segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CARTOLA

*Professora de música e regente de coral, formada pelo Instituto de Tatuí
Olá amigos, aqui estamos novamente.

Essa semana quero conversar com vocês sobre Cartola. Desejo também compartilhar um artigo sobre Cartola, escrito por um músico que admiro muito: Gladir Cabral. Ele escreveu um texto sobre a obra desse maravilhoso sambista brasileiro, ressaltando suas expressões musicais e a beleza da coerência entre escrita e melodia em suas composições. Gladir Cabral é músico, professor de Letras da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC e pastor; é o autor desse artigo que compartilho com vocês ao final de nossa conversa.  

Angenor de Oliveira, o “Cartola”, nasceu no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1908 – ele completaria 105 anos agora em outubro. Faleceu em 30 de novembro de 1980, na mesma cidade. Foi um dos músicos mais importantes para a história do samba. Ele era cantor, compositor e violonista. Aprendeu, ainda menino, com seu pai, a tocar violão e cavaquinho.

Aos 15 anos, após a morte de sua mãe, Cartola abandonou os estudos, terminando apenas o primário. Conseguiu um emprego como servente de obra e passou a usar um chapéu-coco – vindo daí o seu apelido. 

Ele compôs o primeiro samba para a “Estação Primeira de Mangueira”: “Chega de Demanda”. Seus sambas eram muito populares e muitos cantores renomados interpretaram suas belíssimas composições: Francisco Alves, Carmen Miranda, Silvio Caldas, Mário Reis e Araci de Almeida. 

Durante um período, Cartola ficou desaparecido, foi inclusive dado como morto. Especula-se que tenha ficado muito abatido com a morte de sua esposa: Deolinda. Também cogitou-se que tenha contraído meningite. Ele foi reencontrado pelo jornalista Stanislaw Ponte Preta em 1956. Cartola estava trabalhando como lavador de carros em Ipanema. A partir daí, o sambista voltou a cantar e foi redescoberto por outros intérpretes. 

Em 1964, casou-se com Dona Zica e, juntos, abriram um restaurante chamdo “Zicartola”.  Nele, promoviam encontros de samba com boa comida e reunia a juventude carioca da época e os sambistas do morro. Após um tempo, o restaurante fechou as portas, o compositor continuou com seu emprego público e compondo sambas. 

Cartola e D. Zica, sua esposa.
Quando Cartola completou 66 anos, gravou seu primeiro LP. Nesse disco estavam as inesquecíveis canções: “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”. 

As rosas não falam – interpretada por Emílio Santiago:

O mundo é um moinho – interpretada pelo próprio Cartola, e com um depoimento interessante:

Ao final da década de 1970, Cartola mudou-se para Jacarepaguá, onde morou até a sua morte.

Artigo de Gladir Cabral sobre a obra de Cartola: “A fé cartólica” - [texto publicado na Revista Ultimato de janeiro/fevereiro 2013, ano XLVI, n. 340]:



Ótima semana para vocês, um abraço e até a próxima segunda. 

2 comentários:

  1. Muito bom, inclusive o artigo de Gladir Cabral que indicou. Sempre gostei muito de Cartola, acho que por influência de minha mãe que era fã da Estação Primeira de Mangueira... rs...
    Samba bom com harmonia e poesia impecável... raro nos dias de hoje.

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  2. Que bom que gostou Inês!
    Pois é, samba de primeirissima linha!
    bjo

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