À minha amiga, Marisa Mattos.
Conheci a Marisa quando tinha 9 ou 10 anos de idade, a partir de uma
ação que ela desenvolvia na 2ª Igreja do Evangelho Quadrangular - IEQ,
com crianças carentes dos bairros Rosele, TV, Primavera e Planalto. Por
meio de musicais e coros infantis e juvenis, atraía crianças e
adolescentes que, no lugar de ficarem “soltos” nos sábados à tarde e
domingo de manhã, enchiam o salão da igreja cantando, dançando, interagindo umas com as outras no mais perfeito louvor.
Era rigorosa com tudo: horários, dedicação, assiduidade, envolvimento
com o grupo, reverência para com o lugar onde estávamos; só que aquele
rigor de mãe que, apesar de ralhar com o filho, não deixa a generosidade
e o respeito na correção.
Depois, passamos a trabalhar juntos,
ainda no ministério da igreja. Sob convite dela, integrei a
Coordenadoria Regional de Crianças e Adolescentes da IEQ e, juntamente
com tantos outros que a rodeavam e a seguiam, fizemos um trabalho bem
bacana durante alguns anos com grupos infantis e de adolescentes de
Araçatuba e região.
Meu ingresso no magistério também teve uma
ajudinha dela. Nas muitas conversas e convívio que tivemos em sua casa
no Rosele, assim como na igreja, já via em mim certa tendência ao ensino
e, não raras vezes, me indicou à sala de aula.
Depois que ingressei
na Rede Municipal de Ensino de Araçatuba, passamos a trabalhar juntos, a
conviver profissionalmente. Sempre fiz questão de referendá-la em minha
formação, sobretudo também pelo percurso que ela teve na Educação. Uma
pessoa simples, que iniciou a carreira como servente escolar e que
ascendeu profissionalmente com muita dedicação e luta.
De
personalidade forte e de caráter ímpar, para discutir o que quer que
fosse com ela eram necessários argumentos fortes, manejo nas palavras,
porque não admitia engodos e prolixidades.
Se no dizer popular,
“todo mundo vira santo depois que morre”, isso não vale para Marisa.
Quem a conheceu e teve o privilégio de conviver com ela, sabe a
qualidade de ser humano e de profissional que eram peculiar.
Nesta
sexta, da paixão, ela partiu. No sábado, foi enterrada com a presença de
muitos de seus amigos e familiares. Hoje, domingo, quando celebramos a
ressurreição de Cristo, o grande mestre que ela seguia de perto, também
fica a certeza de que a Marisa não morreu, mas ressurge, a partir de
agora, na vida de cada criança que ensinou, de cada professor e
professora, diretoras e demais colegas coordenadoras com os quais
trabalhou, deixando sempre a marca inegável de um ser humano incrível e
um profissional que faz qualquer educador se sentir bem representado.
Vá com Deus, minha amiga. E até logo.
Marisa era uma amiga querida.
ResponderExcluirParticipante, mantinha o blog do Lauro uma verdadeira joia. Poucos na educação podem comparar-se a ela. A educação de Araçatuba perde uma grande profissional e nós perdemos uma excelente pessoa.
Forte Abraço.
Não tenha dúvida, meu amigo... Perda irreparável para todos nós.
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