sábado, 14 de maio de 2011

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

Olá, pessoal! Para quem está se preparando para o processo seletivo do curso de pós-graduação da UNESP, campus de Presidente Prudente, segue uma síntese da obra Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire.
Abraço a todos.

PAULO FREIRE
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Por Maria Lúcia Terra*

A obra tem com eixo central a questão da formação docente, a partir de uma reflexão sobre a prática pedagógica, com foco na ética e na construção da autonomia dos alunos. Paulo Freire discorre sobre o que ele considera como saberes necessários ao ofício do professor, considerado aqui não somente como profissional da educação, mas como agente político transformador. O texto de Freire vem permeado por um viés político, voltado para a crítica ao neoliberalismo e à desigualdade social.
            Para Freire, a tarefa educativa requer, antes de mais nada, responsabilidade ética. Educar implica comprometer-se com a luta pela justiça social, e esta postura ética deve ser vivida na prática, testemunhada em ações.
            Discorrendo sobre o exercício da docência, o autor estabelece uma intrinsica relação entre as atividades de ensinar e aprender (“não há docência sem discência), e ensinar vai muito além do que meramente transmitir informações, envolvendo a responsabilidade de se criar possibilidades para a construção e produção do conhecimento, a partir de uma postura ativa, curiosa, investigativa, reflexiva e criadora. Neste sentido, a curiosidade epistemológica é considerada condição essencial para a construção do conhecimento e o gosto  pela rebeldia é o instrumento para a superação do autoritarismo e do “bancarismo”.
            Freire elenca uma série de saberes que considera essenciais à prática educativo-critica ou progressista, saberes esses que aqui atrevo-me a sintetizar em algumas idéias que entendo estruturais do pensamento deste estudioso. São elas:
* a ética, permeando todos os momentos dos processos educativos: a atividade educativa não pode se limitar à técnica, mas  deve estender-se à dimensão humana;
* o valor do conhecimento cientifico para a construção da capacidade critica: a aproximação dos objetos do conhecimento não deve se limitar ao tratamento superficial deste objeto, mas devem contemplar sua análise crítica, e essa tarefa exige: curiosidade, pesquisa, humildade e persistência;
* o compromisso político-social, de forma indissociada à tarefa de educar: os conteúdos ministrados na escola devem apresentar relação com a realidade do aluno, seus problemas e necessidades;
* o caráter histórico-político-social da educação: não se pode negar o caráter ideológico da educação, nem tampouco ignorar seu potencial transformador;
* o respeito ao educando e a proposta de uma postura dialógica e afetuosa: é preciso considerar a bagagem cultural dos alunos e, a partir de uma relação dialógica, propor situações que possibilitem avanço no seu processo de construção de conhecimentos;
* a construção de uma identidade profissional docente, comprometida,  consciente e reflexiva: o professor não pode esquivar-se do compromisso político e social, e deve, constantemente, refletir criticamente sobre sua prática pedagógica, buscando aprimoramento profissional;
* a coragem para conservar a alegria na profissão e o equilíbrio nas atitudes:   Freire lembra que cabe ao professor construir um clima de alegria no espaço pedagógico. O autor chama a atenção também  para a importância de conservar o bom senso e a coerência nas atitudes.

Por enquanto é isso, pessoal. Espero ter colaborado para arejar suas mentes em relação às ideias deste grande educador.
Abraço a todos.

Maria Lúcia Terra é graduada em Letras e Diretora de Supervisão e Ensino da Secretaria Municipal da Educação de Araçatuba/SP.

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