passada tive a oportunidade (e a delícia, por assim dizer) de usufruir da agradável companhia do casal Francisco e Clara Alvim, irmão e cunhada de Maria Ângela Alvim.
Já havíamos feito contato por telefone e a presença física dos dois só veio acrescentar à primeira impressão que tive via fone: um cavalheiro e uma dama do saber e que enobrecem, sem dúvida alguma, as qualidades mais comentadas dos brasileiros, cordialidade e alegria.
O poeta Francisco Alvim, já conhecido pelo belíssimo trabalho que desenvolve em poesia, trouxe uma grande colaboração à pesquisa que estou realizando sobre a obra de Maria Ângela e, ao mesmo tempo, acresceu-me à visão na discussão, comentários e troca de informações sobre o panorama geral da poesia brasileira e da poesia para vida.
De fato os Avim são do tamanho de um Elefante!


Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

A MÚSICA ESTÁ NO AR


Antonio Luceni
aluceni@terra.com.br

Talvez a mais universal de todas as linguagens artísticas, a música é ingrediente presente em nosso cotidiano das mais diferentes formas. Na lavanderia ou na sala de estar, no micro da mesa de trabalho ou num ambiente de shopping, na sala de aula ou dentro de táxi ou ônibus... Buscamos música para quase todos os momentos de nossas vidas: na marcha nupcial, no batizado do primeiro filho, no baile de quinze anos, a música do primeiro beijo ou transa, até a música que, vejam só, gostaríamos que fosse tocada em nosso funeral.
Há diferentes tipos de músicas, como há também diferentes tipos de expectadores. O grupo dos que defendem uma música de qualidade, opta por esse ou aquele compositor ou intérprete; outro grupo acha que música só existe para ser “curtida”, aí ficam noutra ponta quando o quesito é melodia, letra (quando há!), ritmo etc. Não estou, aqui, discutindo gostos ou preferências musicais, estou, isto sim, afirmando e, apenas constatando, que é quase impossível alguém passar um dia que seja de sua vida sem esta agradável e necessária parceira, a música.
Por sorte, (para não dizer pelo empenho destes) temos em Araçatuba profissionais da mais alta qualidade e compromisso neste viés artístico. A Orquestra Municipal de Sopro, sob a batuta do querido Cid Frota, é um ótimo exemplo; por onde passa atrai olhares e arranca (merecidos!) aplausos dos ouvintes. Outro projeto exemplar, já homenageado pelo Departamento de Cultura de Araçatuba com o Troféu Odette Costa, é o “Sons do Brasil”, coordenado pelo músico Zé Renato Gimenez. Não poderia deixar de citar, também, o recente e promissor projeto de Éverson Polizeli e Cecília Raab, onde ambos tocam a quatro mãos, em concertos emocionantes e enriquecedores. Somados aos tradicionais recitais e concursos de piano promovidos pelo Conservatório Santa Cecília, da querida Wanda, e pelo Conservatório Villa Lobos, da amiga Marinete Capóssoli, além do Conservatório Dókimos de Neila Fontão, entre vários outros que não poderia aqui citar por falta de espaço, deixam Araçatuba e região mais melodiosas.
Um projeto que em Araçatuba está em seu início, mas que promete muito é o Guri. É muito bom, durante toda semana, ver e ouvir uma meninada pujante tocando, cantando e pensando música. Que bom seria se coisas assim fossem aumentadas e valorizadas em nosso país. Nunca ouvi falar em rebelião e fuga em escolas de música. Nunca ouvi dizer que algum professor de conservatório houvesse ficado refém de seus alunos. Nunca tive notícia de que alguém que estudasse música achasse tempo para pensar e fazer outras coisas senão tirar lindos acordes de seu instrumento e emocionar a todos nós.
Então, deixemos a música ganhar o seu espaço, porque a música está no ar.




Antonio Luceni é Professor Universitário e Escritor, membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

A INVASÃO DOS MUSICAIS



Antonio Luceni
aluceni@terra.com.br

“Investir em cultura não é caridade: é uma parceria que ajuda a projetar o Brasil internacionalmente." Fernanda Montenegro
O pensamento acima, proferido por uma das mais conceituadas atrizes e personalidades brasileiras, ilustra bem a idéia de que investir em ações culturais soa bem em qualquer lugar, inclusive no Brasil.
Recentemente estive, juntamente com um grupo de Araçatuba, no “Fantasma da ópera”, em São Paulo. Um primor de espetáculo: o requinte dos figurinos, a riqueza dos detalhes cenográficos, a delicadeza e eficácia da trilha sonora executada ao vivo, a doçura das vozes em belas canções, a veracidade dos efeitos especiais, entre tantos outros detalhes só me fizeram reiterar uma certeza: vale a pena investir em cultura.
Parece desenterrar defunto, mas o fato é que apesar de o “Fantasma” estar há tanto tempo em cartaz no mundo (como vários outros musicais) e, ainda assim, continuar lotando teatros e casas de cultura, já constitui-se em uma grande vitória para os que militam pelas artes. Como vimos, o artista plástico, o estilista, o literato, o músico, o cantor, atores e atrizes, diretores etc., etc., são envolvidos, prestigiados e bem pagos em projetos da envergadura de produções como Sweet Charity, Chicago, A Bela e a Fera, Pinocchio, O Mágico de Oz, Cauby, Cauby, O Beijo da Mulher Aranha, Cats, só para citar alguns, além de outros que ainda estão por vir, como Miss Saigon, previsto para julho deste ano, em São Paulo.
Somado ao fato de um projeto assim envolver tanta gente diretamente na sua feitura, vale salientar que outros meios são atingidos positivamente com tais ações, a saber: hotéis, restaurantes, gráficas, malharias, marcenarias, agências de turismo... sem falar nos pipoqueiros, sorveteiros e outros “eiros” de plantão.
Estou cada vez mais convencido e insistente na idéia de que investir nas artes como um todo é algo importante, necessário e rentável.

Antonio Luceni é Professor Universitário e Escritor, membro da União Brasileira dos Escritores

PRECISAMOS DE DATAS?


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Nesta semana comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Em muitos lugares do mundo serão feitas homenagens das mais diversas, às mais simbólicas personagens que, na visão de alguns, contribuíram para que nossa sociedade melhorasse social, espiritual, cultural, educacional e empresarialmente falando...
Não quero dizer que não seja importante homenagear. Aliás, dentro de uma sociedade tão ingrata como a nossa que, normalmente, sabe mais reclamar que agir e agradecer boas ações, encontrar quem o faça é prazeroso.
Entretanto, até pelo fim a que almejam os homenageados, somente a prática do fazer bem, do querer melhorar, do contribuir com o próximo, do militar por esta ou aquela causa é suficiente, por assim dizer, a medalha ou troféu do filantropo.
Como já disse em outras oportunidades, não gosto muito dessa idéia de dia disso ou daquilo... Ao mesmo tempo em que se quer enfatizar um vulto, um episódio ou acontecimento, um ou outro personagem etc., acaba-se por banalizar a data; vemos isso claramente em momentos como natal, páscoa, dia das mães, dos pais, das crianças...
A mulher – e a história o diz – já teve (e em alguns países isso ainda é observável) seus momentos de agruras, de menosprezo, de falta de compreensão... É bem verdade que é vítima, ainda, dos menores salários, do desdém de “machões” que precisaram de uma “fêmea” para virem ao mundo.
Mas, também, não me agrada essa idéia de Dia das Mulheres. Há Dia dos Homens, por acaso? Talvez, uma reivindicação arrojada e atual fosse tirar o Dia das Mulheres. Inserir uma discussão mais próxima e constante cotidianamente. As mulheres discutirem o que querem e, com ações concretas, se fazerem presentes na política, em altos cargos do governo, nas decisões familiares, nas passeatas e manifestos públicos, nas ONG’s e associações de bairros etc., etc., etc.
Ao que parece, precisamos de datas para nos lembrar de tudo o que devemos fazer durante todo ano: respeitar os idosos, aos pais e aos irmãos, celebrar a vida numa ceia com nossos irmãos, abraçar amigos (e inimigos, se houver oportunidade), valorizar o negro, o branco, o amarelo e os demais “tons” que surgirem da linda mistura de todas as cores, tolerar (e a palavra é esta mesmo!) as diferenças e opções religiosas, sexuais, sociais, descansar em alguns momentos do ano, relaxar nas férias, visitar amigos e parentes em feriados prolongados.
Pra isso tudo não precisamos de datas, mas sim de sensibilidade!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor.

A FÁBULA DO PORCO PIG


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Era uma vez numa terra nem tão distante assim, na terra dos araçás, um certo porco chamado Pig. Ele vivia rodeado por muitos outros bichos.
Tinha o pavão que era exuberante e vivia sendo perseguido por Pig porque era bonito. E Pig tentava ser igual ao pavão, mas não podia abrir a calda... coitado do Pig, só tinha um rabinho de nada, e ainda por cima torto.
Tinha a coruja que era muito inteligente. E Pig tentava ser inteligente como a coruja. Bastou a sábia ave entrar no mestrado que Pig foi correndo atrás. Tentou uma, duas, três, quatro vezes... mas não conseguiu. Acabou tendo que pagar para fazer o curso... e quanto tropeço para tentar sair dele... uma hora sai.
Tinha, ainda, uma linda borboleta que encantava a todos com suas cores e delicadeza. Você sabe, borboleta gosta de liberdade e, por isso, dá liberdade também para os outros. E assim foi com Pig; recebeu tanta liberdade da dona borboleta que abusou várias vezes dela. E a danada da borboleta sempre com muitas doses de amor. E o Pig? Ah, esse só com rancor e traição. Se pudesse teria arrancado as duas asas da borboleta. Ainda bem que ela fugiu a tempo do porco traidor.
E assim Pig perseguia todos os animais da floresta. Certa vez irritou tanto o cachorro que num ataque de raiva saiu arrancando as penas da dona ema. Coitada da avestruz, não tinha nada com isso... mas era o bicho que estava mais próximo do cão.
E Pig não se contentava em atormentar seus colegas animais e de tanto atazanar a todos, os mais legais se distanciaram dele. A partir daí começou a se relacionar com bichos, digamos assim, um pouco mais perigosos... como a cobra, por exemplo.
Pig virou carne de porco, literalmente falando. Sabe por quê? Porque a cobra deu um bote nele e ele, sem poder se defender, ficou durinho, todo envenenadinho, gritando com seu focinho...
E o melhor para fazer com carne de porco? Fritar tudo, num tacho bem quente de óleo e depois servir para os outros bichos. E todo mundo comendo o Pig e dizendo: “Coitado do porquinho, que não soube aproveitar direitinho o que a vida lhe ofereceu!”

Moral da história: é melhor viver direito com os outros para não virar jantar deles!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

A GENTE FICA?


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


No domingo comemorou-se o Dia de Santos Reis. Os reis curvando-se ao Rei de todos os reis. Adequado para pensarmos que toda autoridade é submetida à outra. Pensarmos, ainda, que a autoridade deve ser exercida com simplicidade, com inteligência, com verdade... Não à toa, o adulto curvou-se ao infantil; o rico curvou-se ao humilde; o estrangeiro curvou-se ao nativo; a razão curvou-se à fé.
Hoje, Dia do Fico. Momento importante em que o Imperador decidiu-se pelo Brasil. Para felicidade geral da nação. Felicidade geral? Da nação? Vieram para cá, corridos, fugidos da França. Mais uma vez os franceses nos fizeram bem. Bem? Sim, não sejamos de todo ingratos... Graças à família real, tivemos aqui importantes inaugurações, inserções culturais, artísticas, literárias, culinárias...
Não sei se vou ou se fico... acabaram ficando.
Hoje, continuam ficando. Mas ficam de outra maneira.
Ficar. Uma palavra carregada, atualmente, de descompromisso, de aventurismo, de experimentação... Os meninos e as meninas ficam uns com os outros. O tempo do ficar varia de pessoa para pessoa. Depende do percurso da “ficada”. Se a “ficada” for boa, pode ser estendida para duas ou três semanas, um ou dois meses, mas mais do que isso, é consenso, vira namoro.
Pois é. Parece que a idéia de Portugal era ficar com o Brasil. Provavelmente, não tinha pretensão de namoro – mesmo que a “ficada” e as “fincadas” de D. Pedro com Domicila tenham ultrapassado o tempo proposto do ficar, aquilo nunca pareceu um namoro.
O problema está exatamente nisso. Sempre os relacionamentos no Brasil ficam no “Fico”. Nessa coisa do “não é namoro”, “não é nada sério”... e, por essa razão, ficamos todos a ver navios (portugueses!) sempre. E descem das caravelas, invadem nossa praia, bolinam com nossas índias, mexem com nossas negras na senzala e ficam... só ficam. Não assumem nada sério. Não pedem a menina em namoro. Não a recebem no casamento. Só querem festa. Só querem ficar.
E a gente fica. Fica a ver navios...

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Ecritores – UBE

(RE)DESCOBRIR O BRASIL

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Do churrasco ao sucupi, do vanerão ao forró, de Anita Garibaldi a Chico Mendes... o Brasil tem histórias pra contar!
Não só temos o privilégio de morarmos num país continental como, também, somos agraciados em podermos desfrutar da diversidade cultural e artística de muitas partes do mundo.
Carnaval, maracatu, frevo, batuque, congada, folia de reis, capoeira, samba de roda e festa de São João... Pois é, no mês de junho o Brasil todo vira um grande arraial. São quermesses em todos os cantos, do colégio dos meninos às paróquias de todos os santos.
Neste mês, tive oportunidade de dançar quadrilha no tradicional bar potiguar Zás Trás, no Rio Grande do Norte. Gonçalves Dias tinha razão em elogiar nossa terra querida, cheia de delícias na culinária, na cordialidade do povo, na mistura que, apesar de plural, faz do Brasil um país tão singular.
O artesanato é outro espetáculo à parte quando falamos da riqueza cultural de nossos conterrâneos. Redes e roupas de algodão cru, castanhas, balas e doces de frutas nativas, cachaças, licores e sorvetes de paladar tropical, colares e pulseiras com sementes exóticas, paisagens e lugares de encher os olhos e garrafinhas de vidro!
A linguagem puxada dos erres fortes, do neologismo atraente e divertido, do improviso sedutor e gracioso do repente, enriquece nosso repertório de turista-cidadão brasileiro.
A cada dia e lugar, a cada viagem e olhar, a cada contato e sabor, vale a pena (re)descobrir o Brasil.
Mas, como todo paraíso, o caminho de acesso não é tão fácil. Temos que enfrentar os aeroportos. E para não perder o humor na viagem, é só seguirmos o conselho da nossa Ministra do turismo, Marta Suplicy!




Antonio Luceni é Professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

II SARAU DE POESIA - LETRAS UNIESP

II SARAU DE POESIA - UNIESPA PARTIR DE REFLEXÕES E ESTUDOS NA DISCIPLINA DE POESIA NA MODERNIDADE, OS ALUNOS DO 8º TERMO DE LETRAS ORGANIZARAM O II SARAU DE POESIA.

ALGUNS FLASHS DA 1ª Semana de leitura e literatura infanto-juvenil



19/05/2008
CONFORME ANUNCIADO NESTE BLOG, ALGUMAS FOTOS DA 1ª SEMANA DE LEITURA E LITERATURA INFANTO-JUVENIL DA UNIESP DE BIRIGUI.MEU MUITO OBRIGADO À DIREÇÃO, POR MEIO DO DIRETOR GERAL NIVALDO GUALDA E AOS CURSOS DE LETRAS, PEDAGOGIA E HISTÓRIA, NAS PESSOAS DE SEUS COORDENADORES PROF. DR. JOSÉ CLÁUDIO ORTIZ E PROF. ME. PAULO BATISTA DE SOUZA. AOS PROFESSORES QUE VESTIRAM (E SUARAM) A CAMISA DA SEMANA E AOS ALUNOS, PRINCIPALMENTE DA COMISSÃO ORGANIZDORA. MEU MUITO OBRIGADO E PARABÉNS A TODOS. ATÉ PRÓXIMO ANO!

ACOMPANHEM MINHA COLUNA PALAVRAR


Um outro modo de me acompanhar semanalmente é assinando o jornal O Liberal Regional ou acessando a página dele na internet http://www.oliberalregional.com.br/. Todas as terças-feiras, no caderno Etc. São artigos sobre cultura, política, educação, literatura... vale a pena conferir.
Antonio Luceni

II CONCURSO ESTUDANTIL DE POESIA


Olha que legal, pessoal...
A Secretaria de Cultura de Araçatuba, juntamente com a Academia Araçatubense de Letras, a Diretoria Regional de Ensino e demais parceiros, estão promovendo o II Concurso Estudantil de Poesia. Os interessados devem ligar para a Secretaria de Cultura de Araçatuba (3636 1270) ou para a Academia Araçatubense de Letras (3624 7638) para obterem maiores informações e materiais para divulgação (cartaz e regulamento). Os vencedores em cada uma das categorias (quatro no total) serão premiados com troféu, livros e certificados, além da experiência na participação desse tipo de concurso.
Vale a pena se inscrever.
Prof. Antonio Luceni

1ª SEMANA DE LEITURA E LITERATURA INFANTIL E JUVENIL


Entre 14 e 18 de abril ocorreu a 1ª Semana de Leitura e Literatura Infanto-Juvenil, na Faculdade Uniesp, campus de Birigui/SP, organizada pelos cursos de Letras, Pedagogia e História.
Estimulada pela Direção e Coordenação da Uniesp e sob coordenação Geral do Prof. Antonio Luceni, com apoio do Corpo Docente e Discente da referida faculdade, os trabalhos ocorreram da melhor maneira possível.
Foram momentos ricos de reflexão, estudo, debates, minicursos e salas de contação de história.´
Pela semana passaram as escritoras Yara Pedro de Carvalho, Rita Lavoyer e Marilurdes Martins, discutindo aspectos de produção e publicação de obras infanto-juvenis e suas contribuições na vida das crianças e adolescentes.
De forma dinâmica e interativa a Profa. Marly Garcia Souto discutiu as contribuições trazidas por Monteiro Lobato à literatura infanto-juvenil brasileira, bem como os ideais modernistas e seus legados.
Particularmente, Sami e Bill - dois ilustradores de Penápolis/SP - deram o tom com brincadeiras, bom humor e muito profissionalismo ao discutirem o papel da ilustração enquanto narrativa visual no universo perceptivo infantil.
Os minicursos, ministrados pelos docentes da Uniesp Birigui, aproximaram ainda mais os graduandos dos dois eixos propostos para Semana, isto é, leitura e literatura infanto-juvenil.
Para fechar a Semana com êxito, os discentes dos cursos de Letras e Pedagogia mostraram todo seu talento nas salas de Contação de Histórias, onde crianças, jovens e adultos puderam se deliciar de textos literários infantis e guloseimas servidas pela turma.
De modo muito positivo e significativo é que fechamos esta primeira Semana, desejosos de que a próxima - e certamente o será - seja tão significativa, marcante e importante para todos nós, alunos, professores, funcionários e direção da Uniesp/Birigui/SP.
Um forte abraço a todos e até o próximo ano.
Prof. Antonio Luceni
Coordenador da
1ª Semana de Leitura e Literatura Infanto-Juvenil
Uniesp/Birigui/SP