terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma breve reflexão sobre o conceito "professor reflexivo"

Maria Lúcia Terra

Olá, pessoal! Estou de volta, depois de uma semana de ausência e hoje convido todos a pensar um pouquinho sobre a recepção do conceito de “professor reflexivo”, tão amplamente veiculado nos meios educacionais, na atualidade. Tomo como embasamento para essa abordagem, essencialmente, as ideias de Selma Garrido Pimenta, Evandro Ghedin e José Carlos Libâneo, nomes de relevância nessa discussão.

Pimenta e Ghedin (2002) referem-se à apropriação acrítica desse termo, no Brasil, propondo um questionamento em torno da insuficiência da reflexão para melhorar a atuação docente e assegurar as condições necessárias à aprendizagem de alunos e professores: a reflexão, por si somente, seria o bastante para a efetivação de uma educação de qualidade para todos?

Pimenta propõe uma nova abordagem para a questão da postura reflexiva do professor, no sentido de que ela avance para a prática. Para a autora, é preciso ir além da reflexão, estabelecendo uma conexão entre o refletir e a prática social, com vistas ao favorecimento da emancipação do sujeito, da capacidade crítica, da participação e da diminuição das desigualdades.

Ghedin critica a abordagem original do conceito, proposta por Shön, apontando sua restrição a aspectos técnicos e racionais. Sugere uma expansão da ação reflexiva para além da sala de aula, abrangendo a escola e o âmbito em que ela está inserida.

Libâneo (2002) explica a reflexibilidade como sendo a relação entre o pensar e o agir e estabelece uma diferenciação entre os conceitos de “professor reflexivo” e “professor crítico-reflexivo”, situando o embasamento do primeiro na racionalidade técnica de cunho neoliberal.

Fazendo uma breve conclusão sobre as ideias dos autores mencionados, penso que os três são unânimes em apontar a necessidade de a ação reflexiva no campo da atuação docente revestir-se de uma consciência clara, por parte do professor, da importância de seu comprometimento com a prática social. Ou seja, essa reflexão não pode se restringir à análise de seu desempenho técnico na esfera de sala de aula, mas deve contemplar sua atuação como cidadão comprometido com a transformação social.

Bem, amigos, o que fiz aqui foi apenas instigá-los para uma leitura mais aprofundada sobre o tema e para que vocês procedam às suas próprias reflexões. Mas não se esqueçam de socializá-las. Compartilhar nossas ideias e opiniões é sempre muito produtivo.

Abraço a todos.

Maria Lúcia

Maria Lúcia Terra é professora de Língua Portuguesa e Diretora do Departamento de Supervisão e Ensino da Secretaria Municipal da Educação de Araçatuba/SP.

Um comentário:

  1. Maria Lúcia, bom dia. Senti falta da bibliografia.Qual os livros que encontramos esses conceitos?

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