domingo, 30 de dezembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Magis, magister... as lições continuam vindo do Supremo
Por Antonio
Luceni
As últimas semanas deste ano têm sido recheadas de
verdadeira comoção, catarse, angústia, expectativa e tantos outros sentimentos
que virariam, certamente, um excelente roteiro para o cinema e televisão, num daqueles
documentários nos quais a gente fica pensando até onde está a realidade e onde
começa a ficção (ou seria tudo ficção, já que é a realidade transmutada para
uma peça de arte? ou é tudo verdade?).
Refiro-me ao episódio específico do julgamento da Ação
Penal 470, do “mensalão”. Dela, podemos depreender várias lições e cada uma
delas com o viés desejado, já que há vários vieses nela.
Mas não gostaria de tratar de “mensalão” por aqui,
quero discutir uma outra “lição” que também veio do Supremo esta semana, de um
pedido e encontro promovido pelo presidente, Ministro Ayres Britto e estampados
nos principais jornais do Brasil, e também nos da região de Araçatuba: “Ayres
Britto diz que carreira de juiz sofre ‘temerário desprestígio’”. (O Liberal,
15/11/12, A3).
“Temerário desprestígio”... fiquei pensando no que
significaria isso. A palavra “magistrado” vem do latim “magister” que, por sua
vez, vem de “magis”, maior, grande. E “magister” quer dizer “mestre”, isto é,
aquele que não somente sabe do que diz, mas também tem condições de transmitir
o que sabe de forma clara, objetiva, pedagógica. É isto mesmo: “magister” é
também a palavra usada para designar “magistério” em nossa língua. E, a meu
ver, mais adequada para o ramo da pedagogia, do professorado, visto que, por
excelência, o saber e o ensinar (aprender também) é próprio da carreira de
professor. Mas com uma diferença, ou melhor, com uma grande diferença: quem é o
“magis” dessa história toda: o magistrado ou o magistério, o pedagogo, por assim
dizer? Pergunta retórica não merece resposta.
Na referida matéria, o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) sinaliza estar preocupado com os caminhos pelos quais a
magistratura está se enveredando e alerta: “Estamos nos desprofissionalizando.
Isso é realidade, não é retórica.”. Pois bem, nesse jogo de “magister” e
“magis” várias perguntas podem ser feitas, entre elas: Quem de fato é “magister”
e quem é “magis”?
Não que eu ache que os magistrados, dignitários legítimos,
não devam lutar por seus direitos; aliás, “direitos” é algo que lhes são pertinentes,
mas e outros “magistri”?, como professores, pedagogos e demais profissionais do
magistério, também não o são? É só olhar para o local de trabalho onde um “magister”
do judiciário exerce sua profissão e compará-lo ao “magister” da educação, que
a discrepância dispensará palavras. É só sentir o ar próprio do ambiente de um “magister”
do judiciário e compará-lo à estufa a partir da qual um “magister” da educação
desempenha sua função social, que também as coisas se colocam em seus devidos
lugares. Peguemos a folha de pagamento do “magister” reclamante (e essa é a
principal questão levantada pelo ministro Ayres Britto na referida matéria) e
pareá-la com a da maioria dos colegas “magistri” em todo Brasil para ver o que,
de fato, significa “desprestígio”.
Aí chegamos em “magis” que, como já visto, é a
palavra primeira que dá origem a “magister”, e significa “maior”, “grande”.
Como professores, somos “magis” na tolerância, na paciência, na grandeza de exercermos
nossa profissão com dignidade e com a utopia que só os loucos e os sábios têm
(às vezes fico pensando em qual modalidade me encaixo). Já eles, os “magistri”
do judiciário, o são em inteligência e também na carteira cheia.
Tenho dito repetidamente pra ver se a ideia “cola”,
pra ver se nós, “magistri” por excelência, usamos de nossa “magis” inteligência
e esboçamos alguma reação para que, também nós, retomemos nossa condição de “magis”,
de “magister” na sociedade que, um dia, no entendeu grandes, sábios e, por isso
mesmo, imprescindíveis no mundo. “Magis” na ação e no bolso também.
Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Diretor de Integração Nacional da União
Brasileira de Escritores – UBE.
sábado, 28 de julho de 2012
Aspectos do processo de Urbanização em "Capitães da areia", de Jorge Amado
ASPECTOS
DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO EM “CAPITÃES DE AREIA”, DE JORGE AMADO
Antonio
Luceni dos Santos
Especialista
em Ensino do Texto – Unesp, 2004
Mestre em
Letras – UFMS, 2008
Graduando
em Arquitetura e Urbanismo
FAU-UNITOLEDO
e-mail: aluceni@hotmail.com
Resumo
O
presente trabalho objetiva relacionar aspectos do Processo de Urbanização e
Formação das Cidades à obra “Capitães de areia”, do escritor baiano Jorge
Amado. Na referida obra, o escritor brasileiro faz uma série de descrições, de
forma bastante meticulosa, como que a “pintar” uma imagem da cidade de
Salvador/BA da década de 1930. Aspectos como “segregação”, “setorização”,
“eixos urbanos”, entre outros, além de ideias como “a cidade e a luta de
classes”, “políticas públicas de habitação social” etc. são facilmente
detectadas na obra citada. Pelo fato de ambos os temas, “urbanização” e
“literatura”, trazerem em sua estrutura central a preocupação com as condições
de vida (o primeiro ligado mais ao material e o segundo ao
espiritual/imaterial) do ser humano e a sensibilização para temas práticos do
dia a dia, é que consideramos tais aspectos relevantes em ambos os casos.
Palavras-chave: Urbanização, Literatura, Formação
das cidades, Jorge Amado
1
INTRODUÇÃO
Pensar a cidade sob a perspectiva pragmática de um
aglomerado de pessoas e volumes de cimento, madeira e ferro, com vias de
acesso, iluminação pública, rede de esgotos etc. e não percebê-la sob as
múltiplas relações e sensações criadas a partir do diálogo entre seus vários
componentes, é, a nosso ver, não pensar cidade.
Quando pensamos em cidade, e esta, como a
materialização de um processo maior, o de urbanização, identificamo-la como um
organismo dinâmico, cheio de matizes e, por isso mesmo, complexa, incógnita,
universo a ser explorado e, mais que isso, gerenciado de modo a atender às
diferentes forças presentes nela.
Há várias formas de se perceber esse dinamismo
próprio da cidade. De forma mais objetiva, a observação direta é o melhor
caminho. Como são as condições de vida dos moradores de sua cidade? Todos têm
acesso aos mesmos bens e serviços oferecidos por ela? Onde você mora? Onde o
prefeito ou vereadores de sua cidade moram? Onde a pessoas mais simples de sua
cidade moram? Há distinção entre as várias paisagens urbanas de cada uma dessas
áreas? Qual a função social exercida por cada uma das personagens citadas
antes? Todas são prestigiadas equitativamente ou há os que têm privilégios,
sejam de que natureza for? Como são as vias públicas de sua cidade? Todas têm a
mesma largura? Todas são pavimentadas? Onde e como estão as áreas de convívio
público de sua cidade (praças, parques, centros culturais, centros esportivos
etc.)? Todos estes espaços estão bem equipados, em bom funcionamento? Como e
onde estão os equipamentos culturais de sua cidade (bibliotecas, salas de
cinemas, galerias de arte, salas de concerto etc.)? E os equipamentos
educacionais, estão providos de todas as estruturas necessárias para o bom
funcionamento? E a acessibilidade de sua cidade (rampas para cadeirantes, guias
de solo para deficientes visuais, semáforos adaptados para pessoas com
mobilidade reduzida ou idosos etc.)? Como se relacionam os moradores de sua
cidade? Há forte distinção entre classes sociais, locais de convívio, relações
de serviços etc.? São questões que, somadas a inúmeras outras, nos ajudam a
deter o olhar para muitos aspectos que, por vezes, passam desapercebidos e que,
observados, nos dizem muito a respeito da formação e da dinâmica de nosso lugar
de vivência e convivência, ou seja, nossa cidade.
Um outro modo de perceber o meio no qual estamos
inseridos é a partir das impressões e leituras que artistas, poetas e
escritores fazem de nosso ambiente, de nossas cidades. E é por esta última
opção que decidimos relacionar elementos teóricos sobre o processo de
urbanização, tendo a cidade como expressão maior dele, embasados nos conceitos
de Paul Singer e Maria Encarnação Beltrão Sposito, com o texto literário do
escritor baiano Jorge Amado, em Capitães da areia.
Conforme apresentado no resumo do presente artigo,
Amado descreve muitas partes da cidade que ambienta a narrativa de um de seus
mais conhecidos romances, apontando aspectos das materialidades de Salvador
(vias e artérias, bairros e cercanias, cidade alta e cidade baixa, casarões e
trapiches...) e as relações que os moradores das mais diferentes esferas e
atuações sociais mantêm entre a urbe e si mesmos, atendendo às considerações
que Sposito (1994, p. 9) faz, quando diz:
É preciso considerar todas as determinantes
econômicas, sociais, políticas e culturais, que no correr do tempo, constroem,
transformam e reconstroem a cidade, se queremos entendê-la na dinâmica de um
espaço que está em constante estruturação, respondendo e ao mesmo tempo dando
sustentação às transformações engendradas pelo fluir das relações sociais.
Diferente de Sposito, Amado não tem o compromisso
de fazer um relato fiel da realidade descrita, uma vez seu objetivo maior seja
a ars poética, contudo mesmo que as “pinceladas” sejam carregadas
de muita tinta, o caricato ou relevo dessa “pintura” sirva, mais uma vez, para
chamar a atenção do leitor-fruidor-transeunte para a cidade e suas relações.
Optamos, ainda, por construir o restante do presente
artigo com excertos dos dois textos (teóricos e literário) de modo que um
ajudasse na reflexão do outro e, neste movimento dialógico, ilustrar e
enfatizar aspectos presentes no processo de urbanização e materialização da
cidade.
2
Diálogos entre os textos teóricos e a literatura
Aspecto
teórico: cidade como espaço de dominação de uma classe sobre a outra
Citação
teórica: (SINGER)
“É
preciso ainda que se criem instituições sociais, uma relação de dominação e de
exploração enfim, que assegure a transferência do mais-produto do campo à
cidade. Isto significa que a existência da cidade pressupõe uma participação
diferenciada dos homens no processo de produção e de distribuição, ou seja, uma
sociedade de classes. Pois, de outro modo, a transferência de mais produto não
seria possível. Uma sociedade igualitária, em que todos participam do mesmo
modo de produção e na apropriação do produto, pode, na verdade, produzir um
excedente, mas não haveria como fazer com que uma parte da sociedade apenas se
dedicasse à sua produção, para que outra parte dele se apropriasse”. (1998, p.
136)
Citação
literária: (AMADO)
“Depois
os Capitães da Areia invadiam a casa numa noite, levavam os objetos valiosos e
no trapiche Sem-Pernas gozava invadido por uma grande alegria, alegria de
vingança. Porque naquelas casas, se o acolhiam, se lhe davam comida e dormida,
era como cumprindo uma obrigação fastidiosa. Os donos da casa evitavam se
aproximar dele, e o deixavam na sua sujeira, nunca tinham uma palavra boa para
ele. Olhavam-no sempre como a perguntar quando ele iria. E muitas vezes a
senhora que se comovera com sua história, contada na porta em voz soluçante e o
acolhera, mostrava evidentes sinais de arrependimento. Para Sem-Pernas elas o
acolhiam de remorso. Porque o Sem-Pernas achava que eles eram todos culpados da
situação de todas as crianças pobres. E odiava a todos, com um ódio profundo”.
(1936, p. 137)
Aspecto
teórico: predominância do trabalho assalariado
Citação
teórica: (SPOSITO)
“A
predominância do trabalho assalariado, e por outro lado o controle, cada vez
mais definitivo, da produção pelo capital, dão ao desenvolvimento capitalista
um novo rumo, através da ampliação do espectro de acumulação e reprodução do
capital”. (1994, p. 47)
Citação
literária: (AMADO)
“Vão para
a porta do sindicato. Entram homens: negros, mulatos, espanhóis e portugueses.
Veem quando João de Adão e outros estivadores saem entre vivas dos operários
das linhas de bonde. Eles viviam também. João Grande e Barandão, porque gostam
do doqueiro João de Adão. Pedro Bala não só por isso, como porque acha bonito o
espetáculo da greve, é como uma das mais belas aventuras dos Capitães da
Areia”. (1936, p. 279)
Aspecto
teórico: crescimento populacional x crescimento urbano
Citação
teórica: (SPOSITO)
“O rápido
crescimento populacional gerava uma procura por espaço, e por outro lado o
crescimento territorial das cidades no século XIII e primeira metade do século
XIX estava restrito a um determinado nível, além do que ficava impossível percorrer
a pé as distâncias entre os locais de moradia e trabalho. Ou seja, o
crescimento populacional não podia ser acompanhado em seu ritmo pelo
crescimento territorial”. (1994, p. 55)
Citação
literária: (AMADO)
“Parece
que há uma festa na cidade, mas uma festa diferente de todas. Passam grupos de
homens que conversam, os automóveis cortam as ruas conduzindo gente para o
trabalho, empregados no comércio riem, a Ladeira da Montanha está cheia de
gente que sobe e desce, os elevadores também estão parados. As ‘marinetes’ vão
entupidas, gente sobrando pelas portas. Os grupos de grevistas passam
silenciosos para a sede do sindicato, onde vão ouvir a leitura do manifesto dos
estivadores, que João de Adão conduz nas suas mãos grandes. Na porta do
sindicato grupos conversam, soldados montam guarda”. (1936, p. 278)
Aspecto
teórico: problemas urbanos como poluição, insalubridade, falta de
infra-estrutura
Citação
teórica: (SPOSITO)
“A falta
de coleta de lixo, de rede de água e esgoto, as ruas estreitas para a
circulação, a poluição de toda ordem, moradias apertadas, falta de espaço para
o lazer, enfim, insalubridade e feiúra eram problemas urbanos, na medida em que
se manifestavam de forma acentuada nas cidades, palco de transformações
econômicas, sociais e políticas. Contudo, é fundamental observar que estes
problemas constituíam manifestações claras da etapa pela qual o desenvolvimento
do modo de produção capitalista estava passando”. (1994, p. 58)
Citação
literária: (AMADO)
“Omolu
mandou a bexiga negra para a cidade. Mas lá em cima os homens ricos se
vacinaram, e Omolu era uma deusa das florestas da África, não sabia destas
coisas de vacina. E a varíola desceu para a cidade dos pobres e botou gente
doente, botou negro cheio de chaga em cima da cama. Então vinham os homens da
Saúde Pública, metiam os doentes num saco, levavam para o lazareto distante. As
mulheres ficavam chorando, porque sabiam que eles nunca mais voltariam.”. (1936,
p. 158)
Aspecto
teórico: discrepância de rendas e condições de vida
Citação
teórica: (SPOSITO)
“A
possibilidade de acesso à moradia, por exemplo, está subordinada ao nível
salarial. Ao discutirmos o desenvolvimento do capitalismo monopolista, vimos como
a troca desigual apóia-se no fato de que os trabalhadores de todo o mundo
capitalista recebem salários diferentes para produzir riquezas de mesmo valor.
De fato, nós sabemos que o trabalhador que recebe o piso salarial nacional, não
consegue sequer alimentar devidamente sua família, o que dizer de ter acesso a
uma moradia, pela compra ou aluguel do imóvel”. (1994, p. 73)
Citação
literária: (AMADO)
“Durante
anos [o trapiche] foi povoado exclusivamente pelos ratos que o atravessavam em
corridas brincalhonas, que roíam a madeira das portas monumentais, que o
habitavam como senhores exclusivos. Em certa época um cachorro vagabundo
procurou como refúgio contra o vento e contra a chuva. Na primeira noite não
dormiu, ocupado em despedaçar ratos que passavam na sua frente. Dormiu depois
algumas noites, ladrando à lua pela madrugada, pois grande parte do teto já
ruíra e os raios da lua penetravam livremente, iluminando o assoalho de tábuas
grossas. Mas aquele era um cachorro sem pouso certo e cedo partiu em busca de
outra pousada, o escuro de uma porta, o vão de uma ponte, o corpo quente de um
cadela. E os ratos voltaram a dominar até que os Capitães da Areia lançaram as
suas vistas para o casarão abandonado”. (1936, p. 30)
Aspecto
teórico: o Estado e a valorização dos espaços urbanos
Citação
teórica: (SPOSITO)
“A nível
de intra-urbano, o poder público escolhe para seus investimentos em bens e
serviços coletivos, exatamente os lugares da cidade onde estão os segmentos
populacionais de maior poder aquisitivo; ou que poderão ser vendidos e ocupados
por estes segmentos pois é preciso valorizar as áreas. Os lugares da pobreza,
os mais afastados, os mais densamente ocupados vão ficando no abandono...”.
(1994, p. 74)
Citação
literária: (AMADO)
“O
‘Grande Carrossel Japonês’ não era senão um pequeno carrossel nacional, que
vinha de uma triste peregrinação pelas paradas cidades do interior naqueles
meses de inverno, quando as chuvas são longas e o Natal está muito distante
ainda. De tão desbotada que estava a tinta, tinta que antigamente era azul e
vermelha e agora o azul era um branco sujo e o vermelho um quase cor-de-rosa, e
de tantos pedaços que faltavam em certos cavalos e em certos bancos, Nhôzinho
França resolvou não armá-lo numa das praças centrais da cidade e, sim, em
Itapagipe. Ali as famílias não são tão ricas, há muitas ruas só de operários e
as crianças pobres saberiam gostar do velho carrossel desbotado.”. (1936, p.
70)
Evidente que poderíamos, aqui, elencar muitos
outros aspectos que constituem o processo de urbanização e, em especial,
elementos característicos da cidade, e propor o diálogo com a obra de Amado.
Também poderíamos, como pode ser facilmente verificado, entrelaçar citações
teóricas e literárias de modo a manter um diálogo intertextual entre os dois
gêneros. Contudo, os exemplos expostos acima são mais que suficientes para
ilustrar que há muitos meios de se perceber e identificar a constituição da
cidade e do dinamismo presente no processo de urbanização, entre os quais a
partir de peças literárias.
3.
Considerações finais
Identificar e relacionar os vários elementos
constitutivos da cidade a partir do processo dinâmico que é a urbanização é,
além de necessário, condição primeira, a nosso ver, para se propor ações ou
projetos que tenham em seu bojo a busca de equilíbrio entre as várias forças e
interesses dos agentes da urbe. Não há como, em nossa opinião, pensar uma
cidade e agir sobre ela sem antes levar em consideração que por ela ser um
organismo vivo e dinâmico tudo que é feito, mexido, proposto etc. interfere de
modo drástico a vida de todos.
Também, em nosso ponto de vista, há que se ter em
mente que todos os agentes sociais (gestores públicos, moradores,
empreendedores, agente imobiliários, empreiteiras, comerciantes e empresários
etc...) precisam dialogar entre si de forma a buscar equacionar as
discrepâncias existentes na sociedade, seja do ponto de vista econômico, de
moradia, de saneamento básico, educação, saúde pública, ou sob qualquer outro
aspecto que seja de interesse social.
Não podemos nos esquecer, também, que o Estado é o
principal responsável para organizar a cidade e propor ações que viabilizem
essa equitatividade de relações, que privilegie os que menos são favorecidos
social e financeiramente etc.
5.
Bibliografia
SINGER,
Paul. Economia política da urbanização. São Paulo: Contexto,
1998.
SPOSITO,
Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e urbanização.São Paulo:
Contexto, 1994.
AMADO,
Jorge. Capitães da areia. São Paulo: Martins Editora, 1936.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Jorge, amado sempre! 1
Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
“O importante é tentar, nem que seja o impossível.”
Jorge Amado, in: A morte e a morte de Quincas Berro D’água
A frase acima foi proferida por uma das personagens do escritor baiano Jorge Amado, conforme a indicação mostra. E não se trata de uma personagem qualquer, não. Estamos falando de um alcoólico que, por diversas vezes, fingira-se de morto só para “tirar onda” com a cara dos outros e, mesmo agora, em sua última morte, todos tinham dúvida quanto se o estavam velando morto ou vivo e safado de novo.
No ano em que Amado faria cem anos se estivesse vivo, muitas de suas obras estão sendo relidas por estudantes e estudiosos, merecidas homenagens pululando por todo o Brasil, fragmentos e passagens de seus livros espalhados pelo facebook, twitter, blogs e outras tantas mídias digitais.
Escolas enchem seus murais com cartazes, pesquisas, retratos, fotografias, matérias de jornais, cópias de capas de livros de um dos escritores brasileiros com mais obras traduzidas em todo o mundo.
Suas histórias, com suas personagens, ganham o imaginário popular e rompem com as fronteiras dos livros; vão para as telas de cinema, enchem as salas de casas dos vários cantos do país em forma de novelas e minisséries, viram cartaz de teatros, movimentam estúdios e rádios com músicas, declamações, depoimentos...
Quem não se lembra de Tieta do agreste, interpretada por Betty Faria? Ou Gabriela, cravo e canela, com Sônia Braga e, agora, revisitada por Juliana Paes? Capitães da Areia, em seu primeiro formato, em inglês, na década de 1970 ou, no mais recente, em 2011?, entre tantos outros sucessos que seria um trabalho meticuloso enumerá-los e elencá-los todos.
Se “o importante é tentar, nem que seja o impossível”, o brasileiro Jorge Amado provou ser verdadeiro. Sob muitos aspectos, “tentou” discutir temas ligados à política, à cultura, à educação, às humanidades e às artes em geral, ao trabalho sério e marcante da literatura, ao convívio entre intelectuais, estudiosos, artistas e pessoas simples do povo como forma de emancipação, engajamento social, instrumento de formação de cidadãos cônscios de seus direitos e deveres. Tentou e conseguiu. Vejam-se aí os muitos exemplos espalhados pelo mundo.
Entre as muitas características e atrativos que me fazem sempre retomar uma ou outra obra dele para meu cotidiano está o fato de ele dar vez e voz para “a escória” da sociedade: prostitutas, bêbados, trombadinhas... e, nela, colocar verdadeiras pérolas filosóficas, como na frase de epígrafe deste texto. E, tal qual uma pedra ou metal precioso, surge-nos “sujo”, numa primeira olhada, até desprezível, mas que, aos poucos, vamos descobrindo algo belo, valioso, rico.
Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de Escritores – UBE.
sábado, 23 de junho de 2012
REUNIÃO UBE
Neste sábado aconteceu a reunião ordinária do mês de junho do Núcleo da UBE (União Brasileira de Escritores). A comunicação ficou a cargo da confreira Wanilda Borghi (01) que discorreu de forma brilhante sobre o escritor Jorge Amado. Durante todo o mês de junho até o mês de agosto, a coluna da UBE no jornal Folha da Região está homenageando o escritor, neste ano em que faria 100 anos, caso estivesse vivo.
A reunião foi prestigiada por diferentes por diferentes membros do Núcleo (02), com a participação especial da acadêmica da Academia Araçatubense de Letras - AAL, Maria Luzia Vilela (de preto, na imagem 02).
Como de costume, o encontro foi encerrado com bom papo e vinho. Também aproveitamos a data e comemoramos o aniversário da confreira Ana Almeida (e/d, de branco).
quinta-feira, 21 de junho de 2012
CONFORME COMBINADO, SEGUE LISTA DE NOMES COM AS INDICAÇÕES DE LEITURA DE ALGUNS DOS COMPONENTES.
Luceni: poemas (A faca no peito - Adélia Prado; A lua no cinema e outros poemas - Fábio Zimbar...)
Edislene: (Layla - Terezinha Alvarenga)
Mércia: Romance/ livro de risotos
Rita: Romance (Lista Veja)
Ana Maria: Ficção (Lista Veja)
Mirian: ficção (Querido John)
Idalina: Pe. Fábio de Melo
Micheli: Qualquer um
Sílvia: romance, ficção
Sueli: livro de filosofia
Meire: Mulheres inteligentes, relacionamentos saudáveis
Débora: romance
Kátia: Você é meu - Max Lucado
Cristiane: guia de viagem para Itália ou Portugal, livro de receitas
Simone: Você é meu - Max Lucado, outro da Lista Veja
O amigo do livro acontecerá no dia 05 de março, a partir das 8h30min, na Secretaria Municipal da Educação.
Forte abraço e até lá!
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Olha pro céu, meu amor
Antonio Luceni
As festas juninas chegam num momento do ano para anunciar coisas boas. Quando as bandeiras começam a pintar os bairros das cidades, quando o colorido dessas flâmulas invade as quadras de escolas e centros comunitários por todos os cantos do país, um clima de festejo toma conta de nossa vida. É cheiro de pipoca para tudo quanto é canto, músicas e danças embaladas por sanfonas, triângulos e zabumbas, doces dos mais variados sabores, chitões e mais chitões em toalhas, roupas, decorações...
E as quermesses, então? Hum... leitão à pururuca, frango assado, cural, pamonha, quentão, canjica, pastel, maçã do amor... “23, 74, 55... opa! Quem tá na boa?”. As quadrilhas são um show à parte. Coreografias e mais coreografias, de criancinhas a marmanjões, todos vestidos a caráter para brincar, pular, rir.
Também as brincadeiras estão presentes: barracas de tudo quanto é coisa, casamentos dos mais bizarros, prisão do amor. Ah, a prisão do amor... Quantos namoricos – e até casamentos de verdade – não começaram na prisão do amor. Era um jeito de arrancar o primeiro beijo, de dar o primeiro abraço gostoso, mais demorado...
As festas juninas foram e continuam sendo um momento especial no ano para relaxar, para romper com a sisudez e monotonia das aulas, promover o congraçamento entre as equipes escolares, líderes e moradores de bairros, entrosamento entre grupos empresariais e seus funcionários etc.
Há festas juninas tão famosas, como as de Campina Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco, que levam gente de todos os cantos do Brasil – e até do exterior – para seus arraiais, promovendo um grande intercâmbio de culturas.
É também, e não tenham dúvida, uma festa religiosa, em que três santos católicos são homenageados: Santo Antônio, São João e São Pedro. Santo Antônio, celebrado no dia 13, é o santo casamenteiro, por isso as mulheres e homens solteiros é que mais divulgam seu dia e cuidam de sua festa; São João é o santo mais festeiro, por isso em seu dia a música, a dança e os fogos são presença marcante no arraial, comemorado no dia 24; São Pedro encerra a festa no dia 29, sendo prestigiado principalmente pelas viúvas e pescadores, já que é o protetor destes, mas também é o santo que guarda as portas dos céus, então, já viu né?, quem não quer entrar no céu?! Ficam todos envolvidos com o santo.
Mas, além de uma festa religiosa – e já o era assim antes de tornar-se cristã – é uma festa pagã, de celebração da alegria humana, da diversão gratuita, sem nenhum compromisso que não seja a diversão, a confraternização, o entretenimento. Afinal, já pulamos tanto o ano todo para tantas coisas não muito agradáveis, que não custa nada, nesse momento, pularmos de alegria, nos fartarmos com boas comidas e bebidas e enchermos nossa vista com o colorido bonito de roupas, bandeiras e fogos.
Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de Escritores – UBE.
TENHAM FÉ EM ANTONIO...
domingo, 10 de junho de 2012
Divagação sobre o ato de escrever
Antonio
Luceni
aluceni@hotmail.com
Escrever é um ato de
solidariedade. Talvez seja esta a resposta. Talvez seja este o combustível que
alimenta minha produção.
Não poucas vezes me
perguntei sobre o porquê de eu escrever. Também não poucas foram as tentativas
de parar de escrever; achava (e às vezes isso ainda acontece) que não estava
trazendo nenhuma contribuição com o textos que produzo, com as palavras que
deixo registradas no papel. Talvez fosse um desperdício de árvores, talvez
fosse uma forma de engodo, de irresponsabilidade seduzir alguém para alguns
parágrafos que, no final, não lhe acrescentar nada.
O exercício de escrever
é, por vezes, ingrato. Obrigatoriamente faz com que a gente se isole, mergulhe
por um tempo em pensamentos e questões que, em tese, só interessam a nós mesmos,
estritamente a quem se põe a escrever. Depois, quando as palavras lançadas
ganham corpo e forma, quando achamos que estão prontas para andar sozinhas, as
encaminhamos para um editor de jornal, blog ou para alguma editora que as
continue conduzindo para (sabe Deus) os mais diferentes caminhos. Agora, com os
vários portais na internet, até longos caminhos, outros países, e por aí
adiante...
Mas, de novo, as
questões e dúvidas sobre o peso que as palavras têm, sobre as contribuições
dadas ou não pela nossa escrita. De fato, há escritores muito mais
interessantes que eu, há muitas outras narrativas que valem muito mais atenção que
as que escrevo, há construções sintáticas e linguísticas, há temas e reflexões
muito mais salutares que as minhas... então, prezado leitor, sugiro que
abandone imediatamente este texto e vá em busca delas, de autores infinitamente
mais significativos que eu.
Agora, livre do peso da
responsabilidade de prender quem quer que seja nestas linhas vãs, coloco-me, de
fato, ao meu ofício de escrever. Ou seja, escrevo para um deleite pessoal; escrevo
porque, assim como Van Gogh e Portinari não podiam deixar de pintar, assim como
Gaudí não deixou um só minuto de pensar num mundo em que a natureza construída
se relacionava com a natureza natural e estas diretamente com o homem, como
Frank Sinatra não podia deixar de cantar um só dia, escrevo para me fazer
perceber neste mundo, para me fazer existir, ainda que com pensamentos rasos,
com crenças e certezas fluidas, diluídas por cada experiência com a qual entro
em contato, com singelezas que me fazem mudar de ideia.
Escrevo porque preciso
dividir, apesar do pouco que tenho, minhas ideias com meus irmãos, porque na comunhão
de pensamentos, busco um caminho melhor para suportar e pensar este mundo, para
expor minhas limitações e, quem sabe, fazer com que alguém se identifique com
elas e, tal qual a mim, não se sinta só em suas fragilidades, fraquezas...
Antonio Luceni é mestre em Letras e
escritor. Membro e Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de
Escritores – UBE.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
TROFÉU ODETTE COSTA II
Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
Melhorou, pero no mucho.
Na semana passada fiz algumas considerações sobre o “Troféu Odette Costa” que, nas duas últimas edições, sofreu um declínio tremendo ao ser usado como “troca de favores” entre grande parte dos conselheiros do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Araçatuba – CMPCA, tendo sido apelidado no meio cultural de “amigo secreto”. Na ocasião, escrevi um artigo intitulado “Narcisos” (http://antonioluceni.blogspot.com.br/2011/05/narcisos.html#comment-form) que demonstrava o porquê de tal posicionamento.
Neste ano, por acovardamento, alienação, não-comprometimento, ou coisa do gênero, segundo o próprio secretário de cultura, “.. o CMPCA abriu mão da participação. Com isso, o secretário (...) reuniu a sua equipe e escolheu os contemplados.”
Os vencedores para o prêmio deste ano, até onde percebi, não fulguraram entre os membros do Conselho ou da Secretaria ou, ao menos, as indicações não nasceram diretamente destes. Foram, como dito pelo secretário, resultado do entendimento da equipe da Secretaria Municipal da Cultura.
Nesse sentido, melhorou, pero no mucho.
“Não muito” porque foram criados, pelo menos, dois novos problemas:
O primeiro deles, INCONSTÂNCIA. Então quer dizer que o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Araçatuba vai ficar nesse jogo de “quero ou não quero”? Ou seja, quando ele “quiser” fazer a seleção de algum prêmio, o fará, mas quando não estiver “com vontade” abrirá mão de fazê-lo? Então, não são os membro do Conselho, até onde sei, que irão analisar, selecionar e determinar em cada uma das áreas culturais e câmaras setoriais os artistas e agentes de cultura que poderão ou não publicar livros, montar exposições e catálogos de artes, promover peças teatrais, entre tantas outras propostas contidas nos editais públicos e patrocinados com o dinheiro público ou destinados a impostos? Não serão estes mesmos conselheiros que irão – quando quiserem e tiverem vontade! – definir o que é válido ou não para ser patrocinado pelo município na área cultural?
O segundo, FALTA DE IDONEIDADE. Será que o secretário de cultura e sua equipe têm condições técnicas e idoneidade para eleger, sozinhos, quais são os melhores trabalhos artísticos produzidos ao longo de um ano pelas várias categorias artísticas e produtores culturais (pintores, escultores, escritores, artesãos, cantores, músicos, coralistas, atrizes e atores, dançarinos, arquitetos etc, etc, etc) e, de forma arbitrária, definirem quais são os vencedores do Troféu Odette Costa? Por mais que haja especialistas em áreas distintas na equipe da Cultura e (é inegável a competência do Alexandre Melinsky no teatro, da Simone Leite Gava nas artes plásticas e do próprio secretário na literatura), não entendo que mesmo estes possam dar conta de áreas que não são suas, de suas especialidades.
Já no ano passado havia sugerido isso, e repito: Por que não montar uma comissão externa, sem vínculo emocional ou político com a Secretaria de Cultura ou o CMPCA, para determinar os vencedores de cada uma das categorias do Troféu Odette Costa, com dois ou três especialistas de cada uma das categorias, para opinar, discutir e deliberar sobre os votos? Por que não tornar pública a relação de TODOS os concorrentes ao Troféu, demonstrando transparência, lisura e cuidado no processo, além de informar um parâmetro a todos àqueles que concorreram ao prêmio, por meio de voto aberto, já que o prêmio é resultado de uma lei municipal (4.905/96) e realizado com dinheiro público?
O prêmio mudou em relação às duas últimas edições, mas ainda há que se melhorar muito para ganhar o status digno de uma Odette Costa.
Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de Escritores – UBE.
Alguns dos membros do Núcleo UBE, participantes da coletânea "Tantas Palavras"
(e/d) Antonio Luceni, Pedro César, Ana Almeida, Wanilda Borghi, Marianice Palpitz, Emília Goulart e Tito Damazo
segunda-feira, 28 de maio de 2012
TROFÉU CULTURAL ODETTE COSTA I
Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com
Quinta-feira, desta semana, acontece a entrega de mais uma edição do Troféu Odette Costa, uma promoção da Prefeitura Municipal de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, a partir das 19h30min, no Kabana Eventos, na rua XV de novembro. Evento aberto ao público.
No total, serão 18 premiados, nas mais diferentes áreas culturais (musical, artes visuais, teatro, dança, performance, destaque cultural etc...). A relação de todos os candidatos e áreas pode ser vista em www.odettecosta.blogspot.com. O livro “Tantas Palavras” foi destacado para receber o prêmio na área literária. E note-se: O LIVRO é quem irá receber o prêmio, conforme quis enfatizar o secretário.
Diz Chico César em uma de suas canções, “coisas são só coisas”, portanto, um livro não se faz sozinho, ele precisa de uma “alma” que antes pense nele, o construa e, aí, conceda-lhe vida. Talvez, depois, continue “andando sozinho”, adquira pernas próprias e persiga seu espaço em estantes de livrarias, bibliotecas, residências e tudo o mais. Contudo, reitero: coisas são só coisas. E o secretário sabe disso. O idealizador e organizador da obra tem nome e sobrenome, é só observar nos créditos dela. (Um detalhe para quem quer ver).
Participam do livro “Tantas Palavras” os escritores: Joaquim Maria Botelho, Menalton Braff, Ana de Almeida dos Santos Zaher, Antenor Rosalino, Carlos Roberto Ferriani, Carmen Sílvia Bressan Da Rocha Soares, Cidinha Baracat, Duxtei Vinhas Ítavo, Edson Genaro Maciel, Eldir Paulo Scarpim, Emília Goulart, Francisca de Carbalho Messa, Francisco Gregório Filho, Hélio Consolaro, Jeter Michelline, Jordemo Zaneli Junior, José Hamilton, José Marcos Taveira, Maria Lúcia Terra, Marianice Palpitez Nucera, Marilurdes Martins Campezi, Rafael Batista, Rafael Moia Filho, Regina Baptista, Rita de Cássia Amorim Andrade, Rita Lavoyer, Roberta Caetano da Silveira, Rodrigo Santiago, Salete Marini, Tito Damazo, Wandyr Zafalon Júnior, Wanilda Borghi e Yara Regina Franco. A maior parte da cidade de Araçatuba, mas também temos representantes de outros municípios do estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Acre, Minas Gerais.
A proposta inicial surgiu no I ENESIAR (Encontro de Escritores Independentes de Araçatuba e Região), quando muitos escritores me procuraram pedindo informações sobre como se filiar à UBE (União Brasileira de Escritores). Já que um dos requisitos é ter obra publicada, daí a iniciativa de organizar uma coletânea de textos, oportunizando aos que não tinham condições de publicar uma obra individual.
Coisas, como dito, são só coisas. As pessoas é que dão sentido a elas. Nós é que pensamos, imaginamos, criamos, damos vida e nos relacionados com as coisas. Fico feliz por o livro receber o prêmio, mas acho que ele nem sabe o que está acontecendo. Penso que ele nem tenha ideia das picuinhas e veleidades que o cercam nesse momento.
Sobre as meias verdades em torno do tema, o secretário Hélio Consolaro me respondeu, por e-mail, dizendo querer me “preservar” de possíveis retaliações do Conselho Municipal de Políticas Públicas Culturais, já que fiz uma forte crítica sobre a premiação do ano passado.
Agradeci, mas dispensei suas preocupações e, apesar de insistir para que fosse corrigido o texto dos blogs da Secretaria de Cultura e do Troféu, não fui atendido. Toco no assunto, prezado leitor, porque a verdade não pode ser mascarada, seja qual for o pretexto.
Continuarei a falar sobre isso na próxima semana.
Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de Escritores – UBE.
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