sábado, 23 de novembro de 2013

CONTOS DE FADAS (Série - Parte 2)

*Professora da Educação Básica e mestranda em Educação pela Unesp

Olá pessoal!
Após toda reflexão que fizemos sobre esta temática no último encontro, convido vocês, meus caros leitores, a aprofundarmos um pouco mais!

Pode parecer que esta temática atraía mais as meninas, as mulheres do que a ala masculina, mas não é bem assim.  É verdade que uma mesma história trará sentimentos, emoções, sensações distintas, peculiares em cada leitor e/ou ouvinte. O autor Bettelheim e tantos outros especialistas em literatura mencionam que nos identificamos com certas histórias e algumas personagens, e sempre há um porquê, segundo os psicanalistas especialistas em contos de fadas.

Logo que conheci e estudei a obra “A psicanálise dos contos de fadas” fiz um teste com a minha mãe... Perguntei a ela “qual era a princesa preferida dela” e não me surpreendi quando ela respondeu que era “a Gata Borralheira”, aquela conhecida como “Cinderela”. Minha mãe perdeu a mãe dela aos 7 anos de idade, seu pai se casou novamente e sua madrasta já tinha duas filhas, somando-se a mais três irmãs de minha mãe, totalizando seis “filhas”. Todas foram trabalhar e somente minha mãe optou por estudar, ficando por conta dela a limpeza da casa. E aí ela conheceu o meu pai; bem, esta já é outra história...

                
Não contei pra vocês... Como minha mãe é uma mulher muito sábia, ela me devolveu a pergunta: “E você, qual é a sua princesa preferida?” (Rsrsrs) Logo respondi: “A minha é a Bela Adormecida”. Vocês sabem por quê? Porque espero o meu príncipe encantado até hoje! (rsrsrs.)



E vocês, com qual personagem se identificam?

Gosto muito da obra “Psicologia e Literatura” do autor Dante Moreira Leite. Trata-se de um ensaio que enfatiza a questão da criatividade, da avaliação de vertentes psicologistas (junguiana, psicanalítica etc.), da análise literária e dos processos psicológicos associados à leitura e ao autor. Há um momento em que o autor ressalta que os alunos de Psicologia deveriam ter a disciplina de Literatura em sua grade curricular.

Bem, na verdade uma contribui com a outra. Dostoiévski, escritor russo, afirmou sobre os poderes relativos da literatura e da psicologia. Para ele, um psicólogo jamais alcançaria a eficácia do escritor: é na literatura que encontramos um retrato acurado da mente.

Moreira Leite (2002) comenta: “Mas mesmo para aqueles que reivindicam superioridade para um desses dois pólos, uma coisa é certa: psicologia e literatura partilham uma ampla fronteira e guardam inter-relações significativas.” Uma convivência, ao mesmo tempo conflituosa e complementar, segundo o autor.

Isso me faz lembrar uma grande amiga psicóloga que teve um paciente que não conseguia se abrir nas sessões de terapia. Ela decidiu dizer a ele que era melhor suspenderem, foi aí que ele pediu mais uma “chance”. No dia combinado ele apareceu com um livro e pediu para ela ler, informando-a que se tratava de uma autobiografia, e que as mesmas angústias que a personagem principal e o escritor passaram eram as mesmas que a dele.

Vejam como a literatura faz parte da nossa vida!

Até a próxima! Continuaremos nesta linha de pensamento! Abraço.

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