domingo, 20 de setembro de 2009

GOSTO DE SÃO PAULO...


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
http://www.antonioluceni.blogspot.com/

“Gosto de São Paulo, gosto de São João...”
Legião Urbana

Sou urbano por natureza. Acho que por isso me tiraram do sítio da Pitombeira, no interior do Ceará, para viver numa das maiores metrópoles do mundo, São Paulo.
É verdade, sim, que o interior tem suas vantagens: o trânsito é bem mais tranquilo, as pessoas se conhecem e se falam mais (apesar de que algumas conversas acabam virando fofocas e aí já é o avesso da virtude!), o ar é menos poluído, às vezes a visibilidade é melhorada seja sob o aspecto do trabalho ou de qualquer outro.
Mas gosto de São Paulo pelo seu dinamismo porque também sou dinâmico. Não consigo ficar parado. Minha cabeça sempre está a mil com ideias, projetos e tudo mais. Sou da linha de que água em movimento é igual à energia e o mundo é movido à energia.
Gosto de São Paulo por sua variedade e multiplicidade de coisas e de pessoas. Tudo que podemos imaginar encontramos em São Paulo: um sapato diferente, uma comida típica de qualquer lugar do mundo, tribos das mais estranhas e interessantes, paisagens das mais contrastantes convivendo juntas, gente numa mesma fila falando francês, inglês, espanhol, alemão, português...
Gosto de São Paulo porque o tempo é preenchido com trabalho e o tempo que resta ao paulistano é para o lazer, para as compras, para curtir a família, para se curtir... Certamente deve haver futricas porque isso é do ser humano (pelo menos numa certa escala de seres humanos!!), mas não é tão latente como em algumas cidades do interior em que o camarada sabe até a cor de suas peças íntimas.
Gosto de São Paulo pela sua intelectualidade: Universidades muitas, museus e bibliotecas, livrarias com andares e tudo mais, um bom papo, um bom livro, um cinema legal, um teatro de verdade... Ao invés de a gente pegar somente salgadinhos e refrigerantes em máquinas de selfservice, imagine, podemos comprar livros também!
Não estou falando mal do interior, não. Estou falando bem de São Paulo, é diferente!! Até porque, como severino, sou cidadão do mundo. Não sou árvore. Estou plantado no universo, não quero fixar raiz em lugar algum. Acho que tudo está aí pra ser curtido, vivido, experienciado...
Usando os versos de Drummond, em Mundo Grande: Não, meu coração não é maior que o mundo./ É muito menor./ Nele não cabem nem as minhas dores./ Por isso gosto tanto de me contar./ Por isso me dispo,/ por isso me grito,/ por isso freqüento os jornais,/ me exponho cruamente nas livrarias: preciso de todos./ Sim, meu coração é muito pequeno.
Gosto de São Paulo... Mas ele não é maior que o mundo!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SÉRIE: VERSOS PREDILETOS...

VEZ OU OUTRA PARTILHAREI COM VOCÊ, LEITOR, DE ALGUNS VERSOS DE QUE GOSTO MUITO... BUSCAREI PROPOR UMA IMAGEM IGUALMENTE POÉTICA, COMO ESTA ABAIXO.





"Oh! que saudades que eu tenho


Da aurora da minha vida,


Da minha infância querida


Que os anos não trazem mais!"





Casimiro de Abreu


terça-feira, 8 de setembro de 2009

NÃO HÁ TEMPO PRA O POEMA


















O poema está cá dentro


Mas não há tempo para ele


Não posso parar para dar-lhe vida


Ó existência fustiva


Que me aprisiona em corpo e sangue


Que para o tempo não tenho tempo





Queria parar tudo e cuidar dele


Perceber seu nascimento


Seu rebento


Sua forma tosca de se mostrar pra mim


(Digo, a forma é bela, mas meu jeito é tosco)





Não há tempo


Deixo-o pra lá


Queixoso


Mudo (para os outros)


Para mim, um incômodo sem fim





De um lado, meu desejo em sorvê-lo


Em tê-lo completamente comigo


Tirar-lhe da mente,


Do crânio móvel...


Mas não há tempo pra ele





A barriga é mais urgente


Casa, cozinha, aluguel...


E a conta que surgir noutro papel...


Não há vaga para o poema


Não há tempo para o poema


Não há...





O poema há,


Está cá dentro de mim,


Pedindo pra sair.


Mas não há tempo pra ele.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CONCURSO DE REDAÇÃO PARA PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ARAÇATUBA


Antonio Luceni



Como forma de motivar a escrita no meio do propositores de produção de texto a Secretaria Municipal de Educação, por meio da Coordenação dos Projetos de Leitura e Literatura Infanto-Juvenil, lançou o 1º Concurso de Redação "Memórias de professor" exclusivamente para os professores municipais da Rede Educacional de Araçatuba. O regulamento encontra-se no blog da Secretaria (http://www.seceducacaoata.blogspot.com/) com detalhes sobre prazos e premiação, muito boa, diga-se de passagem. Serão 06 computadores completos, de última geração, além de troféus e certificados de honra ao mérito e menção honrosa.

Divulguem e participem.