terça-feira, 8 de março de 2011

EU SOU FELIZ COM AS MULHERES QUE TENHO



Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Gostava, quando criança, de assistir àqueles filmes e desenhos que abordavam cenas mágicas em que o passado, presente e futuro eram (re)visitados através de portais mágicos, feito “A caverna do dragão”, “De volta para o futuro” e, hoje, como os filmes do menino-mago, Harry Potter.
Sei lá, talvez fosse a mesma sensação que levou Manuel Bandeira a escrever o “Vou-me embora para Pasárgada” ou Gonçalves Dias com sua “Canção do Exílio”. Um sentimento de escapismo, de um lugar mais suportável para vivermos nossas angústias e prazeres, sem muitas regras ou formalidades... “Um índio”, como cantou Caetano.
Mas essas coisas não existem, não é mesmo?
Não é mesmo.
Esses portais são as mulheres; o único portal vivo e real capaz de transportar um ser de um outro plano, lugar, sei lá que nome é... (todos são provisórios até que se encontre um melhor) para esse nosso mundo. (É bem verdade que não é maravilhoso de todo, mas na dúvida, que bom estarmos aqui... Vá lá saber como estávamos lá do outro lado! Será que não estávamos à mercê de “O Vingador”? Será que não estávamos a menos de um palmo de nos esborracharmos no chão? Será que não íamos acabar sendo devorados por um peixe ou monstro de sete cabeças?! Sei lá, tudo isso é um mistério, mas que bom que este portal nos trouxe aqui.
A minha estreia neste mundo (não é só baiano que estreia, não!) aconteceu no dia 03 de março, há exatos 34 anos, num circuito que até hoje é objeto de minha investigação: Mulungú, pelos braços de Dona Mocinha; Pitombeira, lugar para onde fui levado; Mombaça, município no qual fui registrado. Mas o certo: cearense.
O portal da minha vida foi a D. Maria Pinheiro dos Santos. Uma nordestina porreta, filha de pais igualmente batalhadores, todos eles já descritos neste blog por mais de uma ocasião.
Falar em mulher em minha vida (e penso que nas dos demais também) é falar da própria vida. Afinal, elas ainda são o grande instrumento de Deus para que a espécie continue, para que a vida não se acabe, para que outros tantos seres maravilhosos (mesmo que os ruins também apareçam) passem a existir, a coexistir conosco.
Quando essas datas todas vêm celebrar, por vezes, futilidades (a mulher-fruta, a mulher-esnobe, a mulher-artificial, cheia de botox, de silicones, de plásticas que mais as deixam parecidas com plático), apego-me às referências que tenho sobre cada uma delas (as datas), nesse caso, as mulheres que fazem parte de minha vida e que, também, ma concederam: Maria Pinheiro dos Santos, minha mãe; Joana Rodrigues de Lima e Júlia Alves dos Santos, minhas avós; Francisca Lindalva dos Santos, minha irmã; Júlia e Letícia, minhas sobrinhas.
Celebrar o feminino não é nenhum pouco difícil pra mim. Celebrar o belo, o sensível, o sublime já faz parte da minha vida faz um tempão, nem sei precisar quanto. Conviver com gente que me anima, que me faz dar uma risada do tamanho do mundo, que me enche os olhos de emoção por um simples gesto, por qualquer conquista que seja, pelo o simples fato de existir em minha vida, plenas, soberanas, únicas mulheres... é bom demais.
É um privilégio para nós, homens, termos tanta capacidade, tanta sensibilidade à nossa volta. Eu sou feliz com as mulheres que tenho.

Antonio Luceni é Mestre em Letras e escritor, Diretor da União Brasileira de Escritores – UBE.

4 comentários:

  1. Olha só, encontrei o seu blog pelo facebook. Que delícia poder acompanhar os seus textos. Vou bater cartão sempre por aqui!
    Grande beijo!

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  2. Mãe, avó, tia, irmã, sobrinha, são mulheres com quem crescemos e com quem aprendemos os saberes necessários à nossa vida, especialmente as sensações. São pessoas que nos promovem e amparam.

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  3. Obrigado pelo carinho e comentários, meninas... parabéns a vocês.

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