quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CURSO/LEITURA MEDIADA: "CASOS E ACASOS DA HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL: SAUDOSA MALOCA!"

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Pronto! Sua inscrição já estará feita.

OS TREZE PRIMEIROS inscritos garantirão vaga. Os demais, ficarão para lista de suplentes e, em havendo desistências, serão comunicados.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

REUNIÃO ORDINÁRIA DA UBE - NÚCLEO ARAÇATUBA E REGIÃO

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

NO ÚLTIMO SÁBADO, 27 DE AGOSTO, ACONTECEU NO ATELIÊ ANTONIO LUCENI A REUNIÃO ORDINÁRIA DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - NÚCLEO ARAÇATUBA E REGIÃO.

NA OCASIÃO FOI PROFERIDA UMA PALESTRA PELO PROF. DR. TITO DAMAZO A PARTIR DA OBRA "BOLERO DE RAVEL" DO ESCRITOR MENALTON BRAFF (JABUTI 2004) E TAMBÉM CONFRADE DE UBE.

A TARDE FOI BASTANTE DINÂMICA E RICA, COM QUESTIONAMENTOS, REFLEXÕES E ANÁLISE DO ROMANCE JÁ CITADO.

ABAIXO, RESENHA ELABORADA PELO PROF. TITO DAMAZO PARA O ENCONTRO.


                                                
Reunião Ordinária do Núcleo – 27/08/2011
BRAFF, Menalton; Bolero de Ravel, São Paulo: Global, 2010.
Prof. Dr. Tito Damazo 
* Narrativa expressa em 1ª pessoa: narrador-personagem/ protagonista (Adriano).
* Técnica de narração: Por um processo de associação, recorrência a um conjunto de acontecimentos passados, evocados repetida e obsessivamente (às vezes simultaneamente) por situações do presente da narrativa.
Cenas:  
A) Presente: irmã, após enterro, nega-se ficar com ele; passado (recente): (1) enterro/velório dos pais; (remoto): (2) na praia: irmã/cunhado, frescobol; cachorro baio mordendo gotas de mar jogadas pelas crianças; p. 7-8.
 B) Presente: sozinho à noite em casa, com frio; (3) passado: o sucesso de Laura na escola – o frio e o aborrecimento daquela ocasião; p.10-11;
C) Presente: indiferença e brusquidão de Laura, sem descer do carro, deixando-o na porta da casa; passado: sucesso escolar da irmã; (4) seu relacionamento conflituoso com o pai, p. 14.
D) Presente: deitado no sofá, ouvindo o “Bolero de Ravel”; noite em que Laura pernoita na casa; passado: (5) a proteção da mãe (e sua dependência dela), p. 75-58, 73; cap. 18.
E) Presente: Visita dos primos (do pai) aparecimento de Fabiana; na sala deitado no sofá; passado: (6) velório da menina parente, p. 50, 76.
F) Presente: na sala com a irmã assistindo à televisão; passado: (7) a relação dele com o Durval e a dos dois com o mendigo, p. 55, 56, 99.
* Cap. 21 congrega, praticamente, a todas estas cenas-obsessão recordadas por Adriano, p.121-123.
* Último cap. (29) é uma alegorização do completo processo de dissolução de tudo: do autoritarismo de Laura, da rudeza e hostilização do pai, da proteção da mãe: as nuvens negras, o sol calcinante, as crianças devoradas pelo cachorro: “Então sumimos numa noite imensa. Apenas a escuridão existe. Apenas a escuridão. Apenas.”
                                                  *   *
* Tema: realização/reconhecimento social como sucesso x negação convicta dos mesmos como forma de vida.
* Laura (pai) – Simboliza a primeira proposição:  aluna brilhante; advogada bem sucedida; decidida, determinada, impositora, racional.
-- episódios exemplificadores: o melhor aluno na escola, p.14, 29; a advogada atuante,  p. 35, 66.   
* Pai – é modelo de Laura, a qual é sua projeção;
      opositor, hostil a Adriano – p. (14, 21, 62) 43-44, 119, 134, 139.
·         Adriano – personaliza a segunda proposição.
-- Avesso e desacreditado daquele estado social estabelecido e padronizado como a forma de vida social ideal, p. 70, (95), cap. 18.
-- Nega-se a ser (mais) um adepto e seguidor daquilo.
-- (Não confronta) Anula-se, isolando-se no anonimato da família, protegido pela mãe e hostilizado pelo pai e a irmã.
-- Essa situação se desmorona e o desestabiliza com a morte acidental dos pais.
-- Tais atitudes e procedimentos de Adriano surpreendem, incomodam e indiciam, para uma explicação confortável aos contrariados, algum tipo de doença mental que o torna assim, p. 48, 144, 149, 150.
-- Por isso, sua vida monocórdica, fechada e introspectiva.
* Daí, duas prováveis relações com o Bolero de (e com) Ravel
1 -- As obsessivas e reiteradas recorrências às mesmas situações de acontecimentos passados intermitentemente pronunciadas pelo narrador-personagem.
-- Bolero:
      Repetidos cento e sessenta e nove vezes pela caixa, dois compassos em ostinato dão ao Bolero de Ravel o ritmo uniforme e invariável.
     Obra musical de um único movimento escrita para orquestra. Originalmente, composta para um Ballet.
      Composta entre Julho e Outubro de 1928 no Tempo di Bolero, moderato assai ("tempo de bolero, muito moderado"), o Bolero tem um ritmo invariável (escrito para = 72, ou seja, com a duração teórica de catorze minutos e dez segundos), e uma melodia uniforme e repetitiva. Deste modo, a única sensação de mudança é dada pelos efeitos de orquestração e dinâmica, com umcrescendo progressivo e uma curta modulação em mi maior próxima ao fim, mas retorna ao dó maior original faltando apenas oito compassos do final.
2  --  doença mental  de Ravel que o afetava em suas composições, notoriamente evidenciada no Bolero. (“Ensaio sobre a Experiência estética da Arte em Ravel: o Boléro”).

domingo, 28 de agosto de 2011

GARAPA


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Estou com cinco quilos acima de meu peso ideal. Além do desconforto estético, o mais prejudicial são os problemas de saúde: colesterol, pressão alta e tudo o mais. Fico numa luta danada para perdê-los.
Ao mesmo tempo, vez ou outra, retomo algumas fotografias de infância, adolescência e até mesmo início da minha juventude e me vejo só “com orelhas”. Uma magreza terrível, mas nada de modismo: precariedade alimentar, mesmo.
Cresci ouvindo meus pais dizerem “esse aí cresceu na garapa” ou “trabalhava três dias por uma lata de leite pra essa menina beber porque não se dava com garapa”. E não entendia muito bem a que estavam se referindo. Já em Araçatuba, “garapa” mostrou-se para mim de forma mais requintada: caldo de cana gelado, com limão ou abacaxi, acompanhado de pastel e tudo o mais. “Mas essa garapa era a mesma do Ceará?”. Claro que não. A de lá, como tudo que de lá é, muito mais simples, talvez paupérrima, fosse o adjetivo mais adequado.
“Existem duas maneiras de morrer de fome: não comer nada e definhar de maneira vertiginosa até o fim, ou comer de maneira inadequada e entrar em um regime de carências ou deficiências específicas, capaz de provocar um estado que pode também conduzir à morte”, afirma Josué de Castro. Milhões de seres humanos são enquadrados na segunda hipótese; segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), em seu relatório de 2006, 920 milhões de pessoas lutam contra a própria fome todos os dias e, a cada hora, 1400 crianças perdem essa batalha.
“Esse daí cresceu na garapa!”. Cresceu o quê? Tenho só 1,62m (e dois!, faço questão dos dois centímetros). Talvez por isso tantas deficiências: a vista não é muito boa, os dentes são fracos, já luto algum tempo para não perdê-los, dores de cabeça foram companhia frequente até os quinze, dezesseis anos, o cabelo, a pele cansada... Jovens com vinte e poucos anos com feições de quarenta.
“Estou com vinte e oito anos e nunca merendei, almocei e jantei num mesmo dia”.
“Se a gente fizer a janta não tem almoço amanhã. Então é melhor ficar sem comer hoje porque pelo menos a gente tem uns carocinhos pra botar amanhã na panela.
“O que adianta ter uma casa dessa grande e não ter o que comer?”
“A vida, a vida... a vida é ruim.”
As citações acima foram extraídas de um documentário chamado “Garapa”, do cineasta brasileiro José Padilha, e serviram de motivação para que eu escrevesse sobre o tema. O primeiro elemento de interesse foi o próprio título do filme. Palavra esta, como disse antes, familiar ao meu repertório de vivência. Depois, o local da filmagem: sertão do Ceará, onde eu e meus outros três irmãos – porque o caçula, Lucivan, já paulista – nascemos.
Não me lembro muito dessa vida por lá, fui retirante aos dois anos de idade. Mas de algum modo vivenciei tudo aquilo: está em meu DNA, está nas fotografias, poucas e gastas, espalhadas pelas casas de avós, tios e tias e de meus pais.
Ao assistir ao documentário parecia estar entre aquelas pessoas, buscava nelas – e às vezes encontrava – as expressões de minha mãe, pai e irmãos... de minha avó cansada, de meu avô por entre as terras secas e poeira que o maquiavam como trabalhador que era e até hoje o é.
Meus cinco quilos a mais? Acho melhor deixá-los em mim como troféu de vencedor que ousou vencer a fome, chegar onde cheguei e estar aberto pra ajudar a meus irmãos e irmãs que dia a dia enfrentam esse inimigo perverso.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

domingo, 21 de agosto de 2011

Não quero mais pensar


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Sabe de uma coisa: não quero mais pensar!
É, a decisão foi dura, mas está decidido: não quero mais pensar.
Por que não? Porque não, oras! Pensar dói, tira a gente do lugar comum, faz a gente refletir sobre perguntas e respostas, coloca a gente no canto da parede até a gente tomar uma decisão. Aí começam todos os problemas. Sim, porque quando a gente decide, às vezes não agrada todo mundo. E os que ficam descontentes vêm logo reclamando, exigindo coisas, fazendo a gente... pensar! E aí começa tudo de novo: a gente pensa, pondera, decide, agrada e desagrada, é encurralado e o ciclo vicioso não para.
Por isso está decidido e não volto atrás: não quero mais pensar!
Outro dia, vejam vocês, eu estava pensando na maneira como os políticos, em sua maioria, administram o Brasil. Uns vieram do nada, sabe aquela coisa do fundo do sertão, do interiorzão de Deus, lá onde os Judas enterrou as meias... pois é, de lá mesmo, e, de repente, ficam milionários, com apartamentos de luxo, casa de praia, carros blindados, lanchas que mais parecem suítes presidenciais. E como conseguiram? Trabalhando. Trabalhando? Como, minha gente? Sem contar nas notícias que a gente lê e vê diariamente. E o que é pior: enquanto isso, gente morrendo em filas de hospitais, crianças indo a óbito desnutridas, idosos largados feito bichos aí pelos cantos do Brasil.
Fiquei também pensando nas ordens das coisas nesse País – e aí podem até chamar meu discurso de senso comum, discurso raso, como quiserem... porque a realidade dos fatos não é mudada pelo nome dado a ela. Por exemplo, um pai de família ganha pouco mais de quinhentos reais de salário mensal para cuidar, às vezes, de três, quatro, cinco ou seis pessoas, com água, luz, comida, sem contar roupa, calçado, material escolar e tudo o mais que deveria ser considerado básico na vida de qualquer ser humano. De outro lado, um presidiário custa mais de mil e quinhentos reais por mês para o Estado, ou seja, para o nosso bolso e a família dele recebe algo próximo de oitocentos reais mensais. Nessa lógica, o criminoso é mais valorizado que o cidadão de bem.
Fiquei pensando no verdadeiro “lixão” que é a televisão aberta brasileira. Arma e instrumento de manipulação de massas em que o Estado, os empresários e aproveitadores, em grande parte, usam e abusam para continuar a política de “pão e circo”, objetivando a alienação de grande parte da população brasileira, desviando-a de sua natureza vital: ser pensante e dotado de capacidades para discernir o bem e o mal, o que vale a pena e o que é somente perfumaria, produto de “cabresto”.
Fiquei pensando nos muitos discursos e promessas de uma “educação melhor”, de valorização do magistério, de formação de bons professores, do incentivo à pesquisa e à produção científica, quando professores têm que sair de madrugada de casa e permanecer na rua em três turnos, para depois chegarem em casa e preparar aulas, corrigir um calhamaço de provas e bur(r)ocracias que só servem para alimentar traças.
Fiquei pensando na quantidade de dias e mais dias gastos, debruçado sobre uma mesa ou frente a um computador, perdendo sono, alimentando-me mal e rapidamente para poder entregar trabalhos em dia, e todo ano uma abocanhada medonha de imposto de renda e outros tantos “is” que mais desanimam do que nos estimulam a continuar nesse ritmo.
Fiquei pensando e, por isso mesmo, desisti de pensar em tantas coisas porque nos irrita, porque sabemos as respostas, mas quem faz as perguntas só quer perguntar, não quer respostas coisa nenhuma. Querem é que a gente vá pra p... que p... (A mãe deles, por certo).
Por isso está decido, mais do que decido, definido, registrado em cartório, assinado em três vias, com caneta Mon Blanc bico de pena: não quero mais pensar. (Ao menos por enquanto!).

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OBRIGADO!


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Sabe de uma coisa, acho que não agradecemos às coisas que nos acontecem diariamente como deveríamos. Estamos tão afundados na rotina diária, nas pautas cheias, nos boletos e mais boletos de coisas que temos para pagar e nos esquecemos das muitas outras que nos são dadas gratuitamente e que, caso fossem cobradas, não conseguiríamos pagar.
Então, não percamos tempo. Façamos uma pausa e agradeçamos:

  • pelo dom da vida: o privilégio de amanhecer, abrir os olhos e sentir o ar nos invadir todo o corpo. Obrigado, Senhor;
  • pela nossa família: essa gente toda que Deus colocou à nossa volta pra ser nosso suporte primeiro, os que suportam nossos defeitos e, como podem, nos ajudam a caminhar. Por mais “medonha” que seja, é quem primeiro está ali para nos socorrer. Obrigado, Senhor;
  • pelos nossos amigos: pessoas que não têm a menor obrigação de estar ao nosso lado, de aguentar nosso mau humor, mas que estão ali, ao lado e, por vezes, mais chegados que um irmão. Obrigado, Senhor;
  •  pelo nosso trabalho: privilégio que temos de exercer nosso ofício, do menos ao mais valorizado socialmente, mas todos eles imprescindíveis para nossa vida diária. Com ele podemos manter nosso equilíbrio mental e manter-nos agasalhados, saciados fisicamente. Obrigado, Senhor;
  • pelo alimento sobre a mesa: porque é um privilégio ter café para tomar de manhã, na hora do almoço e jantar matar a fome e garantir-se de pé. Obrigado, Senhor;
  • pelos elementos da natureza: ar, terra, água, sol, plantas e animais, minérios e tantos outros que nos são dados graciosamente por Deus e que são vitais para nossa continuidade. Obrigado, Senhor;
  • pela nossa pátria, Brasil: País maravilhoso, livre de catástrofes naturais, guerras, com praticamente todos os climas, solos, fauna e flora presentes nele. Lugar que, em se plantando, tudo dá. Obrigado, Senhor;
  • pelas pessoas de bom coração: cada qual em sua área (educação, cultura, política, religião, saúde, assistência social, segurança...) que exercem suas funções com solidariedade, com amor no coração e com respeito para com o ser humano. Obrigado, Senhor;
  • pela nossa casa e roupas: coisas que nos abrigam do frio, do calor, das intempéries diárias e que agregam nossos pertences, as coisas de que necessitamos para o auxílio diário na manutenção da vida. Obrigado, Senhor;
  • pela saúde e disposição: em criar, em buscar sempre o novo, em fazer com que o mundo se movimente com boas e relevantes ideias. Obrigado, Senhor;
  • pelos gestos simples e diários: um afago na cabeça, um “por favor”, um “obrigado”, um abraço, um café quentinho, uma roupa cheirosa e bem passada, uma flor que amanhece aberta no jardim, o cheiro de terra molhada, o sorriso de um sobrinho adorável, pelas boas notas do filho na escola, pela conquista de mais um projeto aprovado, pelo reencontro com alguém depois de tantos anos... Obrigado, Senhor.
Pare um minuto o que está fazendo e pense: sobre o que você precisa agradecer? Agradeça, então.
E, obrigado por ter tirado um tempo para ler este texto. Espero que ele tenha contribuído com você.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Construindo um sonho


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Já disse algumas vezes por estas linhas que somos movidos por sonhos. Como diria Sebastião da Gama, “pelo sonho é que vamos”. E os sonhos vão sendo chamados por cada um sob uma percepção diferente. Há os que os chamem de “fé”, outros os conhecem como “esperança”, os mais técnicos os definem como “meta”, “alvo”, “ objetivo”...
Indiferente do nome que dão, todos tratam de algo subjetivo, imaterial e que, por essa razão, não sabemos muito “a cara” dele, apenas o imaginamos. Às vezes alguns sonhos saem melhor do que esperamos. Outras vezes, ficam próximos do que esperávamos, “um quase” sonho, mas já dão uma satisfação danada. Outros ficam tão distantes que somente servem como sonhos mesmo.
Mas de sonho para realidade há um grande percurso para ser feito. Há que se despender tempo, dinheiro, suor, paciência, lágrimas às vezes... e há que se ter companheirismo, compreensão, cumplicidade porque nada também é feito de forma isolada. Há sempre os colaboradores de nossos sonhos.
Há muito sonhava com um espaço para desenvolver meus trabalhos de educação, cultura, literatura e arte. Por anos a fio esperei todos irem dormir em casa para começar a fazer os meus trabalhos. O espaço era exíguo e a turma era grande. Como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, isso é físico!, então, esperava que um “corpo” já cansado pela labuta diária fosse dormir para que o meu “corpo” ocupasse o espaço em que ele estava (numa única mesa existente em casa, ou numa diminuta área que quase sempre servia de garagem ou lavanderia).
Mas como os sonhos são para serem sonhados e vividos, estou realizando mais um: a abertura do meu ateliê. Um espaço charmoso e aconchegante que foi gestado e construído por uma equipe maravilhosa: minha família.
Gostaria de agradecer publicamente aos meus irmãos Lúcio, Lindomar e Lucivan e a meus pais Cícero e Maria. Cada um deles, a seu modo, contribuiu para que mais este sonho se tornasse realidade. Além de família, são grandes parceiros meus em tudo que faço.
A partir de setembro meu ateliê estará aberto ao público com cursos de literatura, gramática, redação, artes visuais e outros temas que orbitam entorno da educação, cultura e artes em geral, além de servir, é claro, para minhas próprias produções, orientações de monografias, TCCs, publicações e outras ações nas áreas da literatura e arte.
A primeira grade de cursos já está sendo divulgada e pode ser conferida no blog: www.antonioluceni.blogspot.com e no facebook: Antonio Luceni. Entrem nestas páginas, postem seus comentários, deixem sugestões de cursos. Vamos, juntos, contribuir para que nossos sonhos se juntem e façam dos espaços frequentados por nós lugares melhores e bacanas para se viver.
E ó: nunca desista de seus sonhos, mas também contribua para que eles se tornem realidade. Seja humilde: receba ajuda. Também seja humano e ajude aos que precisam de você. Quando disserem que “isso não é possível”, lembre-se: tudo antes de virar realidade também foi um sonho antes.
E retomando a máxima de Pessoa: “Sonho que se sonha junto vira realidade”.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

EMERGIR O WEMERSON


































EMERGIR O WEMERSON
IMERGIR NO WEMERSON
Por Antonio Luceni


We-loveEmerson
e-love: eletrônico amor! Amor virtual!
Começado na net,
Num bate-papo, num chat...
Mas que poderia ter sido num xote,
Como se faz lá no norte,
no embalo da zabumba,
ou no som de um berrante,
nos acordes de uma viola,
no son de wemer…son,
vindo de Goiânia,
das entranhas do Brasil...
(I love Wemerson)
assim como loves son
love’s song
(he is a handsom)

loves all the things become from Wemerson
we love Wemerson
I love Wemerson
ererybody loves Wemerson
por aquilo que é
pelo caráter e garra que tem
pela delicadeza e grandeza que tem
porque a sua beleza começa por dentro
e se espalha pelo corpo à fora, aflora,
enfeita-lhe a face, num sorriso lindo,
ainda muito próximo do de um menino...

Dhamaceno
dá-me aceno
dá-me um sinal qualquer
um mayday, um s.o.s,
“qualquer coisa que se sinta”
dhama do oceano
(seria ostra? seria pérola? seria sereia?
com seu canto divinal, com seu swing, com seu “son”
we loves son
I love son)

Dhamaceno
dhama(s)c(o)eno
dhamasco = fruta rara, de amarelo envolvendo
e atraente beleza,
de um doce azedo adocicado,
de textura seca – quando de fruta seca o é,
fruta cara, inacessível...
há também o “asco” do dhamasco...
Dhamaceno, tal qual damasco:
lindo,
atraente,
de raro sabor,
inacessível,
caro...
(mas não nos esqueçamos do “asco” de dhamasco)...

Em sua pele guarda o frescor das frutas tiradas do pé
Mas é mistério, também...
Vamos desvendar Wemerson,
Que também é Dhamaceno,
Que sintetiza a gente: we e son (nós, ao contrário de nos)
Que é música: son, song, sweet song
Que é homem e mulher: dhama, mace, macho, asco, macio...
Que é sutil “aceno” no oceano, nas ondas virtuais...
Que “ama”... amaceno, ama aceno, ama acenar, amasso...
Dar sinal de vida, dhar-ma-ceno, dá-me aceno, dá-me um sinal qualquer...

Vamos desvendar Wemerson
Vamos desnudar Wemerson
Tirar-lhe as cascas,
Cada uma de suas camadas
E percebê-lo inteiro
Vamos chupá-lo
Degustá-lo todo...
Absorvê-lo
Como a fruta do pecado
O fruto proibido...

Wemerson, wé-mer-son
Wé... me... são...
Ué! Me são fáceis as rimas,
Ué! Me são quantas eu quiser,
Ué! Me são... acertadas as letras...

Vamos desvendar Wemerson
Vamos cobrir-lhes as partes
(Vamos esconder-lhe um pouco
Pra tornar a procurá-lo)
Vamos desvendar Wemerson
Mas não de tudo
Deixando uma parte aqui, outra acolá
Pra poder ter que voltar
Pra poder ter que o tocar
Pra poder ter o que fazer com
Wemerson fálico, falo
Com o son do wemerson
Com o as possibilidades de penetrá-lo,

Vamos fazer do Wemerson
Um exercício de análise combinatória
Cada letra,
Cada sílaba,
Cada parte...

Vamos passar a língua portuguesa nele,
Vamos roçar a língua inglesa nele,
Vamos flertar com ele em qualquer dialeto árabe...
Vamos lambê-lo todo
Com todas as línguas possíveis
Vamos inventar uma língua só pra ele:
(Vamos penetrá-lo à língua...)
Vamos desvendá-lo

W L V W M R S N
I L V W M S N D H M C N