sábado, 5 de junho de 2010

Lei 12.244 - Bibliotecas nas escolas


Na última segunda-feria, 24 de maio, o presidente Lula sancionou a Lei 12.244 que dispõe sobre a obrigatoriedade da criação de bibliotecas em todas as escolas públicas e particulares brasileiras, com acervo específico e também com a presença de bibliotecários. Quase tive uma síncope de alegria!
Fiquei pensando em algumas coisas:
1. Na “Sala Encantada” a que Monteiro Lobato se referiu tantas vezes e pela qual ficou apaixonado. O “culpado” pela aproximação do menino prodígio e os livros foi o avô, Visconde de Tremembé. Lobato soube retribuir o favor imortalizando-o numa de suas principais personagens: o Visconde de Sabugosa. Diz a história que Monteiro Lobato só saía da biblioteca do avô “à força”. Que bom acontecer isso também com nossas crianças e jovens.
2. Nas palavras mágicas e a chave para o mundo encantado: “Era uma vez...”. Era uma vez uma porção de escolas que não esperaram por lei alguma para que em suas dependências existissem bibliotecas com prateleiras cheias de livros e cada um deles nãos mãos de crianças e jovens. Era uma vez livros loucos por serem lidos e degustados pelos mais diferentes paladares: aventuras com heróis imaginários e verdadeiros, romances para fazer sorrir e tirar o fôlego, crônicas, contos, causos, poesias...
3. Em salas de aulas que começam e terminam o dia com poemas, com imaginação e criatividade, com bobices e gostosuras de leituras mil... Com crianças se enchendo de esperança – aquela que foi perdida em casa, no bairro onde vivem, num canto qualquer do mundo... O brilho voltando aos olhos de professores e alunos por meio da arte, por intermédio de um mundo possível: o da leitura e literatura.
4. Em pós mágicos que fazem a gente voar por um outro mundo desejável, que põem asas não em nossas costas, mas na imaginação e, às vezes, nos livram de uma situação ruim, de um mundo hostil e degradante, mas que também nos dão força pra encarar as dificuldades e tropeços da vida, com as armas da delicadeza, a grande revolução deste século.
Fiquei pensando em coisas assim, na minha experiência de vida. Do meu encontro com meu primeiro livro – um livro besta, explicando como produzir azeite de forma artesanal, mas que levava pra cima e pra baixo como se fosse um troféu.
Fiquei pensando na possibilidade que tantas outras crianças, jovens e adultos terão ao ler um livro, a trocar experiências entre pessoas e lugares que, financeiramente, talvez nunca teriam oportunidade de conhecer. Quem abre um livro, disse o poeta, abre uma janela para respirar.
É isso: muitas janelas serão abertas pelo Brasil. Muitas pessoas poderão respirar daqui pra frente. O Brasil certamente terá mais oxigênio “nos cérebros”. E quanto bem faz estar com o cérebro oxigenado!

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

Um comentário:

  1. Ai, ai,ai! Vivaaaaa!!!!!!!
    Engraçado que coisas boas para acontecerem de fato, precisam, antes de tudo, da tal Lei.
    Mas já é um grande passo para grandees realizações.
    Que viva a Lei!!
    Viva o Luceni que, bem antes da Lei, já vem trabalhando projetos encantadores para divulgação da Literatura infantil.
    Deus existe no homem que O permite existir.
    Parabéns Luceni!

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