domingo, 25 de julho de 2010

Vó Janoca e Vô Neuzim


Amanhã é dia dos avós. Aproveitando o embalo da data, decidi dedicar o espaço de hoje aos nossos queridos velhinhos. Parabéns àqueles que contribuíram para com nossa vinda ao mundo. Sintam-se abraçados por mim.
Quero falar, também, da minha relação com meus avós. Vó Júlia e vô Mocim são os pais de meu pai. Com a vó Júlia, eu e meus irmãos, tivemos algum contato. Bem pouco. Éramos muito crianças e o máximo que fizemos foi atormentá-la, coitada, com diabrices. Na ocasião, estava em São Paulo para cirurgia de catarata. Já o vô Mocim, quase não nos relacionamos. Só meu irmão mais velho, o Lúcio, construiu uma afetividade mais profunda com ele. Os dois, hoje, descansam em paz.
Já os pais de minha mãe são nossos segundos pais. Desde que nos entendemos por gente temos contato com eles. Já chegamos a morar um tempo na mesma casa, na saudosa Chácara Piloto, no Jardim TV. Que tempo bom foi aquele. Trepar em mangueiras, goiabeiras e comer fruta do pé. Moer e tomar caldo de cana escondido. Chupar jabuticaba e comer caquis geladinhos, guardados por minha vó.
A vó Janoca e o vô Neuzim sempre estiveram presentes em nossas vidas, nos abençoando e contribuindo com nossa formação. Quantos apertos passamos na infância e esses velhinhos lá, nos ajudando. Criamos uma relação bastante forte. Acho que vamos continuar ligados sempre. Não vai ter nada que nos separe.
Adoro ouvir meu avô contando os causos dele. São história lindas que, se tiver oportunidade, irei escrevê-las um dia. Minha avó, sempre ali do ladinho dele, interrompendo-o para corrigir-lhe um nome ou data equivocada (não sei como ela guarda tanta informação e de modo tão preciso).
Já carregaram tantas coisas nas costas... lenha, lata d’água, trouxas de roupas ora para mudanças repentinas arrumadas pelo meu avô, ora para um açude ou poço próximo para serem lavadas, quaradas e estendidas em alguma cerca de pau sob o sol escaldante que rapidamente secava tudo.
Mas carregaram outras coisas também. Uma família inteira. Até hoje dão guarida para este ou aquele filho que precisar. Casa de fartura, sempre que alguém chega já lhe é oferecido um café, uma bolacha, um pão...
Já disse antes e não canso de repetir: amo vocês, vó Janoca e vô Neuzim. Deus os abençoe sempre.

Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

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