segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Yeda Pazian - uma artista



Primeiro me veio a educadora: Diretora da Rede Municipal de Ensino de Araçatuba, na EMEB Enoy Chaves, no bairro Panorama. Uma escola de Educação Infantil pra cima, alegre, colorida, com excelentes profissionais e com um jardim que é uma beleza.
Em seguida me veio a colega de trabalho: A partir do início do Grupo de Estudo em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil da Secretaria Municipal da Educação passamos a nos relacionar profissionalmente nas discussões do grupo, nas propostas e ações de leitura voltadas para as séries iniciais...
Por último, me veio a artista: Uma artista de mão cheia, ou melhor, de tela cheia. Cheia de cores, cheia de vida, cheia de alegria. Acho que um pouco (ou muito) da energia dessa artista, do olhar sensível e observador dela passam para as suas telas, para o seu trabalho.
Há em suas telas flores de todos os tipos (orquídeas, tulipas, strelízias, copos de leite...), tucanos, frutas, naturezas-mortas, paisagens... Tentam traduzir a vida, ou melhor, como diria, Van Gogh “a arte é o homem adicionado à natureza.”
Sua pintura não se propõe a ser um retrato fiel e literal da realidade. Não busca flertar com os academicismos prepotentes e aristocráticos; não há mais tempo para isso. Antes, vai na trilha das sensações, dos sentimentos, dos verdadeiros valores a que se propõem as artes de modo geral: sensibilizar as pessoas.
E quantas sensações são evocadas nas texturas de suas telas, nas pinceladas precisas, nas escolhas dos temas, nas dimensões das obras – quase próximas de painéis – na combinação de tons e matizes que, unidos, formam um conjunto harmônico e bom de se ver.
Como todo bom artista que se preocupara com a vida que está à sua volta, ela registra o Brasil de diferentes maneiras: nas paisagens litorâneas com barcos, encostas, peixes e pescadores; nas frutas várias e tropicais com todas as cores e texturas imagináveis: bananas, morangos, maçãs...; o campo está representado em seu acervo com cavalos, morros e riachos..; o experimental também tem vez: note-se aí uma provocação como o quadro “O pecado”, em que a silhueta de uma maçã é suporte para a discussão a que se quer despertar.
Yeda Pazian: a educadora, a mulher, a artista. Assim, vale a pena lembrar Joseph Beuys quando cita que "a criatividade não é monopólio das artes. (...) Quando eu digo que toda a gente é artista eu quero dizer que cada um pode concentrar a sua vida nessa perspectiva: pode cultivar a artisticidade tanto na pintura como na música, na técnica, na cura de doenças, na economia ou em qualquer outro domínio... A nossa ideia cultural é muitas vezes redutora. O dilema dos museus e das instituições culturais é que limitam o campo da arte, isolando-a numa torre de marfim (...). O nosso conceito de arte deve ser universal, terá que ter uma natureza interdisciplinar com um conceito novo de arte e ciência".
Certamente Yeda Pazian enquadra-se nessa perspectiva artística. E que venham outras telas.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE e Diretor do Núcleo UBE Araçatuba e Região. (aluceni@hotmail.com)

Um comentário:

  1. Obrigada pelo carinho e Parabéns pelo seu talento em transformar simples letras em sonhos e poesias, vc é um grande escritor.

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