domingo, 21 de junho de 2009

PAREM DE SE MASTURBAR!


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com


Numa daquelas conversas em que nos envolvemos de “intelectualidade” e discutimos sobre quaisquer assuntos é que uma idéia nasceu.
Com um grupo de amigos, no serviço, surgiu o questionamento: A pesquisa com células-tronco embrionárias é correto ou não?
Uns defendiam que sim, que o avanço científico é natural e necessário para a qualidade da vida humana. Outros diziam que não, que toda e qualquer ação contra a vida devia ser algo descartado e, por isso, ultrajante. Como em tudo, ainda tinha aquele grupo que ficava somente observando, sem ter muito o que dizer.
Do mesmo modo que no Supremo, alguns puseram a religião como carro-chefe, tentando sensibilizar os demais pelo apelo cristão, sacralizando a discussão.
Problematizei: De vida pra vida, onde há mais vida? Numa célula-tronco ou num pai de família paraplégico, com filhos e esposa para criar? Num ser em potencial ou numa criança à espera de um coração ou pulmão, nas longas filas de transplantes?
A maioria concordou com minha reflexão: pessoas com CPF e RG, com relações de afeto e emoções, brasileiros, cidadãos de fato merecem nossa maior atenção.
Não de agora, e a história nos demonstra, os avanços tecnológicos foram alvos de enormes equívocos. Misturar elementos imisturáveis, de fato, é um grave erro. Água e óleo não se bicam... por mais que tentemos uni-los, no final, cada qual irá para seu lado. Religião e ciência não são campos dialogáveis. Por mais que se queira fazer algum tipo de aproximação a sina é cada qual dormir na sua “cama de solteiro”.
O bom é deixar a vida caminhar... Por mais religiosos que sejamos não deixamos de nos aproveitar da ciência: usamos óculos, tomamos anador, nos refrescamos com ar-condicionado, viajamos para cima e para baixo num carro 2.0, ficamos horas ao telefone conversando e matando saudades... No final do dia (e no começo dele também) fazemos uma oração e pedimos para que Jesus nos abençoe. Não há nada de errado nisso... cada coisa, como dito, merece seu lugar, seu tempo, seus holofotes.
Como não bastasse, alguém insistiu na mesma tecla: Toda e qualquer forma de vida deve ser poupada e respeitada.
Aí não resisti, chutei o “pau da barraca”: Então pare de se masturbar!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

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