quinta-feira, 16 de abril de 2015

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terça-feira, 14 de abril de 2015


sexta-feira, 10 de abril de 2015

SÉRIE DE ARTIGOS TRATANDO SOBRE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL
O LIBERAL, 09/04/15 - COLUNA ACADEMUS - ETC... C2


PUBLICAÇÕES EM DECORRÊNCIA DA "COLETÂNEA UBE", ORGANIZADA POR JOAQUIM MARIA BOTELHO.

O LIBERAL, C2, etc..., 28/03/15

O LIBERAL, C4, Etc.., 08/04/15

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

“Estupra, mas não mata” ou “Não merece ser estuprada”

Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Os desagravos do título foram proferidos em momentos distintos da história brasileira, mas por dois políticos de igual perfil: além de fazerem parte do mesmo partido, ambos amantes e colaboradores da Ditadura Militar brasileira. Mas eles são coerentes com o que falam e vivem; por essa razão não devemos hostilizá-los. Agora, aceitar o que eles falam passivamente, como se estivessem proferindo algo como “eu não como chocolate porque não gosto”, isso não é humano.

O tal “estupra, mas não mata” – ainda que sob pressão –, acabou por reconhecer o tamanho da burrada dita por ele e se desculpou publicamente, avaliando que talvez tenha sido a consideração mais “infeliz” que tenha proferido em sua vida. Já o “não merece ser estuprada”, não; é arrogante e altivo; nem humildade tem em reconhecer que errou. Esse – resquício da truculência ditatorial – é mais atrevido, mais desrespeitoso; e não está nem aí para o ser humano: fala mal de gay, de negro, insulta mulher e, talvez, só não se atreve a falar mal de idoso e criança porque nenhum destes “pisou em seu calo”.

Desde a Grécia Antiga o conceito de liberdade defendido por Platão preconizava a possibilidade de o indivíduo dizer e fazer o que quisesse mas, pelo bem da coletividade, não dizê-lo ou fazê-lo. Em nome da tal “imunidade parlamentar”, fala-se o que quer e o que não quer; o que precisa e o que não precisa; o que deveria é o que não deveria ser dito; fala-se demais.

Os censores de outrora que consideravam um poema, uma música ou uma peça teatral nocivos à sociedade e que gostavam de calar todo mundo, hoje se acham no direito de sair falando pelos cotovelos o que vier às ventas. Confundem a liberdade de expressão com direito de proferirem despautérios e estapafúrdios. Não querem se sentir acuados; não querem se sentir intimidados frente ao que quer que seja, sobretudo a um grupo de civis que defendem direitos humanos. (Isso porque o que sabemos e ao que temos acesso a saber é infimamente menor ao que de fato aconteceu e que eles, militares e seus aliados da Ditadura, conhecem.

Quantos deputados se levantaram contra o discurso do “etupra, mas não mata” e do “não merece ser estuprada”? Poucos; muito poucos. E por que não se indignaram? Quantos de nós nos indignamos frente a esse tipo de situação? E por que não nos indignamos? Ficam estas perguntas no ar.

Nem estupra nem mata; não merecemos ter os ouvidos estuprados com tantas aberrações, com tantas afrontas contra o ser humano por pessoas públicas que se dizem representantes da lei, que são responsáveis por pensar em formas e encaminhamentos para um Brasil mais justo, respeitoso e adequado para todos. Um representante do povo que não sabe (ou não quer saber) o que dizer e, por pura vaidade pessoal ou inconsequência, sai dizendo o que pensa sem medir as palavras não merece a função social que tem; merece, isso sim, ser cassado e destituído de seus direitos políticos perpetuamente.


Antonio Luceni é jornalista e escritor.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"TANTA PALAVRAS 2 - CONTOS E CRÔNICAS - VÁRIOS AUTORES" 
LANÇAMENTO: 30 DE AGOSTO DE 2014 - SÁBADO
23ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO
CENTRO DE CONVENÇÕES ANHEMBI - SÃO PAULO
ESTANDE DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE


Matéria publicada no Jornal Folha da Região, 27/08/14, Caderno Vida, C1



segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Melisma e The Voice Brasil

*Educadora musical e regente de coral, formada pelo Instituto de Tatuí

Olá, vamos conversar hoje sobre o Melisma, as tais “firulas”, comumente chamadas. 

Depois de ouvir a turma do contra e a do a favor dos melismas no The Voice, gostaria de colocar meu ponto de vista e também esclarecer um pouco sobre o que é a técnica do melisma.

Em música, Melisma é a técnica de transformar a nota de uma sílaba de um texto enquanto ela está sendo cantada. Quando a música é cantada dessa forma a chamamos de melismática, diferente da música silábica onde cada sílaba do texto corresponde a uma única nota. 

Segundo o Dicionário Grove de Música, “Melisma é um grupo de mais de cinco ou seis notas cantadas sobre uma única sílaba, especialmente no canto litúrgico. É uma característica de graduais, tratos, responsórios e aleluias no repertório gregoriano. No antigo canto medieval, um melisma podia ser inserido ou removido de um cântico, adquirindo com isso características melódicas estereotipadas. Os melismas gregorianos eram usados como cantus firmus (canto fixo) na polifonia (vozes múltiplas), do séc. XII ao XV; O estilo melismático foi usado com regularidade na música vocal polifônica a partir do séc. XIV.”

O Melisma apareceu pela primeira vez na forma escrita, ou seja, em registro, datando meados do século X (D.C.) em alguns gêneros do Canto Gregoriano, usados em certas secções da Missa. Na primeira escrita, antes da escrita musical que conhecemos, eram usados os neumas para esses registros.  Observemos nas partituras abaixo que existem vários neumas (notas) para uma única sílaba.


A sequência de notas do “Glória”, de Edward S. Bames, um conhecido hino inglês “Angels We Have Heard On High”, contém uma das sequências mais melismáticas do repertório “popular” de música cristã, no “o” da palavra “Glória”:


A música das culturas antigas usava técnicas melismáticas para atingir um estado hipnótico no ouvinte, útil para ritos místicos de iniciação e cultos religiosos. Esta qualidade ainda é encontrada na música contemporânea hindu e muçulmana. Na música ocidental, o termo refere-se mais comumente ao Canto Gregoriano, como já dissemos, mas pode ser usado para descrever a música de qualquer gênero, incluindo o canto barroco e mais tarde o gospel. 

Vamos ouvir um Kyrie Melismático (Canto Gregoriano):


Agora um barroco, no canto lírico: 
Vamos ouvir a “Lascia Ch’io Pianga” de Handel em um trecho do filme Farinelli – Il Castrato


A partir do tempo 2:15’ podemos ouvir os melismas feitos sobre a melodia principal “tema” (que acontece na primeira parte da música). 

Na música popular ocidental temos vários cantores que utilizam do melisma em suas interpretações. Podemos citar alguns: Aretha Franklin, Mariah Carey, Whitney Houston, Stevie Wonder, Beyoncé, JoJo, Sarah Vaughan, entre tantos outros. 

Achei importante conversarmos um pouco sobre essa técnica, pois tenho ouvido muita crítica em relação a ela. Precisamos entender do que falamos para separar a técnica da questão cultural, histórica e da língua pátria.

A música brasileira é reconhecida mundialmente por sua beleza harmônica riquíssima e de melodia simples e enxuta. Quando o melisma é usado com exagero em nossa música, retira dela justamente a beleza de sua criação. Esse deve ser o tema da discussão. 

Tivemos o The Voice Brasil e com ele acendeu novamente a discussão sobre o melisma (as firulas). Muitos criticaram a final, tendo em vista que o Sam foi o vencedor tendo ele utilizado dessa técnica em suas apresentações e excesso de falsete (aquela voz muito aguda masculina, mais suave, como uma voz feminina). 

Bem, a questão é: o melisma não deve ser “malhado” como algo ruim, pois é uma técnica do canto e não foi criado para a música em inglês ou o canto contemporâneo. Ele origina-se, como já vimos, num período da história muito anterior à nossa discussão. Devemos entender musicalmente todas essas questões e não podemos colocar como fato algo de gosto pessoal. 

Em meu restrito conhecimento musical acredito que nesse The Voice, dentre os finalistas que sobraram era mesmo do Sam Alves a vitória. Digo isso observando as questões técnicas apresentadas, o domínio da respiração, à beleza de seu falsete, entre outros atributos. Mesmo tendo ele desafinado em alguns momentos e, por conta da própria competição, sua respiração não foi controlada da forma como deveria, causando falta de apoio diafragmático, prejudicando seu desempenho ainda fico com ele.

Minha segunda colocada era a sanfoneira linda e de timbre sublime, mas que por conta de seu regionalismo em todas suas escolhas interpretativas deixou a desejar na questão versatilidade. Poderia ter escolhido coisas de nosso rico sudeste, de Minas com composições de nosso Milton Nascimento... Talvez por isso mesmo não tenha conseguido o primeiro lugar, apesar de seus atributos. 

Para mim, ela era a única que poderia “roubar” o título do Sam, mas não conseguiu fazer com que seu talento sobressaísse à música. Também foi regionalista em suas escolhas, nos privando de observar sua versatilidade de interpretação. Uma pena!

Não podemos discutir isso como feio ou bonito, gosto ou não gosto, se é “Whitneyriano” ou não, precisamos entender as questões de talento e apresentação de forma técnica, independente de nossos gostos. 

Eu também não aprecio exageros de melismas, apesar de ter a formação em canto lírico. Acredito que na música popular não cabe tantas “firulas”, especialmente a brasileira, mas não posso colocar isso como crivo para “caçar” defeitos em um menino que competiu com os demais dentro das regras propostas. Ele não infringiu regras, eu acredito. Então, está valendo! 

Vamos ouvir o que um “firulento” brasileiro disse certa vez sobre críticas ao seu jeito de cantar:
Ed Mota:


O importante de tudo isso é olharmos para outro detalhe: O momento dentro do programa onde poderíamos mostrar que o Brasil tem compositores de qualidade e que tem outro tipo de música própria, bela, de harmonia rica e letra maravilhosa nos é tirado com a Ana Carolina mostrando sua nova composição: uma música de letra horrorosa e melodia cansativa.  Se não bastasse a Ana Carolina, vai o Flausino do J. Quest com outra inédita sua de péssima qualidade também. 

O que eu quero dizer com isso?
Quero dizer que nossa discussão musical deve estar pautada em um campo muito mais profundo que a malhação de melismas ou de cantores que fazem uso deles. 
Onde estão nossos letristas fantásticos? Nossos intérpretes que nos causavam arrepios com seus timbres que praticamente encenavam as letras das canções?

Se vamos fazer “do jeito brasileiro” comecemos com um concurso com nome em português, ou pelo menos que nas regras de competição tenhamos como primordial a valorização da nossa terra.

Com melismas ou sem melismas, desejo a todos, e a mim mesma, o que vi em uma frase em uma rede social (vou adaptar): “Não devo desejar que 2014 seja um ano novo maravilhoso para mim. O que devo desejar é que eu consiga ser uma pessoa melhor para o ano que vai chegar e poder fazer de 2014 um ano muito melhor, através da minha vida.”

Que sejamos felizes em 2014 e com muita música, sempre!

domingo, 29 de dezembro de 2013

Réveillon está em alta

*Professor universitário e mestre em Turismo e Hotelaria
Montar o cardápio da ceia de Ano Novo é um grande desafio, haja vista a sequencia das muitas confraternizações. Diferentemente da festa natalina, o Réveillon prioriza o brinde ao ano que se inicia e muitas superstições envolvem a escolha dos alimentos a serem servidos. A lentilha, por exemplo, é servida como símbolo de fartura; a romã, igualmente, traz sorte; o ato de não servir aves pelo fato de ciscarem e trazerem mau agouro etc...


O propósito desta festa é a confraternização universal e a alegria em findar mais um ano e iniciar um novo ciclo, ou simplesmente agradecer e rememorar os fatos ocorridos. Em regra, o ponto alto da festa é a queima de fogos de artifício e os cumprimentos que ocorrem à meia noite, com os convidados em pé em torno de uma mesa principal farta e ainda com uma das mãos ocupadas com a taça de vinho frisante, espumante ou champanhe.

A forma mais indicada para servir nestas ocasiões são os “fingers foods” que são consumidos com os dedos, sem a necessidade de pratos e talheres. Tendência na gastronomia são também as comidas em porções minimalistas. Os petiscos e canapés podem ser servidos quentes ou frios, doces, agridoces ou salgados. São ideais para ocasiões especiais e com determinado requinte e, ao mesmo tempo, descontraídas em que não são possíveis os convidados se sentarem à mesa. 

O segredo é proporcionar uma recepção com um cardápio variado e caprichar na apresentação dos pratos e na arrumação da mesa. O modo de servir pode ser em diferentes formas, apresentadas de maneira festiva e ricas em detalhes destacando os olhares e consequentemente aguçando o paladar. No palito faz sempre muito sucesso. Você pode realizar combinações incríveis, pequenos espetinhos ou petiscos unitários usar frutas tenras como suporte para espeta-los e servi-los com acompanhamento de molhos especiais. 

Também podem ser apresentados em pequenos recipientes, no copo, taças, copinhos acrílicos ou vidro, xícaras, porcelanas, colheres apropriadas, ou comestíveis para servir pequenas porções cremosas como: tarteletes, torradinhas, folhados, profiteroles (carolina), quentes ou frias. Nos vegetais esculpidos é possível agregar os recheios para que confiram combinações fascinantes de texturas, cores, aromas e sabores. 

Com o calor deste verão, recomenda-se o cuidado na escolha de alimentos mais leves e frutas da época para compor os pratos e torna-los mais tropicais. As saladas de folhas com frutas e/ou massa fria caem bem e podem ser servidas em taças. Canapés e pequenos sanduíches naturais podem compor as bandejas de prata ou espelhos. Terrines diversas com sua cremosidade e leveza são excelentes opções para complementar a mesa além da tradicional tábua de frios e pães diversos.

A dica de hoje é: - brindar com os quatro espumantes brasileiros premiados no "Mundial de Bruxelas" este ano - Luna Ouro Asti Espumante, Aurora Brut Rosé, Aurora Moscatel Branco, Lunar Ouro Brut Espumante (todos safra 2012).

Desejo a todos prosperidade, saúde, paz, esperança, amor neste próximo ano com muitos artigos, dicas, sugestões sobre Gastronomia aqui no blog. Até 2014!!!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Arquitetura e a mulher: uma discussão feminista sobre Arquitetura

*Arquiteto e urbanista pelo Mackenzie

As pesquisas sobre Arquitetura, a partir da segunda metade do século XX, trouxeram discussões que introduzem questões da Filosofia e Ciências Sociais. Um exemplo disso são as conexões entre os estudos em Arquitetura, Urbanismo, Design e Gênero. Os grupos de pesquisa sobre Arquitetura e Gênero ainda são poucos no Brasil, e conduzem pesquisas que ainda sofrem com a dificuldade pela falta de informações, preconceitos e histórias mitificadas.

Pritzker Prize - o maior prêmio da arquitetura mundial
A figura do arquiteto homem, como figura máxima de um escritório de arquitetura, é muito divulgada entre o meio. Os arquétipos que fizeram história na arquitetura moderna, quase sempre, são evocados como arquitetos homens, gênios criativos, solitários e únicos responsáveis pelo projeto produzido em seus escritórios, ateliês ou estúdios. Mas todos sabemos que nunca existiu e não existirá algum arquiteto de visibilidade internacional que tenha trabalhado sozinho.

Um dos meios mais comuns de se propagar esses mitos são os prêmios internacionais de Arquitetura que premiam os heróis da arquitetura, desconsiderando seus parceiros e, muitas vezes, pelo fato de serem esses, arquitetas mulheres. Lilly Reich, por exemplo, foi por muito tempo apagada dos livros de História da Arquitetura, e quase não se fala sobre suas influências no projeto do Pavilhão de Barcelona. O interior do pavilhão foi, em grande parte, pensado e desenhado pela designer, mas pouco se sabe sobre isso.

Da mesma forma, quase não se fala sobre a obra de Anny Tyng, arquiteta que colaborou de forma intensiva no projeto de Louis Kahn, enquanto o arquiteto passava um ano estudando na Itália. Alguns autores apontam que muitos projetos que são apresentados como obras de Kahn, foram totalmente projetados por Tyng. Outro caso, bastante polêmico, é sobre o Casal Robert Venturi e Scott Brown, que ainda segue em discussão.

Venturi e Brown trabalharam juntos depois de formados, projetaram juntos e escreveram juntos um dos clássicos da Arquitura Pós-Moderna: Aprendendo com Las Vegas, entretanto, em 1991, apenas Venturi recebeu o Prêmio Pritzker. Isso colocou Brown em um papel coadjuvante, enquanto na verdade, ela também deveria assumir o papel de protagonista. Algo bastante retrógrado para a década de 1990.

Prova de que as mulheres ainda são vistas como uma classe inferior na arquitetura, é o número de mulheres premiadas. Das 34 edições desde 1979, apenas 2 mulheres receberam o Pritzker Prize, sendo Zaha Hadid e o casal SANAA. Se olharmos outras premiações como o Mies van Der Rohe ou o Riba, também encontraremos essa mesma situação.

Zaha Hadid e o Casal  Sanaa
Enfim, não é o objetivo desse texto, travar uma guerra dos sexos e convocar as arquitetas para uma fogueira de sutiãs em praça central, nos moldes das reivindicações sociais da década de 1960, entretanto, é importante destacar que os mitos continuam alimentando as desigualdades de gênero em Arquitetura e Urbanismo. Colocar as mulheres num papel coadjuvante como decoradora, ou paisagista de modo pejorativo, como se essas funções fossem "menores", sempre é um grande engano e falta de clareza histórica.

Meu respeito a todas as arquitetas que fizeram história no Brasil e no mundo. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

TOMIE OHTAKE

*Artista plástica e contadora de histórias
Olá meus amigos, tudo bem? Espero que sim...

Depois de festejos de Natal, com familiares e amigos reunidos, vamos continuar com nosso percurso sobre a arte brasileira?

Para esta semana optei por destacar esta artista japonesa que, neste ano, completa 100 anos de vida em plena atividade artística.

Com diversas obras espalhadas por todos os cantos do Brasil e do mundo, boa parte delas em nosso estado de São Paulo, tem, ainda, um instituto artístico que leva seu nome, cravado numa das avenidas e localidades mais prestigiadas da capital paulista. Claro que estou falando de Tomie Ohtake.

VIDA E OBRA

Tomie Ohtake (Kyoto, Japão 1913).  Pintora, gravadora, escultora. Vem para o Brasil em 1936, fixando-se em São Paulo. Em 1952, inicia-se em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integra o Grupo Seibi, do qual participam Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), Flavio - Shiró (1928) e Tadashi Kaminagai (1899 - 1982), entre outros. Após um breve período de arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, trabalha com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgem em suas obras as formas orgânicas e a sugestão de paisagens. Na década de 1980, passa a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante. Dedica-se também à escultura, e realiza algumas delas para espaços públicos. Recebe, em Brasília, o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura - Minc, em 1995. Em 2000, é criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Comentário Crítico
Após breve passagem pela pintura figurativa, Tomie Ohtake define-se pelo abstracionismo. No início da década de 1960, emprega uma gama cromática reduzida, com predominância de duas ou três cores. Leva o olhar do espectador a percorrer superfícies em telas que muitas vezes lembram nebulosas. Utiliza, em algumas obras, pinceladas "rarefeitas" e tintas muito diluídas, explorando as transparências. Posteriormente, surgem em seus quadros formas coloridas, grandes retângulos, que parecem flutuar no espaço. Ao longo da década de 1960 emprega mais freqüentemente tons contrastantes. Revela afinidade com a obra do pintor Mark Rothko (1903 - 1970), na pulsação obtida em suas telas pelo uso da cor e nos refinados jogos de equilíbrio. A artista explora a expressividade da matéria pictórica, mais densa, em texturas rugosas, ou mais diluída e transparente.

Em gravura, começa trabalhando com serigrafia e litogravura, a partir dos anos 1970. Para a maioria dos críticos, esse aprendizado revitaliza sua obra pictórica. Surgem em suas telas a linha curva e as formas orgânicas. Embora de caráter abstrato, ocorre em alguns quadros a sugestão de paisagens: montanhas ou curvas de rios. Intensifica o dinamismo e a sugestão de movimento. Em obras realizadas a partir da década de 1980, emprega uma escala de cores mais quentes e contrastes cromáticos mais intensos.

Dedica-se também à escultura, e realiza, por exemplo, a Estrela do Mar (1985), colocada na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Propõe intervenções em espaços urbanos, produzindo esculturas de grandes dimensões, como as "ondas" em homenagem aos oitenta anos da imigração japonesa, instaladas na avenida 23 de Maio, em São Paulo. Em esculturas mais recentes, trabalha com tubos delgados, que estabelecem sinuosos percursos no espaço.

A artista enfatiza, em entrevistas, a importância da arte oriental, em especial a japonesa, em sua pintura, afirmando que "essa influência se verifica na procura da síntese: poucos elementos devem dizer muita coisa".1 Da tradição japonesa, Ohtake diz inspirar-se na noção de tempo do ukiyo-e (imagens do mundo que passa), arte que revela cenas de uma beleza fugaz. Pesquisa constantemente as possibilidades expressivas da pintura: as transparências, as texturas e a vibração da luz. Declara fazer uma pintura silenciosa, como a cidade em que nasceu. Em suas obras, revela um intenso diálogo entre a tradição e a contemporaneidade.

Notas
1 Citado em Ohtake, Tomie; ARRUDA, Vitoria (Coord.). Exposição retrospectiva Tomie Ohtake. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2000, p. 65.


ALGUMAS OBRAS







quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

ENTÃO É NATAL...

*Professora universitária e mestre em Mídia digitais

O Natal é dia em que se celebra a vida, a compaixão, o amor e a solidariedade; além disso, é uma data para trocas de presente. O cinema não ficou de fora desta data e retratou diferentes aspectos do espírito natalino em muitos filmes.

O filme Grinch (2000), por exemplo, narrou o encontro de uma criatura mal-humorada com o verdadeiro espírito natalino. Uma História de Natal (1983) mostrou uma criança obcecada por um presente do Papai Noel. Mas o clássico do dia do Natal fica por conta de Esqueceram de Mim (1990) é nessa “comédia de família sem a família” que Kevin McCallister (Macaulay Culkin) é esquecido acidentalmente em sua casa, enquanto sua família sai em férias para Paris, no Natal. E, assim, durante a ausência de sua família, Kevin tem que ser o homem da casa e defender seu lar de dois ladrões perigosos. O filme é leve e bem divertido, daqueles que dá pra reunir a família toda e curtir uma boa sessão da tarde. E quem quiser ir além, o filme tem mais duas partes de continuidade.


Bom é isso, chegamos no dia do Natal e, como diz a música, Então é Natal...e o que você fez?

Apenas para contextualizar um pouquinho, vale lembrar que o verdadeiro motivo para celebrar uma festa tão linda é a comemoração do nascimento de Jesus. O aniversário do menino que nasceu em Nazaré, na famosa manjedoura, deveria ser o único e principal motivo da festa, mas nos dias de hoje, infelizmente, não o é. Embora o capitalismo tenha tomado conta desta e de tantas outras festas cristãs, ainda acredito que em nosso interior existe o desejo de ser tocado e modificado pelo sentimento real que essa época propõe. 

Tudo bem se o dia de hoje não saiu como planejado, o bom mesmo é vivê-lo como está. Com as companhias que temos, com a comilança que for possível e, quem sabe, com alguns presentes... O que importa é estar presente de coração, com bom humor e alegria. Ser mais gente, mais humano é que faz o Natal ser uma linda festa. 

Por hoje é isso, e desejo muito que consigamos ser pessoas novas, como um recém-nascido, assim dá pra começar tudo de novo, desde o início quando ainda não sabíamos nada. Neste Natal, eu desejo para nós, MENOS PAPAI NOEL E MAIS MENINO JESUS, porque, afinal de contas, MENOS É MAIS, não é?

Um grande beijo a todos e Feliz Natal!!!!!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

GENTE HUMILDE

*Jornalista e escritor

Apesar do frio da noite, parecia haver um sincronismo de energia. Parecia que todas as forças do universo dedicavam a máxima atenção para um ponto apenas; e, ao que tudo indicava, o lugar escolhido era o planeta Terra, numa região indeterminada do Oriente Médio.

Num primeiro momento, especulava-se que se tratava de um grande personagem, alguém afamado o suficiente que atraísse para si próprio todos os olhares, todas as atenções... Mas, no final, identificaram em sendo uma pessoa simples, filho de um carpinteiro e de uma dona de casa. Meu Deus, uma criança! Um bebê que acabara de nascer atraía para sim aquela reverência toda.

Reis e sábios de todos os cantos do mundo, há meses em peregrinação, dirigiram-se para o local a fim de prestarem louvor a ele; dos mais raros e caros presentes foram entregues ao menino; mas, se quer, havia lugar para ele na estalagem...

Um rei que, desde o nascimento, quebrou paradigmas: um rei simples, nascido de uma família simples, abrigado em caminha simples, juntos a outros tantos pobres e necessitados... Ali, também, já se prenunciava um “reinado” diferenciado: acolhedor aos que mais necessitam, aproximação dos que são rejeitados, desprendimento de luxos e regalias... viver com o necessário no vestir, no comer, no morar...

O que é anunciado com o nascimento de Cristo é pouco apre(e)ndido pela maioria: simplicidade e humildade. O dono do ouro, da prata e do bronze fez uma opção de nascimento entre palhas e esterco; aquele que é rei dos reis e senhor dos senhores preferiu estar no meio do povo, longe de castelos ou coisa que valha.

O nascimento de Cristo deveria colar em nós este sentimento de despojamento, de proximidade com as coisas que de fato valem a pena: família, união, fraternidade, tolerância, aceitação...

Hoje muitos estão reunidos com familiares e amigos; a partir da noite de hoje, e com a virada para o dia de amanhã, vários de nós estaremos embriagados demais para perceber que o aniversariante espera por nós; num lugar simples, com pessoas simples, mas onde estão concentradas todas as energias do universo.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

SINOS DE NATAL

*Educadora Musical e Regente de Coral, formada pelo Instituto de Tatuí.
O Natal chegou! Com ele chega também um dos instrumentos mais marcantes dessa época: o sino. O sino é um instrumento de percussão em forma de cone oco e que ressoa ao ser golpeado. Ele pode soar de duas formas: com o “badalo”, através de uma lingueta interna que, no movimento do sino, o percute por dentro; ou então com o “martelo”, que é uma peça que tange externamente o sino.

Os sinos são feitos geralmente de bronze, mas os pequenos podem também ser feitos de cerâmica ou de vidro. Eles podem ser de tamanhos variados: minúsculos em acessórios femininos ou em brinquedos infantis até os maiores que pesam toneladas e ficam em torres de igrejas.

"Liberty Bell", Filadélfia, EUA.

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"Tsar Kolokol" (maior sino fundido em bronze); Kremlin de Moscovo, Rússia

O mais antigo sino do mundo foi identificado na vila de Coruche, Portugal, datando de 1287.

Quando ouvimos canções de Natal, sem vermos como são produzidas, não imaginamos que possa existir uma orquestra de sinos com cada sino representando uma nota musical e que, juntos, produzem a melodia ouvida.

Vamos ouvir uma canção de natal muito conhecida tocada por uma orquestra de sinos:

Jingle Bell - Orquestra de Sinos Equatorial


Nesse vídeo, temos a Orquestra de Tokyo tocando sinos em um Shopping na cidade de Tsukuba, na província de Ibaraki-ken: músicas natalinas


Uma das primeiras utilidades do sino era de anúncio, especialmente em igrejas. Ele percute as dezoito horas avisando que a missa vai começar, usado também para anunciar um evento importante ou a chegada de alguma autoridade. Ele tem papel semelhante ao dos clarins, também usados a frente das batalhas.

De maneira sintetizada, aprendemos um pouco sobre os sinos. Vamos apreciar os sinos do Natal que anunciam a chegada de Jesus, o seu nascimento!

Um Natal maravilhoso para todos vocês e que a música dos sinos anunciem a chegada de muitas bênçãos na vida de todos nós.

Feliz Natal! 

domingo, 22 de dezembro de 2013

Guarnições - os acompanhantes da ceias

* Professor universitário e mestre em Turismo e Hotelaria
Decididas às carnes que serão servidas na ceia de natal, agora é necessário pensar nos acompanhamentos! As guarnições são elementos fundamentais para valorizar os assados enquanto adorno e complemento do paladar. Guarnecer significa decorar, enfeitar um prato (item indispensável para uma comida de festa). Guarnição pode ser também uma travessa complementar de comida ou acompanhamentos de uma receita.


Como toda culinária de família a palavra de ordem é “abundância”, ponto inerente na festa natalina, todavia um certo cuidado precisa ser tomado, - a intenção de reduzir as calorias ora esbanjadas nos assados escolhidos e, além disso, contemplar os demais grupos alimentares como, por exemplo, alimentos energéticos (carboidratos, presentes nos pães, massas, arroz, batatas etc), os construtores (proteínas encontradas nos ovos, leite e derivados, nozes, feijão, soja, ervilhas além das carnes, aves e peixes) e, reguladores (minerais  como o cálcio e ferro, e as vitaminas hidro e lipossolúveis). 

As hortaliças, frutas, leguminosas e os cereais irão garantir o equilíbrio na composição da sua mesa. Com estes ingredientes podemos compor pratos interessantes de entrada, saladas e acompanhamentos. O portal Paladar do Estadão traz um hotsite especial de natal que apresenta 110 receitas para você escolher entre assados, acompanhamentos e doces. Acesse o link abaixo e confira as inusitadas opções.

Link: http://infograficos.estadao.com.br/public/paladar/especial-natal-paladar/

Para enfeitar os pratos você pode finalizar com tiras de cenoura e abobrinha untada com manteiga, cama de legumes (batata, cenoura, cebola, etc), miscelânea de legumes, amêndoas e nozes tostadas, pétalas de azeitonas, cebola caramelizadas, anéis de ervas (endro, sálvia, salsa, canela em pau, cravo…), touilles, farofa, fios de ovos, frutas secas, cristalizadas ou em calda, entre outros, fazem com que seus pratos sejam inesquecíveis.

As bebidas também são importante acompanhamento da noite natalina. A recomendação aqui é beber com moderação as alcoólicas para não arruinar sua alegria e decepcionar os convidados da festa, mas poderá abusar das bebidas hidratantes.

De maneira geral o vinho tinto combina com carnes vermelhas e massas. Os peixes combinam mais com vinho branco. No caso das aves da ceia, o ideal é o vinho tinto mais frutado. Já os pratos leves combinam com vinhos mais jovens; pratos mais fortes requerem vinhos mais encorpados. O Ponche ou a Sangria podem ser uma refrescante opção também para acompanhar a ceia. Coquetéis alcoólicos e não-alcoólicos, água saborizada, suco energético leva folhas de capim santo, mel, gelo e água e pode ser misturado ao limão, kiwi, morango ou laranja e abacaxi, conforme a sua fruta de escolha.

A dica de hoje é: - Não se estressar com os preparativos. Aproveite a festa e o espírito natalino, a confraternização, o amor ao próximo e o agradecimento pelas alegrias e vitórias são o mais importante!

Para você que nos acompanhou neste tempo desejo-lhe um FELIZ E ABENÇOADO NATAL!

sábado, 21 de dezembro de 2013

LER O LIVRO COMO UM TODO...

*Professora de Língua Portuguesa e escritora

Depois de passados alguns dias de seu lançamento, e já com um belo artigo escrito pela professora de literatura Márcia Lorca, retomado neste blog pela Roberta Caetano, nesta coluna de sábado, gostaria de dar continuidade a apresentação do livro Poesia, pipoca e pião, de Antonio Luceni, chamando atenção, agora, para o prefácio do livro, ou melhor, para os dois prefácios do livro: o primeiro, de Angela-Lago, mineira de Belo Horizonte, cidade onde nasceu e reside até hoje, escritora e ilustradora das mais importantes, vencedora dos principais prêmios de literatura infantojuvenil do Brasil e do exterior; o segundo, de Ricardo Azevedo, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo - USP, também escritor e ilustrador com vários prêmios, dentro e fora do Brasil.


Angela-Lago, de forma sucinta e contida, como os mineiros gostam de ser, declara que:

"É sempre preciosa a aproximação da criança com a poesia, domínio onde ela reina sem qualquer esforço. O trabalho de Antonio Luceni busca a espontaneidade própria aos pequenos e escolhe para isso a simplicidade e a clareza. O próprio título do livro já indica a despretensão dos seus poemas, onde o humor e a musicalidade estão presentes. (...)."


Ricardo Azevedo, de forma mais delongada, trará a seguinte reflexão:

"Se existe uma maneira boa de iniciar leitores inexperientes nas artimanhas e manhas da literatura ela é, creio, a leitura em voz alta, principalmente de poesia. Ao escutar a sonoridade das palavras, o aprendiz de leitor percebe o tecido formado pelo texto, os ritmos e as rimas e, pouco a pouco, passa a visualizar no pensamento e no coração as imagens e metáforas que surgem no ar, sopradas pela voz que lê. Como, num outro plano, a leitura em voz alta costuma ter um caráter afetivo, afinal ler para o outro é quase sempre uma forma de doação, estamos diante de uma experiência dialógica e humana muito forte. Assim, meio que distraído, meio que encantado, o ouvinte, quando se dá conta, já mergulhou fundo no texto. Mais tarde, quando puder e souber, muitas vezes sentirá vontade de reviver essa experiência lendo, agora por contra própria,  o mesmo texto que antes escutou. Tenho certeza de que o livro Poesia, pipoca e pião de Antonio Luceni pode ajudar a trazer um pouco desse feitiço da poesia e da literatura para dentro de nossos futuros leitores."

Nos dois casos, podemos observar que a grande ênfase é para o modo simples (mas não simplista) e lúdico com que o autor, Antonio Luceni, constrói os textos. Os temas abordados no livro, tão próximos do universo infantil, bem como as metáforas, rimas e métricas utilizadas na construção dos poemas são os elementos que garantem esse diálogo entre leitor/escutador e livro, assegurando, também, seu caráter estético/poético.

Chamo atenção para esta parte do livro que, para alguns leitores, passa despercebida, mas que está para o todo do livro como um organismo interdependente, ou seja, capa, formato, ilustrações, prefácios e a própria biografia do autor (sua formação acadêmica, locais por onde viveu, pessoas e lugares com os quais se relacionou etc...) acabam por encaminhar nossa(s) leitura(s) para um viés mais sóbrio, mais próximo do do projeto e proposta da obra.

Tive o privilégio de entrar em contato com Poesia, pipoca e pião ainda quando se encaminhava para ser livro, tanto lendo poemas soltos - numa consultoria que o autor costuma fazer para alguns amigos e profissionais da área de literatura, quanto, posteriormente, já com os poemas finalizados, na revisão dos textos, do que viria ser o livro; desde o início do percurso já conseguia vislumbrar que boa coisa sairia dali... E não é que saiu mesmo? O livro foi um dos selecionados em concurso público promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba e, hoje, podemos tê-lo à nossa disposição.

Sei, também, que já começou a "caminhar pelo mundo", seja a partir do contato do autor com crianças e adolescentes das redes públicas municipal e estadual de ensino, ou mesmo por meio de pedidos feitos via internet para diversos cantos do Brasil.

Esperemos, portanto, novas obras de Antonio Luceni dirigidas para este público tão especial que é o de crianças e adolescentes.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Estádio Municipal de Braga - Eduardo Souto de Moura

*Arquiteto e Urbanista pelo Mackenzie

Esqueça os padrões de estádios que são internacionalmente celebrados. Esqueça os padrões adotados pela FIFA, como por exemplo o número mínimo de lugares para um estádio ser considerado bom. Esqueça também estádios que esbanjam tecnologias. Agora pense em um estádio que respeita o local no qual está inserido e valoriza de forma excelente o contexto, a natureza e o entorno. Aí, então, temos o Estádio Municipal de Braga, Portugal, do arquiteto português Eduardo Souto de Moura. 

Na cerimônia de entrega do Pritzker Prize para Souto de Moura, Barack Obama disse que o uso de materiais e atenção aos detalhes, especificamente situando o Estádio Municipal de Braga como "talvez a obra mais famosa de Eduardo", o arquiteto "tomou grande cuidado para posicionar o estádio de maneira que qualquer pessoa que não tivesse comprado o bilhete para o jogo, pudesse assistir ao jogo sentado na encosta."


O que poderia ser um desprestígio para os padrões internacionais de futebol, para Souto de Moura, tornou-se um grande partido para o projeto de um estádio. Situar as arquibancadas somente nas laterais do campo, permite que de um lado, a própria encosta seja usada como arquibancada e de outro, a cidade de Braga possa ser visualizada pelos expectadores.



Sem dúvida, um dos destaques desse edifício é a cobertura que, num formato de catenária, repousa sobre a arquibancada, sustentada por cabos de aço fixos nas extremidades do edifício. Uma referência bastante marcante da arquitetura portuguesa, a catenária já foi usada em projetos de Alvaro Siza, por exemplo, no Pavilhão de Portugal.



Um projeto que usa o concreto como material principal e cria recortes e planos inclinados que movimentam a "fachada" do edifício de modo bastante simples, mas com muita elegância.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

LASAR SEGALL

*Artista plástica e contadora de histórias

Olá meus amigos... estamos de volta!

Esta semana, com este artista que, apesar de ter origens no velho mundo, foi um dos poucos que tão bem retrataram o Brasil, com todas suas cores e sutilezas, sua gente, suas formas de viver...

Há alguns anos tivemos uma belíssima exposição dele no MultiShop, em Araçatuba, que contou com uma formação de monitores diretamente de seu museu, em São Paulo, além de encontros no Ateliê Fare Arte, sob coordenação da Márcia Porto. Foi uma belíssima mostra, com milhares de visitantes, incluindo crianças e aficionados por arte de toda região. Estou falando de Lasar Segall.

Biografia

Artista plástico lituano, naturalizado brasileiro, Lasar Segall nasceu em 21 de julho de 1891 e faleceu em São Paulo em 02 de agosto de 1957, em São Paulo/SP. No ano de 1923, o pintor lituano Lasar Segall mudou-se para o Brasil. Já era um artista conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte conheceu o "milagre da luz e da cor".

De família judia, Lasar Segall desde cedo manifestou interesse pelo desenho. Iniciou seus estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilna, sua cidade natal. No ano seguinte, mudou-se para Berlim, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim, durante cinco anos. Mudou-se, a seguir, para Dresden, estudando na Academia de Belas Artes.

Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, encontrando-se com seus irmãos, que moravam aqui. Realizou suas primeiras exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913, mas regressou à Europa, casando-se, em 1918, com Margarete Quack.

Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden", em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa.

Segall mudou-se para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado.

Já separado de sua primeira esposa, casou-se em 1925 com Jenny Klabin, com quem teve os filhos Maurício e Oscar. Nessa época, passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade.

Em 1932, Segall retornou ao Brasil, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu cunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall.

Sua produção na década de 1930 incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão e retratos da pintora Luci Citti Ferreira. Em 1938, Segall realizou os figurinos para o balé "Sonho de uma Noite de Verão", encenado no Teatro Municipal de São Paulo.

Uma retrospectiva de sua obra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi realizada em 1943. Nesse mesmo ano, foi publicado um álbum com textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.

Em 1951, Segall realizou uma exposição no Museu de Arte de São Paulo. Três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé "O Mandarim Maravilhoso".

O Museu Nacional de Arte Moderna preparou uma grande retrospectiva de sua obra em 1957, em Paris. Lasar Segall morreu nesse mesmo ano, de problemas cardíacos, em sua casa, aos 66 anos.


Visite também o site do artista: http://www.museusegall.org.br/

Algumas obras:












ESTANDO EM SÃO PAULO, VISITE O MUSEU LASAR SEGALL

Diariamente, 11h às 19h (fechado às 3ªs feiras)
Rua Berta, 111 - São Paulo/SP
Cep 04120 040 - Tel.: 11 2159 0400
Entrada Gratuita