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*Professora da Educação Básica e mestranda em Educação pela Unesp |
Contar e ler histórias devem ser práticas diárias nas instituições de
educação infantil, assim como o recontar pelas crianças.
O Referencial (RCNEI, 1998) é
um guia de orientação e reflexão sobre os objetivos, os conteúdos e as
orientações didáticas referentes a eixos de trabalho para os profissionais que
atuam com crianças, hoje, de zero a cinco anos de idade, tendo como objetivo
auxiliar o trabalho educativo em busca da melhoria da educação infantil. Linguagem Oral e Escrita se constitui em
um dos eixos básicos de trabalho na educação infantil, devido a sua relevância
na formação do sujeito. Ao promover experiências significativas de aprendizagem
da língua materna, as instituições de educação infantil se tornam um espaço de
ampliação das capacidades de comunicação e expressão, associadas às quatro
competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.
Os professores de educação infantil devem garantir às crianças o contato
com livros e apresentar diversos gêneros para começar a desenvolver os
comportamentos leitores e o gosto pela leitura desde tenra idade. A leitura
deve ser de obras clássicas a contemporâneas, tornando-se essencial à criança
criar uma relação pessoal com os livros, ação que manterá para o resto de sua
vida. Renata Junqueira de Souza (2004) explica que “[...] os livros são um
ótimo caminho para ampliar o universo cultural dos pequenos porque permitem
entrar em contato com situações desconhecidas”.
Ler histórias para crianças é uma prática que ocupa um significativo
espaço no processo pedagógico e quanto a contar histórias, trata-se de uma técnica
empregada por algumas pessoas. Ambas as ações educativas requerem atenção por
parte destes profissionais, pois embora impliquem em ações distintas, são de
igual importância para o complexo processo do ensino e da aprendizagem.
O contador de histórias empresta seu corpo, sua voz e até seus afetos ao
texto que narra, fazendo com que os pequeninos embalem em sonhos, eis que este
ocupa o papel de testemunha do reencantamento que as histórias provocam. Muitos
adultos se esquecem de se inebriar com essa magia!
Para as crianças de educação infantil, ouvir histórias é fundamental,
como diz Fanny Abramovich (1997) “O livro da criança que ainda não lê é a
história contada”. Mesmo a criança que já domina os códigos convencionais da
leitura e da escrita continua sentindo prazer em ouvir histórias, isso serve
para os professores que atuam no Ensino Fundamental I, período escolar em que
muitos deles abandonam as práticas de contação de histórias por considerar
essencial apenas na educação infantil.
O ofício de contar histórias é remoto, pois, é na figura dos milhares de
contadores, a maioria iletrados, narradores anônimos, como camponeses,
pescadores, lavadeiras, amas, que a literatura oral se perpetua. As conquistas
da imprensa não inutilizaram por completo o ofício do narrador, constata-se em
ações discretas, como a canção de ninar de uma doce mãe, as histórias contadas
por avós dedicadas e as cantigas de roda entoadas por profissionais na escola,
verdadeiros ecos de vozes renascidas das narrativas orais, desenvolvidas muito
antes da aprendizagem da leitura. Diante deste quadro, observa-se que tudo o
que se aprendia por ouvir contar, hoje, aprende-se pela leitura, reflexo disso
é que a criança de outrora tinha menos contato com leituras especializadas e as
de hoje, menos conhecimentos dos grandes espetáculos e pouco acesso a
contadores de histórias.
E você, caro leitor? O que pensa sobre as práticas de leitura e as
técnicas de contação de história? Participe, poste aqui o seu comentário e
poderemos aprofundar ainda mais nesta interessante e cativante caminha.
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